Roberto Requião critica projeto de Temer de “neoliberal”

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – “É evidente que esse crime de responsabilidade não ocorreu. Se ocorreu no Governo Federal, teria ocorrido em 17 Estados, incluindo no do relator”, disse o senador Roberto Requião (PMDB-PR), dirigindo-se ao senador Antonio Anastasia (PSDB-SP). E criticou duramente o projeto do vice-presidente Michel Temer, de seu partido, para o governo, denominado “Ponte Para o Futuro”. “Toda a proposta de Temer é neoliberal, é a mesma que desgraçou a Europa, que acabou com a Itália, a Espanha, que liquidou a Grécia”, disse.
 
“Privatizaram tudo. Cortaram na saúde, na educação, previdência, liquidaram aposentadorias”, continuou. “Vinculado a utopia neoliberal”, o senador Roberto Requião fez uma comparação do que propõe de corte na Previdência o projeto de Temer, aumentando a necessidade de trabalho até 65 para homens, com a expectativa de vida no Estado de Alagoas: “Sabe qual é a idade media dos homens do Estado do senador Renan? 65 anos e 8 meses. Assim, esses homens teriam 8 meses de aposentadoria”, disse, completando: “Esse sonho de abertura total é o sonho que desgraçou a Europa”.
 
Requião afirmou que se sentia “muito confortável” para conversar sobre o processo, porque “várias vezes” foi à Tribuna para criticar as medidas de “arroxo fiscal” do governo de Dilma. “Persistente na crítica e na crítica, diante do silêncio do Senado que votavam pelo arroxo fiscal”, disse.
 
Explicou que o movimento do impeachment surgiu da “relativa inabilidade da presidente nos seus contatos com o Congresso Nacional”, levando a um “referendo revogatório do Congresso, que não esta previsto na nossa Legislação”. “[Dilma] tem falta de apoio, pelos seus erros, pelo arroxo fiscal, pela falta de habilidade na condução das coisas da República. Esse impasse pode ser resolvido por um processo sem base legal? A mim parece que não”, completou.
 
O senador discursou sobre o histórico da contenção da inflação. “Os remédios anticíclicos são os remédios que deveriam ser aplicados no Brasil”, disse.
 
Para Requião, o processo político hoje votado no Senado vem da “brutal insatisfação popular, pela extraordinária agressão da imprensa, embalada pelos interesses geopolíticos”. Mas alertou para o pós: “A utopia neoliberal, que é a moderna fantasia que toma conta da nossa mídia e que embala boa parte do Congresso Nacional”.
 
“A minha solução não é o recall, é o entendimento, um governo de coalizão social e a discussão dos partidos políticos”, disse o parlamentar, anunciando que votará contra “a besteira, a monumental asneira do impeachment da presidente da República”, concluiu.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

5 Comentários

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  1. FORA TEMER

    O próximo passo é FORA TEMER, sócio e cúmplice da Dilma.

    FORA TEMER, é cassar a chapa e convocar novas eleições.

    Desde que só possam participar candidatos com ficha limpa, que nomeiem ministros idem, senão não adianta nada.

    FORA TEMER!!!

  2. Ele continua junto com o Cunha, Renan, Temer, Jucá…

    …no PMDB?

    Se ele fosse deputado eu até entenderia que ele não quisesse perder o mandato. Mas senador não perde mandato quando sai do partido.

    Só acredito neste senhor se um dia ele deixar o PMDB. Enquanto isto, coloco entre os demagogos.

  3. Foi disparado o melhor

    Foi disparado o melhor discurso, o mais lúcido, inclusive apontando a contradição da Dilma de ter adotado o programa econômico do Aécio.

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