Santander Cultural cancela Queermuseu – cartografias da diferença na arte brasileira, por Matê da Luz

Santander Cultural cancela Queermuseu – cartografias da diferença na arte brasileira

por Matê da Luz

Qual o tamanho da lacuna entre o que pregam e praticam – empresas, pessoas? 

A pergunta surge para estimular o diálogo e reflexões sobre a mostra Queermuseu, que aconteceu em Porto Alegre e que, neste final de semana, teve decretado seu fim por meios nada sólidos e, quiçá, desrespeitosos –o curador, o público e a comunidade diversa deste país ficaram sabendo do encerramento pelo Facebook, primeiramente.

Iniciada em 15 de agosto e com previsão de término em 8 de outubro, a exposição dava conta de quase 300 obras que contemplavam coleções púbicas e privadas explorando a diversidade de gênero.

O banco Santander, responsável pelo patrocínio do evento, comentou, na época da abertura, que “valoriza a diversidade e investe em sua unidade de cultura no Sul do País para que ela seja contemporânea, plural e criativa”. Neste feriado, após pressões nas redes sociais, especialmente praticadas pelo Movimento Brasil Livre (MBL), veja só a ironia, risos, livre pra quem?, o banco opta por encerrar a mostra com o argumento de que as obras “desrespeitavam símbolos, crenças e pessoas, o que não está em linha com a nossa visão de mundo”.

O curador Gaudêncio Fidelis se diz pego de surpresa pela decisão unilateral do banco, com quem nunca teve uma conversa sobre possíveis reformulações, por exemplo:

Não fui consultado pelo Santander sobre o fechamento. Fiquei sabendo pelo Facebook. Logo em seguida, recebi uma rápida ligação da direção do museu, em que fui comunicado da decisão. Perguntaram se eu queria saber a opinião do banco sobre o assunto. Respondi que não precisava, uma vez que a nota divulgada já dizia tudo. Já fiz duas bienais do Mercosul, nunca tinha visto algo parecido — afirma Fidelis, sobre a decisão “unilateral”. — As manifestações foram muito organizadas e se debruçaram sobre algumas obras muito específicas, que não dão a verdadeira dimensão da exposição. Esses grupos (de críticos) mostraram uma rapidez em distorcer o conteúdo, que não é ofensivo. — disse o curador ao jornal Extra, de onde estas aspas foram retiradas.

Opiniões sobre a arte em si, particularmente, não tenho – não sou crítica e tampouco conheço critérios para definir este tipo de contexto mas, como pessoa, ser pensante, o que entendo é que a arte tem como um dos objetivos primordiais a provocação em diversos e diferentes sentidos e, então, o material que estava ali dava conta de preencher este quesito. Não sei se impactada pela forte opressão que o mundo e, especialmente, nosso País vem sofrendo, o que mais enxergo neste episódio é que o Santander cedeu a uma pressão preconceituosa, de cunho religioso e moralmente equivocado que coloca o gay como anormal.

“Ah, mas tinha zoofilia numa das obras” – que fosse analisada e retirada ou que promovesse diálogos, trocas, experiências afim de abrir a cabeça das pessoas. Mas não: muito do que anda acontecendo por aqui, neste mundo, tem parecido com atitudes e atividades afim de fechar, controlar, comandar. Isso assusta e o medo, sabemos, é um dos ingredientes preferidos daqueles que pretendem comandar mediante o mal.

Pra quem pretende dar uma olhada num dos vídeos que atacam a exposição, respira, encontra estômago e segue aqui:

https://www.youtube.com/watch?v=SfDHc_p_ywA&feature=youtu.be

No mais, que a gente encontre forças silenciosas pra seguir neste mundo onde coerência é apenas mais uma palavra que, oremos, um dia vira ação e, no mais, algum pensamento sobre “imagina só se a gente reunisse este tipo de energia pra erradicar a fome no mundo?”. Sei lá, só sentindo um tanto de desgosto pelo tipo de causa que esse povo escolhe. 

