Governo Lula suspende reforma do ensino médio

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Anúncio foi feito pelo ministro Camilo Santana nesta terça-feira; portaria deve ser publicada nos próximos dias

Predio do Ministerio da Educacao Marcelo Camargo/Agência Brasil
Predio do Ministerio da Educacao Marcelo Camargo/Agência Brasil

O governo Luiz Inácio Lula da Silva deve divulgar portaria que suspende a implementação da reforma do ensino médio nos próximos dias. A suspensão também atinge as mudanças previstas para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em 2024.

A suspensão tem o apoio da equipe próxima ao presidente Lula, muito por conta do desgaste gerado entre os estudantes – uma base de apoio petista por conta das políticas implementadas em governos anteriores.

Por ter sido aprovada por lei, a revogação total da reforma dependeria do Congresso Nacional, o que levou à suspensão dos prazos.

O ministro da Educação, Camilo Santana, tem se posicionado contra a revogação e favorável a ajustes no modelo, mas tanto seu posicionamento como a aproximação com empresários do setor educacional e a manutenção de nomes dos governos Temer e Bolsonaro têm sido alvo de críticas.

“Vamos suspender a portaria 521 que aplica o cronograma do Novo Ensino Médio, principalmente por causa do ENEM. Vamos suspenser (sic) para que a partir da discussão a gente possa tomar decisões em relação ao Ensino Médio”, disse o ministro em entrevista coletiva.

A notícia da suspensão repercutiu nas redes sociais. “Após nossa intensa mobilização, o Ministro da Educação, Camilo Santana anunciou que irá suspender a Portaria 521/21 do MEC, suspendendo o calendário de implementação do NEM”, afirma a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES).

“Voltaremos às ruas no dia 19 de abril para avançarmos rumo a Revogação do NEM e a construção de uma Nova Escola, à altura dos nossos sonhos e das nossas necessidades”, ressalta a entidade representativa.

Para o educador Daniel Cara, o novo ensino médio “é a mais nefasta e cruel volta ao passado”

Proposta pelo governo de Michel Temer em 2016, a reforma do ensino médio no Brasil teve como objetivo principal modernizar e tornar mais flexível o currículo dessa etapa de ensino, mas tem sido alvo de sucessivas críticas por ter sido elaborada sem ouvir a sociedade.

Uma das principais críticas à reforma do ensino médio foi a forma como ela foi proposta e implementada, além da falta de recursos para implementar as mudanças propostas e a falta de investimentos em infraestrutura e formação de professores.

Outro ponto controverso da reforma foi a ênfase dada às disciplinas de português e matemática em detrimento das demais áreas do conhecimento, o que foi visto por muitos como uma redução da carga horária e da importância dada a disciplinas como história, geografia, artes, filosofia e sociologia.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

2 Comentários

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  1. Lula entregou o MEC à Fundação Lehman. A “suspensão” é só um balão de ensaio para tentar esvaziar a articulação para a revogação da contrareforma. Os assessores diversos da Fundação Lehman já ocupam todos os espaços de mídia para fazer crer que a contrareforma é a solução para todos os males. Camilo Santana é só o gerente de momento dessa ação.

  2. Triste ter que admitir. Mas, Lula foi extremamente infeliz na escolha de alguns nomes para executar o seu projeto de país. O Camilo Santana é um bom exemplo e, não ficamos somente nele. O ministro de minas e energia e o presidente da Petrobras, são outros dois subalternos que tem driblado as ordens do presidente e mantido políticas dos (des)governos golpistas de Temer e Bolsonaro.

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