Ruptura de novas barragens pode causar desastre ainda pior em Minas Gerais

Jornal GGN – A enxurrada de lama causada pelo possível rompimento das barragens que permaneceram de pé em Mariana (MG) seria muito maior do que a tragédia de novembro, avalia um estudo encomendado pela mineradora Samarco.

A ruptura da barragem do Fundão danificou as estruturas dos outros reservatórios. A Samarco diz que eles estão estáveis, mas trabalha para reforçá-los. O estudo fala na possibilidade de vazamento de 105 bilhões de litros de rejeitos no caso de rompimento das outras barragens em Mariana. No caso da estrutura de Fundão, é estimado que 40 bilhões de litros tenham sido despejados.

Da Folha

‘Tsunami de lama’ pode ser pior com ruptura de novas barragens em MG

O possível rompimento das barragens que ficaram de pé em Mariana (MG) poderia resultar em uma enxurrada de lama muito maior do que a da tragédia de novembro, ampliando a destruição da fauna e da flora e atingindo moradias que ficaram preservadas.

A avaliação é de um estudo encomendado pela mineradora Samarco a pedido da Justiça e obtido pela Folha.

Essas estruturas foram danificadas após a barragem de Fundão se romper e deixar um rastro de destruição que chegou ao litoral do Espírito Santo. A mineradora diz que os reservatórios remanescentes estão “estáveis”, mas que trabalha para reforçá-los.

O novo estudo considera a possibilidade de vazamento de 105 bilhões de litros de rejeitos em caso de rompimento das barragens que continuaram de pé em Mariana –a estimativa é que 40 bilhões tenham sido despejados da estrutura de Fundão.

No documento apresentado pela Samarco são exibidos cenários que chegariam, ao menos, até a hidrelétrica Risoleta Neves (Candonga), a 109 km das barragens.

O estudo só se concentrou até esse ponto, seguindo pedido da Justiça, já que também foi determinado que a usina seja esvaziada para conter rejeitos de minério em caso de novos rompimentos.

Além do assoreamento e da mudança do curso de rios, a destruição afetaria áreas de preservação ambiental, acabaria com a vida animal, interromperia os fornecimentos de água e luz e inundaria propriedades urbanas e rurais.

Cinco possibilidades foram avaliadas pela empresa de consultoria Pimenta de Ávila. Todas levam em conta que a barragem de Santarém, que armazena água para a produção mineral e fica mais próxima do distrito de Bento Rodrigues, transborde ou se rompa.

No pior dos cenários, isso aconteceria após a ruptura da barragem de Germano, que fica logo atrás de Santarém.

As previsões apontam que a lama chegaria em dez minutos ao local do antigo povoado de Bento Rodrigues, completamente submerso pela lama de Fundão. O município de Barra Longa, a 77 km de distância, seria atingido após 11 horas, intervalo próximo ao do dia da tragédia.

A consultoria pede que a Samarco cadastre as habitações que podem ser atingidas para facilitar a evacuação e elabore novo plano de emergência para as barragens que restaram. O Ministério Público de Minas solicitará que a Justiça determine as medidas.

O estudo não aponta quais providências concretas seriam tomadas em cada cenário.

OUTRO LADO

A Samarco diz que as barragens e diques em Mariana estão “estáveis” e que tem monitorado as estruturas com drones, escaneamento a laser e instrumentos geotécnicos. Também afirma que trabalha para reforçar a barragem de Santarém. A conclusão das obras está prevista para o fim de fevereiro.

Em nota, a mineradora diz que trabalha em conjunto com a Defesa Civil de Mariana e de Barra Longa para informar as comunidades sobre procedimentos de evacuação.

Como “medida adicional”, afirma que tem feito monitoramento on-line da área por meio de “câmeras, telões, drones e radares” e acompanhamento visual das barragens de Santarém e Germano.

Além disso, diz, há um sistema de alerta com sirenes fixas e móveis. As prefeituras da região confirmam.

 

Segundo a mineradora, um novo plano de emergência está em “fase de elaboração de escopo para a contratação de empresa especializada”.

Redação

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