Mariana A. Nassif

23 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. UMA SEMANA DESGRAÇADA E UMA

    UMA SEMANA DESGRAÇADA E UMA IRRITAÇÃO CONSTANTE TODAS AS VEZES QUE ACESSO O GGN TENHO DE ME LOGAR MAS VAMOS AO FATO;SOU SOCIALISTA E TAMBÉM CATÓLICO E ME SINTO SEMPRE CONSTRANGIDO ENTRE OS PAPA HÓSTIAS E PARTE DA ESQUERDA QUE SUPÕEM SER ISSO UMA ABERRAÇÃO,VENHO DAS CEBs DESDE SEU INÍCIO,ALI ME POLITIZEI ,ALI CONHECI A DIMENSÃO DE JESUS LIBERTADOR E SINTO-ME SIM OFENDIDO COM PALAVRAS COMO VAGINA,BUNDA,MERDA,PÊNIS LÍNGUA ENTRE OUTRAS ESCRITAS NA HÓSTIA,SINTO-ME OFENDIDO COM OFENSAS A CRISTO SENDO REPRESENTADO NO COLO DA MÃE COMO UM MACACO COMO SINTO SER OFENSIVO DESRESPEITOSO E PRECONCEITUOSO O PIXULECO.POUCO ME IMPORTA SE OS MERDAS DO MBL PROTESTARAM CONTRA ESSA EXPOSIÇÃO,ISSO NÃO ME INIBIU DE ASSINAR UMA PETIÇÃO.ISSO NÃO É ARTE É OFENSA,É PRECONCEITO É TRIPUDIAR SOBRE COISAS QUE NOS SÃO CARAS.LIBERDADE PRESSUPÕE RESPONSABILIDADE E NÓS FOMOS OFENDIDOS SIM GOSTEM OS “LIBERTÁRIOS”OU NÃO. EXIJO RESPEITO A MINHA IDEOLOGIA E A MINHA FÉ.TENHO TODA UMA VIDA DE LUTA EM NOME DA LIBERDADE DA VERDADE E DA IGUALDADE,A ISSO DEDIQUEI MINHA ADOLESCÊNCIA MINHA JUVENTUDE E MATURIDADE E APRENDI COM MEU FINADO PAI QUE RESPEITO É BOM E CONSERVA OS DENTES.MUITOS QUE CONDENARAM CHARLIE HEBDO HOJE DEFENDEM ESSA”ARTE” PELO FATO DE MEIA DÚZIA DE NAZISTAS AMEBAS POLÍTICAS DO MBL TEREM SIDO CONTRA.ISSO NÃO É ARTE ISSO É OFENSA DENTRO DO CONTEXTO A QUE ME REFIRO.

    1. O limite da sua liberdade é não atropelar a minha dignidade

      Luiz, concordo totalmente contigo: Apoio que os homossexuais tenham liberdade e acesso a expor sua arte e  cultura igual a qualquer outro grupo, comunidade ou etnia. Mas porque temq eu sempre provocar ou mesmo enxovalhar simbolos importantes pros outros?

      Sou católico. Para mim Jesus é sagrado, Jesus é Deus Jesus está acima de tudo e não pode ser ofendido. Voce é livre pra ser cristão, umbandista, budista ou ateu, mas não pode ofender o que me é caro. Não gosta de Jesus, não seja seu seguidor. 

      è muito baixo e sem sentido que os homossexuais exijam (com justiça) que não sejam mal tratados, humilhaods, motivo de piada. mas tudo é um amão de dupla: se não podem ser persguidos ou escrachados, igualmente não podem perseguir nem escrchar nada caro a outro grupo diferente. Muito menos podem construir sua cultura em cima da mágoa sobre outra, ou será uma cultura condenada desde sua base.

      Além de tudo é um atitude burra: os homossexuais são mau vistos (injustamente) por uma sociedade ignorante e preconceituosa. Precisam melhorar sua imagem e passarem a ser aceitos e vistos como normais. No entanto, muitos pensadores e lideres homossexuais teimam em ter como bandeira provocar e atacar simbolos cristãos, em um país de maioria cristã, com boa parte da população comendo na mão de pastores homofóbicos raivosos. Não veem que esta tática nunca vai lhes permitir serem aceitos e bem vistos, e que só fortalce  um Bolsonaro ou um Marcos Feliciano ou Malafaia, pessoas que tem peito de defender com unhas e dentes os simbolos ma´ximos cristãos (ainda que por motivos torpes e interesseiros)?

