Participação social como método de gestão

Lula: participação social como método de gestão de governo.

Da Folha

Lula critica quem aponta falta da ‘porta de saída’ do Bolsa Família

FLAVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA

Em solenidade que criou a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez críticas àqueles que questionaram as políticas sociais de seu governo.

O presidente criticou os que apontavam a falta de uma “porta de saída” para os beneficiários do Bolsa Família, o principal programa de complementação de renda do governo Lula.

“A pessoa sai [do programa] porque a economia está crescendo, porque tem algo melhor, e não porque o governo está incomodado em prestar contas a setores elitistas que ao longo dos anos pegaram praticamente grande parte do dinheiro público e não se incomodaram com a porta de chegada para pagar o que deviam”, afirmou na noite desta quarta-feira (25).

Apesar dos elogios à política social de seu governo, Lula reconheceu a necessidade de maior fiscalização da entrega dos benefícios do programa. “Tem gente que não precisa recebendo e gente que precisa que ainda não está recebendo”, exemplificou.

No evento, Lula assinou decreto cujo objetivo principal é o combate à fome no país, a partir da parceria do governo federal com estados e municípios. Nove ministros participaram do evento, no Palácio do Itamaraty.

Lula fez elogios à política de realização de conferências nacionais em seu governo –cerca de 70 ao longo dos dois mandatos. “A participação social deixou de ser um adereço da democracia para ser um método de gestão do governo brasileiro”, afirmou o presidente, ao lembrar também as conferências nacionais de segurança alimentar.

O presidente ainda evocou o lançamento do Programa Fome Zero, ainda em seu primeiro mandato. “Dizia-se, entre outras coisas, que a fome era uma questão menor na agenda nacional e que seria descabido transformá-la em política nacional”, afirmou o presidente.

CLS

Durante o evento, o presidente justificou mais uma vez o fato de não enviar ao congresso o Projeto de Consolidação das Leis Sociais (CLS) antes das eleições. “Não pude mandar porque nós estamos num processo de entressafra eleitoral.”, afirmou. “Vamos esperar os próximos deputados para esperar e transformar essas pequenas conquistas numa grande conquista da sociedade brasileira”, completou.

Ao ressaltar o fim de seu governo, Lula reforçou a intenção de se dedicar a projetos na África e de se manter atento à atuação do próximo governante. “Quando eu deixar a presidência, o que eu sei fazer a não ser cobrar de quem está governando?”. 

Luis Nassif

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