Poupança bate recorde de captação, mas inflação ganha

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Em notícia publicada no Correio Braziliense, desta quarta, dia 08, a caderneta de poupança desponta como preferência nacional, batendo recorde de captação em abril. Mas, por outro lado, quem aplicou na poupança perdeu 1,2% nos últimos 12 meses, segundo análise de Felipe Chad. Acompanhe a matéria.

Poupança cresce, mas perde para a inflação

(Correio Braziliense – Brasília/DF – ECONOMIA – 08/05/2013)

Caderneta bate recorde de captação em abril, com R$ 116,85 bilhões de depósitos feitos. Quem optou por esse tipo de aplicação perdeu 1,2% nos últimos 12 meses

Felipe Chad afirma que os fundos de investimentos multimercado oferecem ganhos mais próximos da Selic

A poupança continua a ser a modalidade de investimento preferida no país. Mesmo com rentabilidade real negativa de 1,2% no acumulado de 12 meses, os depósitos superaram as retiradas em R$ 2,6 bilhões, um recorde para o mês de abril. Segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central, a captação de recursos no primeiro quadrimestre do ano chegou a R$ 13,2 bilhões, também uma cifra nunca antes alcançada neste período do ano. Para analistas, a falta de conhecimento somada ao cenário incerto no mercado financeiro tem causado uma fuga de recursos, até então aplicados na bolsa e em fundos de investimento, para a caderneta.

Em abril, de acordo com o BC, os depósitos na caderneta de poupança somaram R$ 116,85 bilhões, ao mesmo tempo em que os saques totalizaram R$ 114,24 bilhões. Com o movimento, o saldo total de recursos aplicados chegou a R$ 518 bilhões. Esse estoque é 4,44% maior ante dezembro de 2012, quando as aplicações totalizaram R$ 496 bilhões. “O brasileiro continua a colocar seu dinheiro na poupança porque não tem o hábito de fazer conta e pesquisar. A rentabilidade real, que exclui a inflação, está negativa”, alertou Felipe Chad, sócio-diretor da corretora DX Investimentos.

Desde maio do ano passado, quando as regras da poupança mudaram, a rentabilidade da aplicação diminuiu para o equivalente a 70% da taxa básica de juros (Selic) – ou 5,25% ao ano. Se a Selic sobe, a atratividade da caderneta também aumenta. Na regra antiga, esse lucro era de 6,17% ao ano mais a Taxa Referencial (TR).

Retorno 
Para Chad, o poupador precisar pesquisar mais antes de decidir onde colocar seu dinheiro. “Atualmente quem coloca o dinheiro na caderneta está perdendo para a inflação”, observou. Segundo ele, existem fundos de investimento chamados de multimercado – que têm mais flexibilidade para dividir os recursos entre renda fixa e variável -, e que oferecem um retorno mais próximo da Selic ou até mesmo superior. Mas o cliente precisa ficar atento ao valor da taxa de administração e descontá-la da promessa de ganho desses fundos. Se a quantia for maior que a inflação, isso significa que o investimento é vantajoso. Ele sugere ainda ações e fundos de ações, principalmente as classificadas como mid e small caps, cujos papéis são de empresas médias e de pequeno porte. Ele alerta, porém, que as mais interessantes no momento são as de varejo, do setor de seguros e as que pagam dividendos.

Paulo Gala, estrategista da corretora Fator, faz avaliação semelhante. “Ainda dá para ganhar dinheiro na bolsa com essas ações”, afirmou. Segundo ele, existe “potencial de crescimento e de geração de valor entre essas empresas”. Na visão de Chad, a bolsa é uma boa opção, mas apenas para os que podem esperar pelo menos cinco anos para usar o dinheiro. “A bolsa americana, ontem, bateu seu recorde histórico ao superar os 15 mil pontos. Isso significa que em algum momento os mercados lá fora vão ficar caros e os investidores vão olhar para o Brasil, o que vai puxar nossa bolsa”, argumentou.

Lourdes Nassif

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