      Amigos homossexuais> Sou cristão, católico e hetero, mas não tenho nada contra vocês e sempre os defendo quando psso. O que voces tem contra minha religião e contra meu Deus?

      1. “Para mim Jesus é sagrado,

        “Para mim Jesus é sagrado, Jesus é Deus Jesus está acima de tudo e não pode ser ofendido.”

        Mas para mim Jesus não é Deus nem sagrado. Posso dizer isso, ou isso já ofende você?

        Mais: Jesus não é Deus nem sagrado para judeus, muçulmanos, budistas, espíritas, umbandistas, ateus, agnósticos, hindus e xintoístas. Temos todos nós de fazer de conta que é, para não melindrar suas sensibilidades, enquanto você tranquilamente come carne de porco?

    2. Sobre a liberdade

      Acho perigoso esse tipo de raciocínio. Ao aceitar a censura de algumas obras, abre-se precedente para a censura de todas. Tudo pode ser discutido, questionado, contestado. E a linguagem que o artista usa para discutir, questionar e contestar é a subjetividade, o simbolismo, as metáforas, analogias, referências… A releitura de um conjunto de símbolos, a mistura desses símbolos com outros de significação distinta e até oposta não configura, necessariamente, desrespeito. Isso está perfeitamente dentro do campo da discussão e da criação artísticas. Existem leis que protegem a liberdade de crença e o respeito a objetos de culto. Elas devem mesmo existir, mas é preciso delimitá-las frente a um direito bem mais importante: o direito à liberdade de expressão. Esse tipo de lei deve ser utilizado para coibir ataques diretos a pessoas, tentativas gratuitas de humilhação, incitação ao ódio, vandalismo contra templos e acervos, mas nunca para proibir manifestações artísticas. Ninguém ganha com esse tipo de proibição, pois o resultado seria uma limitação tosca e desnecessária da capacidade social de pensamento e reflexão. Nenhuma das obras da exposição interrompida chega perto de atitudes criminosas. Um exemplo de crime nesse sentido é o caso dos traficantes que estão destruindo casas nas quais se praticam cultos de determinadas religiões. E o pior: coagindo os próprios praticantes a promoverem a destruição. É preciso ter em mente que a liberdade religiosa deve sempre pressupor também a liberdade de crítica às religiões. Caso contrário, não seria liberdade. A religião, como um conjunto de crenças e ideologias, não pode ter uma condição privilegiada dentro da arena de debates, assim como nenhuma outra questão. Se alguém utilizasse, por exemplo, símbolos do universo LGBT, como a bandeira do arco-íris, para criticar algum comportamento da militância LGBT, teria que ter todo o direito de expor sua obra (caso alguma curadoria a julgasse relevante), desde que não estivesse incitando o ódio ou promovendo a discriminação. Mas se simplesmente decidisse pisar sobre a bandeira, como fez um pastor em um programa de tevê estrangeiro, aí deveria ser impedido, pois seria uma clara tentativa de humilhação gratuita. Veja quantos significados há na imagem do Cristo crucificado: o martírio, o sacrifício, a redenção, a expiação… Quando o artista faz brotar braços nessa imagem, cada qual oferecendo uma futilidade qualquer, ao mesmo tempo remetendo a uma divindade de outra crença (o hinduísmo) e ao Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci, perceba a riqueza de significados e reflexões que daí emerge, seja por complementação, seja por contraste, pelas referências, pelo estilo… O sistema capitalista, a cultura ocidental, o papel da religião, o consumismo e até a oposição entre os ensinamentos de Cristo e a visão de mundo dominante. As interpretações, obviamente, são múltiplas e não necessariamente críticas à religião. Agora pegue o significado das hóstias: o pão, o corpo… Ao escrever nelas nomes de partes do corpo ligadas à atividade sexual, o artista acrescenta uma nova camada de significados e reflexões e “explode nossa cabeça”. Crime seria não permitir a utilização artística desses símbolos. O importante é preservar a vida, a liberdade e a dignidade das pessoas, com total respeito à integridade de todos e com vistas à promoção da paz. Proibições nesse sentido resultariam em uma sociedade mais burra, menos crítica e menos consciente de suas conquistas e desafios.

