A tecnologia nuclear brasileira

Por Waldyr Kopezky

Comentário ao post O brasileiro que decifrou a bomba atômica 

Caros, três detalhes:

1. Há somente três (!) países no mundo que extraem urânio de jazidas próprias e detêm o controle total do ciclo de processamento do minério: EUA, Rússia e…Brasil. Se quiséssemos, faríamos nosso próprio arsenal sem depender de ninguém fora – por isso estes cálculos precisos por um físico ligado  aos militares brasileiros são tão alarmantes (para eles!).

2. O Collor fez o oba-oba – ao fechar instalações e um túnel que estava sendo construído (nos anos 80) para testes nucleares subterrâneos previstos – e o FHC assinou (subservientemente) o TNP. Mas quem acabou de vez com as aspirações da bomba atômica brasileira foi José Sarney. Vou contar uma história de terceiros: em seu goveno, ele (durante uma visita do então presidente argentino, Raúl Alfonsín), levou o líder vizinho e abriu as instalações nucleares brasileiras (segredo militar!) para sua visitação. O gesto foi tão inesperado e surpreendente que selou uma relação de amizade entre ambos e pôs por terra as alegações militares (dos dois lados) para justificar uma corrida armamentista nuclear, que visaria a supremacia de um dos países na América do Sul. Tal gesto acabou com o antagonismo militar de um século ou mais, que sempre colocou e manteve o maior e mais aparelhado grupo militar (3º Exército) no sul do País, desde o final da Guerra do Paraguai.

3. A repercussão da construção de uma frota de submarinos (um sendo nuclear) fica evidente nesta matéria do Daily Mail Online:

http://www.dailymail.co.uk/news/article-2015731/Brazil-build-nuclear-sub…

Meu, é tão absurdo…Eles tão dizendo que o Brasil com submarinos poderia forçar a Inglaterra a devolver as Malvinas aos argentinos! Mas é um retrato evidente do temor – quase paranóico – de que nós, sulamericanos, possamos vir a desenvolver e ter um artefato nuclear. Que eu acharia ótimo, no âmbito da UNASUL – sob caráter decisório de um grupo de países daqui, com objetivos apenas defensivos; mas o resto do mundo iria pirar! Abs.

Luis Nassif

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