Em NY, Alexandre de Moraes defende regulamentação das redes sociais contra milícias digitais

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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“Sob falso manto de liberdade sem limites o que se pretende é corroer a democracia”, disse o ministro

Foto: Vanessa Carvalho/Brazil Conference Lide

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) participaram do Brazil Conference, promovido pela Lide em Nova York, Estados Unidos. Durante a sua fala, o ministro Alexandre de Moraes defendeu a regulamentação das redes sociais contra milícias digitais.

“Não é possível que redes sociais sejam terra de ninguém e milícias digitais ataquem impunemente”, disse Moraes, acrescentando que é preciso ter “liberdade” de expressão, mas “com responsabilidade”.

“Sob falso manto de liberdade sem limites o que se pretende é corroer a democracia”, criticou.

Moraes lembrou que influenciadores digitais e disseminadores de Fake News, como “supostos jornalistas se misturam à imprensa tradicional”, gerando um fenômeno que “hoje, a população não sabe mais o que é notícia verdadeira”.

O ministro que é também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi o primeiro a discursar no evento, apresentando a desinformação e o discurso de ódio como ataques à democracia, que ocorreram no Brasil nas eleições 2022, mas também como pautas a serem enfrentadas em todo o mundo.

Manifestações bolsonaristas

Também participaram do evento os ministros Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Luis Roberto Barroso e Dias Toffoli. Neste domingo (13), eles foram hostilizados por um pequeno grupo de manifestantes brasileiros bolsonaristas, com bandeiras defendendo o golpe contra a eleição de Lula. Barroso chegou a ser perseguido na Time Square.

Sobre estes apoiadores golpistas, Gilmar Mendes falou durante o evento que “é preciso perguntar se não há um cenário de absoluta dissociação cognitiva, principalmente quando lunáticos pedem intervenção militar e a prisão do inventor da tomada de três pinos.”

“A erosão constitucional revelou que o Brasil é resiliente. É preciso indagar se há algo mais por trás dos discursos lunáticos e histéricos que pedem intervenção militar”, completou.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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