    1. Vamos ver se agora vai
      Talvez a acusação mais grave que a exposição recebeu, a que diz respeito à possível apologia à pedofilia, também é a mais confusa: nos vídeos e textos que motivaram o fechamento da exposição, há poucas acusações diretas a obras específicas. A mais contundente, no entanto, se refere às obras de Bia Leite. Nas telas, a artista se inspira em publicações do site Criança Viada – em que pessoas enviavam “fotografias antigas enquanto crianças que tinham traços/trejeitos não-heteronormativos; com a intenção de celebrar esses traços, que durante toda a infância foram motivo de xingamentos e violência”, segundo Bia.

      – Nós, LGBTs, já fomos crianças. Esse assunto incomoda porque nunca viramos LGBTs, nós sempre fomos. Todos devemos cuidar das crianças, e não reprimir a identidade delas ou seu modo de ser no mundo. Isso é muito grave. Sou totalmente contra a pedofilia e o abuso psicológico de crianças. O objetivo do trabalho é justamente o contrário, é que essas crianças tenham suas existências respeitadas – diz a artista.

      Iuri Giusti, criador do site Criança Viada, também se manifestou sobre o assunto no Facebook:
      “As frases que ilustram as obras da Bia são minhas e me doeu pra c… ver que algo que eu escrevi, que foi tão lindamente entendido por anos, acabar sendo colocado como apologia à pedofilia por tanta gente inconsequente e desinformada”.

      Gaudêncio reforça o posicionamento e ressalta o viés de combate ao preconceito contra crianças que não seguem os padrões:

      – A obra é feita sob uma perspectiva positiva da comunidade LGBT sobre enfrentar o preconceito, o bullying e todas as questões que dizem respeito à manifestação de gênero. Nunca imaginei na minha vida profissional que uma pintura como aquela pudesse ser atrobuída ao caráter de incitação à pedofilia. É uma desconexão.

  2. Erros e acertos

    O mais grave dese episódio é haver uma lei que permita que bancos obtenham benefícios fiscais em projetos suspostamente culturais. No primeiro semestre, a unidade brasileira do Santnader foi a que obeve maiores lucros entre todas as bases do planeta! Com relação à exposição em si, pouco tenho a opinar já que não entendo de arte. Mas o tema é delicado e pode melindrar crianças e pessoas mais conservadoras. O estímulo a práticas sexuais não ortodoxas não é interpretado pelas crianças como uma ampliação do conceito de diversidade, como entendem os mais afoitos. Ao voltar da exposição,a  criança poderá tentar praticar atos sexuais com o seu animal de estimação, o que convenhamos foge totalmente dentro dos parâmetros da normalidade. Os protestos são legítimos assim como as manifestações de apoio. O grande erro foi do Santander em tentar economizar em gastos fiscais, encaminhar um projeto polêmico sob a alegação de estímulo à tolerância nas práticas sexuais. O banco poderia ter sido mais responsável ao impor uma classificação etária na exposição, mas não o fez. Arranha sua imagem junto aos mais progresistas e também com os conservadores, estando ainda sujeito a punições penais pelo estímulo á pedolfilia e zoofilia.

  3. Acho que temos que começar

    Acho que temos que começar uma campanha contra a obra de Hieronymus Bosch, principalmente ao Jardim das Delícias do museu Reina Sofia. Todos os cartazes, memes e posts poderiam ter o patrocínio do banco Santander e sua moral seletiva.

    Triste ver argumentos como os apresentados pelo banco contra uma exposição em pleno século XXI. Isso mostra que a arte continua vanguarda contra a barbarie.

  4. Há informações de que vários

    Há informações de que vários integrantes do MBL trabalham no governo marchezan (PSDB) como cargo em confiança, o certo é que essa gangue toda a atividade externa do prefeito aparece como fazendo sua segurança contra protestos de servidores municipais.

  5. Sem surpresa

    MBL e Santander: duas firmas privadas trabalhando juntas para uma sociedade aristocrata, violenta, conservadora e fascista. O MBL não é movimento de base popular assim como o Santander não está interessado em arte. Ambos gostam de elites, ambos visam lucro. Que pode ser em dinheiro, em imagem ou em estabelecimento de ideologia.

