Caixa: o fim do software livre?

A Caixa Econômica Federal fez na quinta-feira, 21 (Junho de 2012), um pregão eletrônico para aquisição de produtos Microsoft vencido pela Allen com uma oferta de R$ 112,09 milhões. A revenda carioca da Microsoft bateu na disputa a Lanlink, Brasoftware e CTIS, com um deságio de 0,3% frente ao valor inicial proposto pelo banco estatal.

O edital do do pregão 116/7066-2012 envolvia a compra de milhares de licenças da suíte de escritório Office, do serviço de e-mail Exchange, sistemas operacionais para servidores, soluções de comunicação Lync, Sharepoint, bancos de dados SQL e um longo etc.

Mais do que os valores ou a quantidade de softwares, normais para uma empresa do porte da Caixa, a compra chamou a atenção por significar uma virada na orientação da TI do banco, até agora um dos maiores apoiadores de soluções open source na administração pública brasileira.

Procurada pela reportagem do Baguete Diário, a Caixa não disponibilizou um porta-voz para comentar o assunto. O pregão está em fase de homologação, informa o portal de compras da organização.

A comunidade do software livre tem feito bastante barulho contestando a decisão.

Rodolfo Gobbi, diretor-geral da 4Linux, empresa que presta serviços associados a softwares open source na Caixa, fez um post no blog da empresa comentando assunto no qual revela que a Caixa travou as iniciativas relacionadas ao tema.

De acordo com Gobbi, a 4Linux customizou uma distribuição Linux Debian e o correio eletrônico Expresso Livre para instalação no banco. Apesar de homologadas, ambas não foram implementadas em massa, afirma o empresário.

O contrato no qual a 4Linux prestava suporte ao Linux e ao BR Office encerrou-se em outubro de
2011, aponta o diretor.

“Acredito que prestamos um ótimo serviço para a Caixa. Todos os contratos foram cumpridos, não havendo nenhum registro de reclamação e a CEF até mesmo premiou algumas das soluções mediadas pela 4Linux”, afirma Gobbi.

O empresário destaca que o Linux continua a ser usado nos ATMs, nos terminais lotéricos e em vários outros projetos e que a própria Caixa divulgou ter tido economias de R$ 127 milhões com o uso de open source em ambiente mainframe, em automação bancária e no portal de atendimento do programa Bolsa Família.

“Estamos assistindo estarrecidos a um caso em que o software livre gerou grande economia, que depois é gasta com aquisição de software proprietário”, afirma Ricardo Fritsch, coordenador geral da Associação Softwarelivre.org em um e-mail disparado na lista do movimento.

De acordo com Fritsch “para cada um dos produtos listados no objeto do pregão há um ou mais softwares livres compatíveis que são utilizados em larga escala no mundo corporativo”, que poderiam ser implementados com suporte de empresas nacionais “sem necessidade de envio e substancial quantia de royalties para o exterior”.

Fonte: http://www.baguete.com.br/noticias/25/06/2012/caixa-o-fim-do-software-livre

Redação

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador