Periferia da Grande Vitória sofre sem patrulha do Exército e da polícia

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Jornal GGN – Moradores de bairros da periferia da Grande Vitória (ES) convivem com a insegurança devido ao patrulhamento insuficiente das ruas, que acaba privilegiando regiões nobres e locais de maior movimento. 
 
“Na segunda passada o ladrão bateu com o carro na frente da minha loja. Ele correu e houve até troca de tiros. Hoje cedo passou um caminhão do exército, mas ele só passou pela avenida e não voltou mais”, relata um comerciante da cidade de Serra. 
 
A Secretaria de Segurança do Estado (Sesp) e a Força-Tarefa das tropas federais afirmam que o patrulhamento está sendo realizado, mas não explicaram em quais bairros e qual o efetivo direcionado para estes locais. 

 
Leia mais abaixo: 
 
Da Gazeta Online
 
Sem Exército nem polícia, periferia da Grande Vitória pede socorro
 
Moradores ainda sofrem com o medo
 
Nada de blindados, soldados do exército ou das Forças Armadas, tampouco policiais militares. Há 11 dias, a vida de moradores dos bairros periféricos da Grande Vitória permanece cercada pelo medo e pela insegurança. Devido ao número insuficiente de viaturas nas ruas, o patrulhamento ostensivo da polícia acaba sendo restrito às zonas nobres e aos locais de maior movimento das cidades. Longe da vida normal, quem fica de fora deste cerco ainda clama para ter sua liberdade de volta.
 
“Não sei como vou pagar meus funcionários, nem como fazer para eles voltarem a trabalhar. O Exército está em Laranjeiras, na Norte-Sul, mas nas periferias, dentro dos bairros, os bandidos continuam fazendo as mesmas coisas”. O desabafo desesperado é de um comerciante de Novo Horizonte, na Serra, que há mais de uma semana não trabalha.
 
Ele teve sua pizzaria invadida por cerca de seis homens, que atiraram no estabelecimento. Traumatizado, não sabe quando sua vida e a dos vizinhos será a mesma de antes. “Já somos a classe mais prejudicada, com poder aquisitivo menor. Nós precisamos trabalhar”, lamenta.
 
Em Nova Almeida, na Serra, José Domingos Vescovi, 60, tem fechado as portas de sua sorveteria assim que o sol se põe por medo. No local normalmente ficam 15 funcionários, mas ele tem dado conta de tudo com a ajuda de poucos. “Meus funcionários não podem vir. Eles moram em periferias, como Gaivotas, Serra-Mar, e lá também não tem policiamento, é perigoso mesmo”, conta ele, que também não vê sinais da polícia em seu bairro.
 
“Na segunda passada o ladrão bateu com o carro na frente da minha loja. Ele correu e houve até troca de tiros. Hoje cedo passou um caminhão do exército, mas ele só passou pela avenida e não voltou mais”, diz.
 
Depois de sete dias trancada em sua casa, em Santo Antônio, Vitória, a vendedora Eliene Dias, 45, decidiu sair ontem, ainda que com medo. “Não vi polícia na rua. Só estou com uma sensação de segurança porque tem gente, mas ainda estou com receio, porque não tem polícia”, frisa.
 
A mesma situação se repete em outras cidades, como Viana. Morador de Vila Betânia há 20 anos, o motorista Izaias Boecker Holander, 38, define o local como “um bairro fantasma”. Para ele, o fato de o policiamento e do Exército se concentrarem em algumas áreas faz com que criminosos migrem para as periferias, transformando todos em reféns. Assaltos e furtos de veículos não têm sido raros na região nos últimos dias.
 
“Minha filha mora a duas ruas da minha casa e eu não conseguia vê-la porque ninguém estava saindo. Não vemos policiais. Várias vezes ouvi tiros. Os ônibus voltaram a rodar e o pessoal tenta voltar à rotina, mas está sendo muito complicado”, queixa-se.
 
Força-tarefa diz que faz patrulhamento
 
As Forças Armadas e a Força Nacional, que formaram a “Força-Tarefa Conjunta Capixaba, informaram, por nota, que todos os bairros de Vitória, Velha Velha e Serra “estão sendo atendidos com patrulhamentos, inclusive os bairros periféricos e do interior”. E que fazem também o patrulhamento durante a noite.
 
