Sucateamento do INPE é uma manobra planejada

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Na TV GGN 20 horas, Acioli Cancellier de Olivo lembra que Ricardo Salles atacava instituto antes mesmo de assumir Ministério do Meio Ambiente

Acioli Cancelier de Olivo, pesquisador aposentado do INPE. Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 – via Flickr

Quase quatro anos depois, pode-se dizer que um balanço do bolsonarismo no poder envolve a destruição de mecanismos que garantem a proteção de patrimônios brasileiros, como a Amazônia.

Um exemplo disso é o que tem sido feito com o INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, entidade considerada referência no monitoramento espacial do desmatamento e das queimadas na floresta.

“Existem vários pontos que o governo Bolsonaro tem atacado o INPE e não é de hoje, desde aquela época – aliás, eu até vou um pouco antes: no dia 20 de novembro de 2018, após a eleição do Bolsonaro, entre a eleição de Bolsonaro e a sua posse ele convidou Ricardo Salles para ministro do Meio Ambiente”, lembra Acioli Cancellier de Olivo, pesquisador aposentado do INPE e vice-presidente do Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Setor Aeroespacial.

INPE foi atacado antes mesmo do governo tomar posse

Em entrevista exclusiva à TV GGN 20 horas desta sexta-feira (10/06), Acioli lembra uma entrevista coletiva concedida por Salles antes mesmo de tomar posse no ministério. Na ocasião, Salles afirmou que iria mudar as práticas que o INPE tinha para monitorar o desmatamento.

“Ele falou ‘vamos melhorar os métodos que o INPE tem sobre o desmatamento’. Ricardo Salles não é cientista, Ricardo Salles não entende de modelos computacionais, Ricardo Salles não entende de Amazônia, Ricardo Salles não tinha e não tem compromisso com o meio ambiente”, afirma Acioli.

E pode-se dizer que tal expertise não só deixou Salles descontente, como que diversas autoridades não deixaram de atacar o trabalho do INPE desde então – Salles, o próprio presidente Jair Bolsonaro, o vice-presidente Hamilton Mourão e até mesmo o general Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

“Eu diria que é um processo no qual eles identificam o INPE justamente como Bolsonaro identifica os seus adversários – os quais não são adversários, são inimigos”, lembra o pesquisador aposentado.

“Eu conheço muito bem quem faz esse trabalho de monitoramento ambiental, tanto de desmatamento como no monitoramento das queimadas e de vários biomas”, ressalta Acioli “O INPE é uma entidade abstrata, ela é formada por servidores públicos capacitados, comprometidos com a ciência e com a verdade”, afirma.

Veja mais a respeito do tema na íntegra da TV GGN 20 horas. Clique abaixo e confira!

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

3 Comentários

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  1. “A destruição das pesquisas no Brasil”.
    PARA QUE PESQUISA?
    “O Brasil é agro. O Agro é pop”. Segundo a família Marinho.
    Reles colônia. Eternamente plantation.

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