Peemedebistas tentam isolar Cunha

Jornal GGN – Os integrantes da cúpula do PMDB estão isolando o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. No congresso do partido, realizado na última terça-feira (17), em Brasília, a reportagem da Folha de S. Paulo flagrou o peemedebista impedido de deixar o local ao lado dos colegas.

Da Folha de S. Paulo

Com crise agravada, peemedebistas tentam isolar Cunha

Por Daniela Lima e Marina Dias

Terminado o congresso promovido pelo PMDB na terça-feira (17), os integrantes da cúpula do partido se dirigiram a uma saída reservada às autoridades, nos fundos do hotel onde ocorreu o evento em Brasília. Um último peemedebista, no entanto, acabou impedido de deixar o local ao lado dos colegas. Era o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ).

Assim que o vice-presidente Michel Temer passou, ao lado de nomes como o senador Renan Calheiros (AL) e o ex-presidente José Sarney, a porta foi fechada. Barrado, Cunha ficou parado em frente à passagem, enquanto seus seguranças esmurravam a parede. “Abre, abre!”, gritavam.

O deputado só conseguiu sair quando os outros já haviam partido. O erro da organização do evento retrata a situação que Cunha enfrenta hoje. A cúpula do PMDB isolou o carioca, que agora depende exclusivamente da relação pessoal que tem com deputados do partido e de siglas como o PR e o PSC para sobreviver no Legislativo.

Um cacique da legenda repete um mantra de aliados mais céticos do deputado, de que ele “pode fazer muitas coisas, mas não pode achar que é capaz de fazer tudo”. A fala é uma referência à atuação de Cunha para segurar o andamento do processo que o Conselho de Ética move contra ele, por conta das acusações de que manteve contas secretas na Suíça alimentadas com dinheiro de propina.

A situação se agravou na última quinta-feira (19), quando aliados do deputado fizeram uma série de manobras para suspender a reunião do colegiado. A ação expôs a estratégia de Cunha e acabou desencadeando uma série de questionamentos formais à sua permanência na presidência da Casa.

Dirigentes do PMDB avaliam que hoje Cunha é um fator de constrangimento para o partido. Mas, apesar das críticas feitas nos bastidores, quando questionados sobre a situação do deputado, dizem que esse “é um problema da Câmara” e que deve ser visto pelo viés “jurídico”.

Acrescentam que a sigla só vai se posicionar depois que os deputados derem um veredito sobre o processo que Cunha enfrenta na Casa.

Antigas acusações de que Cunha nunca foi “PMDB de raiz” e que suas ligações são pessoais com membros da sigla voltaram a ser sacadas.

Um senador do PMDB, que pede anonimato, avalia que o deputado transformou a Câmara em uma “casa da mãe Joana” e que sua deposição do cargo que ocupa é uma “questão de tempo”.

O isolamento de Cunha virou tema de conversas da ala que prega seu afastamento do comando da Câmara. Há cerca de três semanas, num almoço em sala reservada de um restaurante argentino em Brasília, em meio a colegas da oposição, o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) observou: “Basta olhar quem hoje se senta ao lado dele, quem caminha ao lado dele. Ele tem andado sozinho”.

Redação

6 Comentários

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  1. Crise agravada? Depois de

    Crise agravada? Depois de todas as denúncias, manobras, escândalos, conchavos, negociatas, só agora estão tentando isolá-lo? E só agora a oposição acha que ele perdeu a legitimidade? Tá bom… O seguro morreu de velho.

    Isso tudo não passa de pressão, com uma ajudinha da velha mídia, para ele tocar a loucura do impeachment (golpe) em frente.

  2. O mais sintomático é terem fechado a porta literalmente no …

    O mais sintomático é terem fechado a porta literalmente no nariz de Cunha para que ele não saísse nas fotos ao lado dos “próceres” do PMDB.

    Isto chega as raias do ridículo e uma ação patética. Se o PMDB quisesse agir de forma correta e como um partido SÉRIO, coisa que demonstrou claramente não ser. Deveria reunir a direção nacional do Partido, chamar Cunha para apresentar a sua defesa e se esta não fosse satisfatória expulsa-lo do partido. Mas no lugar de tomar atitudes responsáveis que qualquer partido em qualquer parte do mundo faria, simplesmente tomam atitudes RIDÍCULAS.

    Agora mesmo sabendo que isto seria um procedimento correto, que não necessitaria de ações patéticas, por que o PMDB não toma estas atitudes? Simplesmente porque grande parte do partido TEM MEDO DE CUNHA. Como grande parte dos recursos obtidos pela corrupção certamente foram espalhados por vários membros desta “honrosa” composição política, se o partido tomar uma ação do tipo, CERTAMENTE Cunha se defenderá chamando os companheiros a responsabilidade.

    Esta palhaçada vai continuar por algum tempo, pois nem o Supremo topou assumir a responsabilidade que na verdade não é dele, tribunais não devem tomar a si a ação, devem esperar que alguém de direito solicite a sua intervenção, e como o pessoal de direito não quer mexer no vespeiro isto vai se arrastar ainda mais.

  3. botânico-mafiosas

    Quando Bugsy Siegel começou a prejudicar os negócios, a própria Máfia acertou as contas com o infeliz.

    Numa abordagem estruturalista seria esse o caso.

    “PMDB de raiz”

    Não honra a tradição de honradez imaculada de Sarneys , Renans e Jucás…

    (KKKKKKK!!!!!!!!)

    Falando sério…

    PMDB de raiz?!!!

    (KKKKKKK!!!!!!!!)

    Tão de sacanagem com a minha cara?

    Dudu Cunha não é raiz. É galho grosso e frondoso, alimentado pela mais pura seiva e entranhado na fartíssima teta do Estado.

    Ou por outra: se o Estado pindorâmico é uma árvore, o PMDB é a parasitária erva-de-passarinho.

    Porém, não temamos: Leozinho Picciani – ou qualquer merda equivalente – há de resgatar as raízes do PMDB.

  4. Ou seja, na verdade, essa

    Ou seja, na verdade, essa turma do PMDB são um bando de traíra.

    Não podem abandonar assim um amigo ferido de morte.

    Que isto sirva de exemplo para o PT.

    Se abandonaram um correligionário, imagine membros do outros partidos.

  5. Fofoqhinha bem tipica da
    Fofoqhinha bem tipica da folha. Só faltou lembrar que essa mesma cupula apoiou a candidatura do cunha pra presidência da camara.

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