Mas nem a Secretaria de Segurança do Estado (Sesp) nem a Força-Tarefa informaram quais bairros e o efetivo direcionado para esses locais. A Força-Tarefa acrescentou que o “ministro de Estado da Defesa definirá a alocação dos meios disponíveis, observada a prioridade do emprego”.
 
1.743 PMs já retornaram ao trabalho
 
Apresentaram-se para trabalhar ontem 507 policiais militares, em atendimento à convocação feita pelo governo do Estado. Ao todo, depois de 10 dias de paralisação, estão de volta 1.743 PMs. Antes, o efetivo diário era de dois mil homens nas ruas.
 
São policiais que estavam de folga, férias, são do serviço administrativo ou foram retirados do quartel de Maruípe, Vitória, no último sábado.
 
Nesta segunda-feira (13) circularam no patrulhamento 81 viaturas. Até o dia anterior eram 59.
 
Os que se apresentaram trabalham, por enquanto, oito horas diárias, sem folga prevista, por enquanto. Eles estão sendo divididos em duas escalas, uma a partir das 8h, e outra a partir das 16h.
 
Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), não há mais policiais no Quartel de Maruípe. Mas ainda há grevistas em outros batalhões.
 
A Sesp foi questionada sobre ações para garantir a segurança durante os desfiles do Carnaval de Vitória, que acontecem na próxima sexta-feira e no sábado. Também foi perguntada sobre a garantia da fiscalização sobre a Lei Seca. A informação é de que “o policiamento do Carnaval ainda está em planejamento”.
 
Reforçam a segurança as Forças Armadas e os homens da Força Nacional.
 
Polícia de volta
 
Policiais
 
Retorno
 
Apresentaram-se ao todo 1.743 policiais militares para trabalhar. Ontem 507 atenderam à convocação. E circularam 81 viaturas ontem no Estado.
 
Efetivo
 
O efetivo antes da greve era de dois mil militares por dia no Estado, entre os cerca de 10 mil existentes.
 
Escala
 
Horário
 
Antes da greve, a escala de trabalho era de um dia de trabalho seguido por três dias de folga. Hoje os policiais estão divididos em duas escalas. A primeira se inicia às 8h. A segunda, às 16h. Assim, o PM trabalha até meia-noite, quando a segurança fica a cargo da Força Nacional, das Forças Armada (Exército, Marinha e Aeronáutica) e guardas municipais.
 
Carnaval
 
Sem planos
 
O Carnaval de Vitória, na próxima sexta-feira e no sábado, está mantido, mas, por enquanto, não há planejamento de segurança para o evento, segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).
 
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Redação

4 Comentários

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  1. O Rei está nu.

    Venho insistindo há várias sugestões de artigos há mais de DOIS ANOS que começam a ficar claro e flagrante nas notas que aparecem por aqui e por ali na imprensa e agora neste artigo acima, AS FORÇAS ARMADAS NÃO TEM EFETIVOS ESPECIALIZADOS PARA CONTER QUALQUER ATOS DE VANDALISMO E TUMULTOS QUE PODEM OCORRER NAS GRANDES CIDADES BRASILEIRAS, isto tem virado um verdadeiro TABU aqui no GGN, pois no momento em que insisto no tema sistematicamente os meus artigos que anteriormente eram repassados ao principal a REVISTA DO GGN, tem sido ignorados.

    Há uns três ou quatro meses quando escrevia coisas que agradavam a editoria do GGN, meus artigos eram passados a REVISTA numa proporção de quase 80%, pois passei para 0%, pois os TABUS parecem intransponíveis.

    Mas mesmo assim vou neste comentário de forma breve dizer o que falo em outros artigos.

    As Forças Armadas Brasileiras apesar de ter um contingente de 300.000 homens, na sua imensa maioria este contingente é formado por soldados constritos, ou seja, soldados que vem do serviço militar obrigatório e que não possuem NENHUM TREINAMENTO para fazer ações de polícia, e diria mais, seus oficiais e sub-oficiais também não tem treinamento para fazer o mesmo. As Forças Armadas Brasileiras, como deve ser e como é em qualquer país do mundo civilizado, elas são organizadas, armadas e treinadas para confrontos militares entre exércitos regulares, ou seja EXATAMENTE COMO ESTÁ PREVISTO NA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA.

