Órgão da CNBB demonstra preocupação com o país e convoca para atos desta quinta

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Ato por Diretas Já em 21 de maio. Foto: Paulo Pinto/AGPT
 
Jornal GGN – Em carta assinada pelo secretário executivo Carlos Moura, a Comissão Brasileira Justiça e Paz – órgão da CNBB – demonstra preocupação com a situação do país e convoca para a participação das manifestações que irão ocorrer nesta quinta (20) em diversas cidades do país.
 
No documento, a Comissão Justiça e Paz fala no  “desmonte dos instrumentos econômicos do estado em benefício do mercado nacional e internacional, num claro atentado à soberania nacional”. 
 
O órgão também aponta as críticas contra a reforma trabalhista e também afirma que o Poder Judiciário, em muitas sentenças, “deixa-se contagiar por interesses não republicanos”.
 
“Que nesse momento triste, marcado por injustiças e violências, seja para nós um tempo favorável de renovação da esperança”, diz o documento. 

 
Leia mais abaixo: 
 
Confrades e confreiras,
 
Mais uma vez, dirijo-me por meio de circular voltada aos integrantes da Rede Brasileira Justiça e Paz com a intenção de expressar minha inquietude face aos dramas vividos na sociedade brasileira: violência, desemprego, precarização dos direitos do trabalho e humanos.
 
Importa lembrar que há poucos dias foi aprovada a Reforma Trabalhista, questionada pelo movimento sindical, parcelas expressivas da sociedade e da Justiça do Trabalho, que a veem como uma tentativa de jogar nas costas dos trabalhadores e trabalhadoras os custos da crise econômica, bem como aumentar ainda mais os lucros do capital.
 
Como se não bastasse, verifica-se o desmonte dos instrumentos econômicos do estado em beneficio do mercado nacional e internacional, num claro atentado à soberania nacional.
 
A imprensa internacional mostra perplexidade com o país que em trinta anos foi capaz de promulgar uma Constituição moderna, garantir a estabilidade econômica, incluir milhões de brasileiros e brasileiras socialmente, respeitar a biodiversidade e, apesar dos limites, reconhecer os direitos historicamente negados aos indígenas e às comunidades negras e quilombolas, para, nos últimos tempos, tornar-se um país visto pela comunidade internacional como um “pária” no que diz respeito a segurança jurídica, respeito aos direitos humanos e das florestas, estas entregues ao jogo político de relações não republicanas entre executivo e legislativo.
 
O judiciário, que muitas vezes tem se revelado um “Oásis” da República, infelizmente, em algumas sentenças, deixa-se contagiar por interesses não republicanos, perdendo-se assim a necessária segurança jurídica.
 
Em maio deste ano, a CNBB convidou as pessoas de boa vontade para um momento de oração pelo Brasil, a ser realizado em nossas comunidades, por ocasião do Corpus Christi. Soube que as Comissões Justiça e Paz de nossa rede se irmanaram à iniciativa de nossos bispos.
 
Amanhã, 20 de julho, em muitos lugares haverá manifestações em defesa dos direitos sociais, da democracia e pela justiça.
 
Convido-os a, quando possível, fortalecer esses atos, e, tendo em vista a nossa identidade eclesial, promover momentos de oração e reflexão, evidentemente aberta ao diálogo ecumênico e a diversidade religiosa.
 
Acredito que o roteiro proposto pela CNBB, que pode ser acessado pelo link http://cnbb.net.br/cnbb-estimula-uma-jornada-de-oracao-pelo-brasil-por-ocasiao-do-proximo-corpus-christi/,  por ocasião de Corpus Christi, adaptado às novas circunstâncias, poderá ser útil.
Que nesse momento triste, marcado por injustiças e violências, seja para nós um tempo favorável de renovação da esperança, alimentando-nos do espírito das bem aventuranças!
 
 
Brasília, 19 de julho de 2017
 
Carlos Moura
Secretário Executivo
Comissão Brasileira Justiça e Paz, organismo da CNBB
Redação

3 Comentários

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  1. A CNBB está atendendo os

    A CNBB está atendendo os pedidos do Papa, que disse não ser correta a omissão da Igreja em relação à política, como fez Pôncio Pilatos. 

    O Papa Francisco não é pop, é político, preocupado com o desmantelamentos das classes trabalhadoras, e com esse estado de indiferença dos governos quanto às minorias.

    E a Igreja Católico tem mesmo de deixar de ser inerte, sem ser eleitoreira como as ditas evangélicas, porém abrindo a cabeça da população para enxergar o que acontece à sua volta. 

  2. O AMOR CONSTRÓI

    Coerente e exemplar esta nova iniciativa da CNBB, no sentido de conclamar a todos para a mobilização cidadã em defesa dos direitos sociais. É tempo de redobrarmos os nossos esforços com vistas ao avanço da conscientização coletiva e à construção de um projeto político voltado para o resgate da legalidade democrática e para a promoção do bem estar social. É preciso cultivar o amor fraterno para desconstituir os discursos de ódio manipulados pelos asseclas do caos genocida, imperialista e predatório.

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