No segundo semestre do ano começará a circular pelas ruas do Rio de Janeiro o primeiro ônibus a hidrogênio com tecnologia totalmente nacional. A iniciativa sugere uma evolução no transporte urbano nacional, um dos principais poluidores nos grandes centros.
O veículo foi desenvolvido pela Coppe UFRJ, em parceria com a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), e as Secretarias de Transporte do Estado e do Município.
O ônibus possui as mesmas dimensões de um ônibus urbano convencional e uma autonomia de 300 km. A energia elétrica obtida de uma tomada ligada na rede e complementada com energia produzida a bordo, por uma pilha a combustível alimentada com hidrogênio. Após usos experimentais, o veículo será operado pela viação Real em uma linha da Zona Sul da cidade.
O coordenador do projeto na Coppe, professor Paulo Emílio de Miranda, disse que já há um planejamento para a produção industrial desse tipo de ônibus. O pesquisador projeta que o papel do hidrogênio no século XXI será igual ao do petróleo no século XX, mas com benefícios ambientais e de acesso mais fácil.
Novos ônibus serão desenvolvidos na mesma parceria, esse foi o primeiro. O segundo
Será elétrico híbrido a álcool e o terceiro exclusivamente elétrico. Os três rodaram pela cidade entre 2010 e 2011. o objetivo é que esse tipo de transporte limpo esteja disponível em maior escala durante os jogos da Copa do Mundo em 2014.
Embora haja o pioneirismo no desenvolvimento de uma tecnologia 100% nacional para o desenvolvimento do veículo, o estado de São Paulo foi o primeiro da América Latina a colocar um ônibus movido a hidrogênio em circulação. Em julho do ano passado o veículo foi incorporado ás vias da capital paulista para testes. Mais três veículos devem entrar em operação experimental no estado até o fim deste ano.
O ônibus conta com financiamento da Finep, Petrobras, CNPq e Faperj. Segundo a secretária de Estado do Ambiente, Marilene Ramos, que representou o governador Sérgio Cabral na cerimônia de lançamento, o ônibus representa a possibilidade de fazer a reconciliação entre o transporte público e o meio ambiente, oferecendo à cidade coletivos menos poluentes e ruidosos. Para o diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa, o veículo atende perfeitamente à intenção da instituição de unir as questões energéticas com as mudanças climáticas.