    As Forças Armadas Brasileiras estão preocupadas com sistemas de mísseis, submarinos nucleares e aviões a jato de quarta geração, isto é que uma força armada de qualquer país deve fazer, portanto achar que estas forças e estas armas servem para combater criminalidade e impor a sua força contra manifestações difusas e gerais de descontentamento popular simplesmente é uma FANTASIA.

    Há algumas tropas que tem algum treinamento anti-motim, mas mesmo estas tropas não tem treinamento sobre aspectos diários do policiamento, como por exemplo a simples emissão de um BO (e acho que juridicamente nem se soubessem este BO teria validade). Porém estas tropas mais profissionalizadas podem até fazer contenção de tumultos, porém nem elas tem a capacidade e treinamento de agir como polícia.

    Vamos deixar claramente, o rei está nu, não há como alguns direitistas golpistas e intervencionistas capacidade militar das forças armadas assumirem por completo e dentro de um espírito não constitucional o comando nacional da situação utilizando força, simplesmente porque ESTA FORÇA NÃO EXISTE.

    1. 300.000 aonde ?

         Efetivos profissionais disponiveis somando as 3 forças, com relação exclusivamente a operações de infantaria, não chega a 20.000 homens, em sua maioria sediados no eixo Campinas – Vale do paraiba – Sul de MInas – Rio de Janeiro, basicamente nas 11a e 12a Bgds Inf Leve, dois Btls CFN , dois Btls na Bgda Pqd, três Btls da 4a Inf (montanha) de Juiz de Fora, alem deste “eixo” somam-se unidades, em BSB , Campo Grande e principalmente em Goiania ( Forças Especiais ), já no Sul unidades nas região estratégica de Itaipú, e no NE com experiência em GLO, 2 unidades ( 59o Btl e o 72o Btl ).

           Quanto aos “conscritos” , pessoal vindo do inutil, ultrapassado, paquidérmico, caro, SMO , somente servem para “presença”, nada alem, são despreparados em todos os sentidos, quanto mais para “policiar”.

            Algumas unidades acima descritas, tanto da 12a como da 4a, estão atuando no ES, e como a 4a foi presente nas Olimpiadas ( CDS Maracanã ), tambem deverá ser agora novamente utilizada no RJ, como parte dos ” 9.000 ” homens que Jungmann prometeu ao Pezão, claro que enxertados com unidades de “conscritos”+ CFN + PAs + Taubaté + Campinas e até de Goiania.

             Resumo, aliás já lhe contei sobre : É o que tem, e a pressão de que as FFAA podem ser utilizadas em segurança publica, presidios *, manifestações etc…, em breve estará chegando no limite, tanto de efetivos como de custos, alem é claro de paciência, e temos mais um agravante, o salário, pois um soldado especializado ( engajado ) tem como vencimentos por volta de R$ 1.600,00 ( bem menos que um PM ).

              * Presidios / varreduras : Depois dos anuncios midiáticos, a realidade se impôs, pois a determinação do Comando quanto a estas “varreduras”, foram destinadas a equipes de engenharia de combate, que para sua utilização, alem dos custos de transporte e de revalidação/calibragem dos equipamentos, dependem das Policias Militares estaduais para sua segurança e dos agentes penitenciarios, ambos para separar os presos, e quantas equipes deste tipo possuimos ?

                  Com experiência pouquissimas, e em ambientes fechados e prédios ainda menos.

            

  2. Eu estava morando em Vila

    Eu estava morando em Vila Velha nos últimos dois anos. Para os pobres lá PT e PSDB é tudo a mesma coisa. Votaram em massa no candidatomdo pósdb para a Prefeitura, que se elegeu. O engraçado é que o Prefeito anterior derrotado deu todo o seu apoio às globofestações contra a Dilma, vira e mexe a terceira ponte era fechada para os zumbis desfilarem com suas camisas amarelas de 400 reais. Não tenho dó não. 

    1. eu….

      Podem deixar, segundo nossa mídia golpista que está fazendo de tudo para trucidar cidadãos que trabalham sob regime militar e ganham uma miséria para arriscarem a vida todos os dias, tudo está voltando ao normal, como no RN. Um mês depois de decapitações transmitidas ao vivo, o governo não sabe nem o número de mortos nem de fugitivos. Ou seja ES e RN, estão fazendo de tudo para que tudo volte ao normal. 

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