    Não vejo como o desfecho poderia ser diferente do que foi. Ou alguém realmente acredita que essa firma, Santander, quer mesmo uma sociedade plural e democrática? Se não estivesse interessada em que as pessoas tivessem dela uma imagem de elitista e conservadora não teria feito campanha contra a candidatura do PT nas eleições de 2014. O elitismo conservador e reacionário dessa firma é assumido.

    Podemos esperar campanha publicitário do banco tentando disfarçar esse conservadorismo – mas nunca negá-lo –  em breve.

  6. , …”o banco opta por

    , …”o banco opta por encerrar a mostra com o argumento de que as obras “desrespeitavam símbolos, crenças e pessoas, o que não está em linha com a nossa visão de mundo”…

     

    MBL e Santander. Trabalham para resgatar a marvilhosa “visão de mundo” da Casa-Grande.

    Orlando

     

     

     

     

  7. Na exposição retrospectiva de

    Na exposição retrospectiva de Jeff Koons em Paris no Pompidou, estava lá a famosa série dele com a Ciciolina. São cenas de sexo explícito do casal em foto e escultura. Então foi preparada uma sala em que na entrada se avisava sobre o conteúdo mostrado. E que menores de idade só poderiam entrar com a permissão dos pais.

    Ou seja, de maneira sensata se resolve o problema. Obras que usam imagens de Jesus Cristo e similares? Avisa-se que pessoas muito religiosas podem se sentir ofendidas. Se for proibir pura e simples, retrocedendo no tempo se proibe a pintura de Gaugin em que retrata Cristo na cor amarela. Um carola pode achar que o pintor insinuou que o filho de Deus amarelou!

    Mesmo caso de suposta “pedofilia”. Se se quer negar que crianças tem sexualidade, então proibam a obra inteira de Freud, entre outros. No terreno da arte, joga-se na fogueira a obra de Balthus e da melhor pintora de Portugal, Paula Rego, em cartaz no Rio. Ambos enfatizam a sexualidade infantil. Mas nada a ver com pronografia e claro nada a ver com Xuxa!

    Zoofilia? Aí proponho que os playboys do MBL saiam pelo interior do Brasil a fora atrás dos meninos que fazem sua “iniciação sexual” com porcas. Cortem o pinto deles!

  8. Muitas das obras que vi em

    Muitas das obras que vi em videos não colocaria nas paredes de minha casa. Não por preconceito, mas porque artisticamente não representam muita coisa.

    Porem, fechar exposições de arte é a declaração formal da implantação do nazismo na nossa sociedade.

    Hitler fez a mesma coisa.

     Trata-se de uma nuvem negra tomando conta de nossas vidas. São os moralistas atacando de todos os lados.  Atacam e assassinam nas ruas os homosexuais, incendeiam templos e monumentos de religiões de origens africanas.

    Onde isso vai nos levar?

    O destino sera sombrio.

    Fui um dos que mais defendi, neste blog, oa presidente Dilma. Ao mesmo tempo fui o que mais criticou as politicas culturais dos governos petistas. Foram de uma mediocridade inexplicavel.

    Deu nisso, voltamos a Idade Media.

  9. Tenho grande curiosidade de

    Tenho grande curiosidade de saber qual seria a “arte” selecionada por essa milicia nazista, para uma exposição organizada por ela.

    1. Assista “Arquitetura da Destruição”

      Tem uma boa abordagem do que os nazistas chamavam de “grande arte”. Expõe com crueza o ideário estético nazista, a louvação de uma arte clássica, idealizada ao máximo, eugênica, ao mesmo tempo em que mostra como os nazistas odiavam a arte moderna, que classificavam de “degenerada”.

