A pesquisa sobre os sites que medem popularidade no Twitter

Por jns

Do O Tempo

Pesquisa da Ufop desmente eficiência de sites que medem popularidade no Twitter

Ferramentas como Klout e o Twitalyzer foram estudadas a partir de um usuário fake no microblogging; estudo foi citado em artigo no jornal americano “The New York Times”

ANDERSON ROCHA

Ela posta muito no Twitter. É loira, bonita, jornalista recém-formada e faz comentários sobre assuntos diversos. Mesmo com apenas 700 seguidores, é mais influente no microblogging do que a celebridade americana Oprah Winfrey (pelo menos, segundo o Twitalyzer, site de medição de popularidade). Só tem um porém: ela é um robô virtual.

Estas são as características de Carina Santos (veja aqui), a personagem fictícia criada para fins de estudo por pesquisadores da Ufop, a federal de Ouro Preto. O objetivo era questionar a eficiência de ferramentas que prometem medir a popularidade de um usuário no Twitter, como os sites Klout e o Twitalyzer, já citado.

Questionou e comprovou. O trabalho, iniciado no fim de 2011 e com duração de três meses, mostrou como é fácil manipular a opinião pública em relação à influência nas redes. Assim, de acordo com o professor da pós-graduação Fabrício Benevenuto, foi possível perceber que atividades automáticas simples fizeram um robô se tornar influente.
Uma postagem da robô virtual

COMO ASSIM? 
Carina não existe: ela é um bot (diminutivo de robot) que replica mensagens de outros usuários. De acordo com o professor Ricardo Rabelo, para dar “vida” à usuária fake, os pesquisadores do laboratório iMobilis, do Departamento de Computação da universidade, criaram um algoritmo chamado scarina. Segundo ele, o bot busca no Twitter sentenças como “Globo + palavra”, seleciona os resultados mais recentes e os retuíta ou reaplica (posta como se fosse seu).

“Nós não controlamos o que ela posta. Tem coisa que elogia, tem coisa que xinga. Todo o processo é aleatório: o bot gera como se fosse dela, mas de fato ela apenas seleciona tweets com a palavra ‘Globo’ mais alguma coisa”, afirma Ricardo.

Em três meses, Carina conseguiu 700 seguidores. Além disso, para ser considerado influente pelo Klout e Twitalyzer, o perfil fictício foi analisado também pela estabilidade no avanço de seguidores e a relação de tweets gerados e retuítados por outros. O fato é que Carina preencheu com maestria os requisitos e, sim, foi considerada muito influente.

“À época da nossa pesquisa, as ferramentas não divulgavam as técnicas de avaliação. Depois do resultado, porém, elas aparentemente mudaram, porque o estudo causou rebuliço”, diz Rabelo.

SAIBA MAIS
Criada no fim de 2011 pelos professores de Ciência da Computação Ricardo Rabelo e Fabrício Benevenuto, pelo aluno da graduação Johnnatan Messias e pelo estudante de mestrado Lucas Schimdt, o projeto “Transformando Robôs em pessoas influentes no Twitter”, ganhou visibilidade após publicação na revista científica FirstMonday, em maio deste ano. No início deste mês, o trabalho foi citado em um artigo no TheNew York Times (leia aqui).

Em julho, o projeto ficou em terceiro lugar no Concurso de Iniciação Científica da Sociedade Brasileira de Computação, a CTIC. A premiação, segundo Ricardo, ajuda também a universidade, já que reforça a credibilidade da Ufop, atrai mais alunos e facilita a captação de recursos para outras pesquisas.

NEWS ANALYSISI Flirt and Tweet. Follow Me at #Socialbot.NY TIMES | August 10, 2013

 

Niv Bavarsky

“Mais da metade do tráfego da Internet já vem de fontes não-humanos como bots ou outros tipos de algoritmos.De acordo com pesquisadores de tecnologia, dentro de dois anos, cerca de 10 por cento da atividade em redes sociais on-line será usada  de forma disfarçada por bots.”

Mais:

http://www.nytimes.com/2013/08/11/sunday-review/i-flirt-and-tweet-follow-me-at-socialbot.html?_r=5&

https://twitter.com/scarina91

Luis Nassif

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