Segóvia assume comando da PF e propõe melhorar relação com o MP

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Brasília O novo diretor-geral da polícia federal, Delegado Fernando Queiroz Segovia, o ministro da justiça, Torquato Jardim e o presidente da republica, Michel Temer, durante a solenidade de Transmissão do Carg

O novo diretor-geral da Polícia Federal, delegado Fernando Queiroz Segóvia, o ministro da Justiça, Torquato Jardim e o presidente da República, Michel Temer, durante a solenidade de transmissão do cargo de Diretor-Geral da Polícia Federal – Foto: Marcos Corrêa/PR

Por Karine Melo

Da ABr

O novo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segóvia, assumiu hoje (20) o cargo e defendeu um novo capítulo na relação da PF e do Ministério Público Federal (MPF). “Hoje, há uma infeliz e triste disputa entre a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, mas confio no espírito de maturidade dessas instituições. É preciso escrever um novo capítulo e deixar de lado a vaidade. O único que se beneficia dessa disputa é o crime organizado”, ressaltou.

Segóvia se refere a uma queda-de-braço entre as duas instituições sobre a competência de policiais de firmar acordos de delação premiada nas investigações criminais. Para os procuradores, o dispositivo da Lei das Organizações Criminosas (Lei 12.850/2013) que prevê que o delegado possa fazer acordos de delação é inconstitucional.

Prioridades

Entre as prioridades de sua gestão, o novo diretor-geral destacou o combate à corrupção . Segundo ele, operações como Lava Jato,  Cadeia Velha, Cui Bono e Lama Asfáltica terão foco especial, tanto na atuação junto ao Supremo Tribunal Federal quanto em relação às varas criminais.

Às vésperas de um ano eleitoral, Segóvia disse ainda que o combate a esse crime relacionado às votações também estará no foco central de atuação da PF. A expectativa do diretor-geral é de que a corporação aja “com isenção total, independentemente de partidos políticos”.

Investigações criminais

Durante a cerimônia de transmissão de cargo, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, condenou o que chamou de “ilações especulativas” nas investigações criminais. Ele criticou a convalidação de “imputações sem referências sólidas nos fatos e documentos”.

Evidenciando a divergência com o Ministério Público, Torquato defendeu que é preciso dizer “não à vaidade fruto da ambição ou propósitos ocultos no processo”. “Essas condutas que se desviam da ética agridem mais a sociedade que o próprio indivíduo, porque geram uma dúvida coletiva sobre a isenção da conduta de quem atua em nome do Estado”, completou.

O presidente Michel Temer participou da solenidade, mas não fez uso da palavra.

Segóvia recebeu os cumprimentos do ex-diretor-geral, Leandro Daiello, que anunciou sua aposentadoria, publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União. Após quase sete anos no comando da PF, Daiello se colocou à disposição de seu sucessor, fez um agradecimento especial aos servidores e destacou o orgulho de ser policial federal.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

6 Comentários

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  1. Tá bom. Daqui alguns meses,

    Tá bom. Daqui alguns meses, talvez dois ou três, ele vai anunciar o fim dessa lava-jato.Ele foi indicado pelo Padilha e pelo Sarney e, querem que acreditemos que as “investigações” irão continuar. Ahhh tá. Só se for contra o PT, aí sim. Esses caras não dão “ponto sem nó”. Vamos aguardar (e, confirmar). 

  2. A DIREITA DEITA E ROLA DEVIDO

    A DIREITA DEITA E ROLA DEVIDO A BONDADE DA ESQUERDA,TUDO BONITINHO MAS SÃO “FEINHOS”. O POVO É O REFLEXO DA MÍDIA DE ESQUERDA;PALERMAS!

  3. Quer melhorar a relação com o MPF…

    Ele afirmou que mala de dinheiro não é prova, então vai pegar algumas malas de dinheiro com o miSHELL e distribuir para os comparsas do mpf

    1. quer….

      SEGÓVIA: “Só mala de dinheiro não é prova de nada. Mala de dinheiro combinada na Presidência da República e no Congresso, não é prova de nada. Mala de dinheiro combinado na Presidência e Congresso às escondidas, não é prova de nada. Defenderá cegamente a Justiça. Tão cegamente, que nunca a encontrará. O Brasil é de muito fácil explicação.  

  4. Mais um comparsa

    Ele foi escolhido a DEDO para se integrar à quadrilha no poder. Afirmou que mala de dinheiro não é prova contra Temer.

    Não há mais saída dentro das instituições. Agora só com levante popular e greve geral por tempo indeterminado.

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