  10. Lewis Carroll, célebre
    Lewis Carroll, célebre escritor de ”Alice no País das Maravilhas” é hoje considerado pedófilo, inclusive como fotógrafo tirou algumas fotos de teor que pode ser visto como ”erótico” de Alice Liddell de quem era pŕoximo, apesar de nunca a ter abusado factualmente da menina.Hoje Alice é a personagem mais celebrada na literatura universal, infantil e na cultura pop (com filmes e desenhos animados). Inúmeras pessoas, ao redor do mundo usam o ”ícone” Alice seja em ilustrações, pinturas, em páginas de redes sociais, etc.E o que isto tem a ver com a mostra em questão? E com censura?Nada. E tudo, se formos ver o quão complexa pode ser a história de vida de algúem atormentado (Carroll era pastor) por anseios, ou seja lá o que for e que mesmo assim conseguir transmitir em forma de arte a sua contribuição para inúmera existências.Seguindo o pensamento ”água de salsicha” da direta que quer censurar a criação artística, deveríamos queimar os livros de Carroll, dvds de filmes, proibir as ilustrções da Alice da Disney loira de vestido azul que circulam por aí, tudo por causa de inferências vindas de análises tão profundas quanto um pé de alface.
    (Destaco que não estou fazendo paralelo entre a sexualidade dos artistas com a do autor Carroll, entendam, é apenas para ”puxar” essa possível ”leitura de pedofilia” que os imediatistas fizeram sobre a mostra)O ser humano é complexo (que expressão inédita) e dentro desta complexidade não pode ser nivelado pelo misticismo, pelo fundamentalismo ou por um utilitarismo canhestro, que não é nem isto, mas apenas a pura e simples manipulação de grupos a serviço de outros grupos. A obscurescência por trás destes ”movimentos” tipo MBL é muito mais perigosa do que gravuras que ofendem a classe média cínica que dá ao ”porn business” incontáveis lucros – o Brasil está entre os dez maiores consumidores de pornografia online do mundo, isto porque somos ”maioria de bem e cristã”.

     

  11. Eu li sobre isto no The

    Eu li sobre isto no The Guardian.

    Até apareceu o nome daquele pastor acusado de lavagem de dinheiro relacionado a royalties de mineração.

    Existem empresas, sobretudo de roupas, que tem seus produtos apreciadas por grupos de extrema-direita. As empresas, veementemente, dizem que não possuem relação com estes grupos (e é verdade, estas empresas não têm).

    O Santander faz o mesmo, só que no oposto. Abraça a direita. O banco tem promovido (claro, com o dinheiro ganho no mercado financeiro, bem se diga…) mostras artísticas, exposições. Mas se a arte é incapaz de correr riscos, apenas sendo uma figuração mais do mundo já aqui, estamos com os pés dentro da lama da indústria cultural. Bom, olhando por este aspecto, o Santander volta ao seu leito natural…

    Quanto ao aspecto artístico, sinto não poder dizer algo mais a respeito e, sinceramente, muito me interessa quais foram os critérios da curadoria. Mas este aspecto é artístico/ estético.

    Agora, o MBL tem um modus operandi sempre o mesmo, cujo fim é esconder a própria sujeira, seus próprios vícios e sua promiscuidade com o poder. São mais próximos do neoliberalismo e do conservadorismo. Um liberal de fato não aceitaria este tipo de coisa (sim, o liberalismo brasileiro é uma coisa de salão de chá, bem requenguela).

     

     

  12. Quando o Kim for ministro da cultura

    Quando o Kim for ministro da cultura no futuro governo Bolsomito, proponho que sejam banidas todas as músicas que contenham a expressão “I love you baby” das rádios brasileiras, que todos os CDs que tenham letras com essa expressão ou semelhantes sejam destruídos e que quem baixar ou executar tais peças musicais seja preso em flagrante. A nossa população está se tornando cada vez mais anglófona e deve ser resguardada contra intenções claramente pedófilas disfarçadas de manifestações artísticas.

    Após escrever essa primeira parte do post lembrei desse tal Noel Rosa naquela marcha de carnaval:

    Linda pastora morena da cor de madalena
    Tu não tens pena de mim
    Que vivo tonto com o teu olhar
    Linda criança tu não me sais da lembrança
    Meu coração não se cansa
    De sempre sempre te amar

    Se sso aí não é pedofilia, então o que é? Definitivamente precisamos rever toda a cultura brasileira extirpando todos os seus traços doentios e influencias de comunistas e ateus.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador