As compras da defesa

    Como disse ontem o atual e futuro ministro Jonhbim, o Clausewitz dos Pampas  o Camuflado da Justiça, a licitação da FAB, para os novos caças, será decidida pela presidente Dilma, apenas no 1o semestre de 2011. Por isso, acho interessante publicar neste site, as propostas, pois não vi em nenhum site “progressista” ou que discuta a licitação, nem o que está no papel, só especulações. Vou me ater aos que foram pré-selecionados: Boeing F/A18 E/F, Dassault Rafale F-3 AESA, Saab-BAe Dynamics Gripen NG.

      1. Proposta Boeing

       Algumas considerações:

       Toda aquisição de armas americanas passa por um processo pré-definido: Depto de Estado-Conselho de Segurança Nacional-Depto de Defesa (pentagono)-Congresso (algumas comissões especificas) e Depto. do Tesouro, este caminho é facil para aliados preferenciais dos USA: Israel,Japão,Australia ,paises da OTAN e aliados extra-otan (arabia saudita,argentina,colombia,jordania,suécia e outros que orbitam na area de influencia,total, dos Estados Unidos), o Brasil por sua atual importancia, figura nesta lista como “outsider”, pois é confiavel aos olhos do pentagono, e tem direito ao programa FMS (foreig military sales).

      AproA proposta:

       De acordo com a proposta da Boeing, que obedeceu todos os requisitos acima, a transferencia de tecnologia será a “necessária” e não irrestrita, os pontos mais interessantes, e publicos da proposta são: 1. As avançadas tecnologias do F/A18; 2. Tecnologias que apoiem os objetivos brasileiros quanto a autonomia nacional; 3. tecnologias que promoverão, o desenvolvimento economico brasileiro.

        No item que 1., é o seguinte: Através do programa FMS a Boeing se compromete a fornecer a FAB 28 caças F/A 18E, e 8 caças F/A 18F, em um pacote de até US$ 7 bilhões (FMS), incluidos 72 motores GE-F-404/400 instalados, peças de reposição e munições especificas, alem do basico, o Pentagono e o Congresso americano, disponibilizaram no pacote, os seguintes equipamentos:

         4 motores sobressalentes, 36 sistemas de radar APG79AESA,36 canhõe Vulcan;36 RWR(alerta de radar) APG79,144 lançadores de iscas (flares)LAU127, 44 capacetes de mira JHMCS; 28 missies AIM120 c7 AMRAAM BVR (médio alcance); 28 missies AIM9M IR de curto alcance; 60 bombas guiadas GBU31/32 JDAM; 36 bombas de planeio AGM154 JSOW; 10 misseis anti radar AGM88B HARM; 36 casulos de designação de alvos e reconhecimento ASQ 228v2 ATFLIR; 36 interferidores de comunicação ALQ214; 40 interferidores de radar e eletromagnéticos ALE47, 112 dispositivos rebocados de contra medidas ALE50.

          – sistema de planejamento de missão, equipamento e treinamento de pessoal brasileiro,translado das aeronaves (não serão fabricadas aqui),ensaios de voo,suporte de software,documentação técnica e suporte de logistica e engenharia. Declara tambem o apoio para a integração dos sensores (FLIR,AESA,designadores e interferidores), inclusão na Rede de datalink BR2 e futura integração de novas armas.

          No item 2, a proposta é abrangente, se falando de americanos relacionando-se com um país tecnicamente aliado,confiavel, mas extra-otan:

           – Apoio a manutenção realizados no Brasil,transferidos a FAB ou empresas brasileiras; acesso ao Programa Operacional de Voo da aeronave, que realiza a interface com os subsistemas de software a serem desenvolvidos no Brasil; Pesquisa de aerodinamica supersonica com o fornecimento de um tunel de vento trissonico ao Brasil; liderança do Brasil no sentido da integração multifase de armas brasileiras; ensaios de voo no Brasil; formação de centro de modelagem e simulação; treinamento de missão distribuida (norma OTAN); treinamento da minimização de assinatura de radar e de furtividade; geração do banco de dados de ameaças; codesenvolvimento das modificações (MLU) do F/A 18 (em conjunto com a marinha americana e outros operadores, tipo Australia e Canada)

          Item 3, é o item compensatório, chamado de off-set, mais relativo a parte industrial:

          Tecnologias de usinagem; Apoio e desenvolvimento para o EMBRAER KC390 em areas criticas; Tecnologia de materiais avançados (compostos) e sua fabricação; Analise e reparo de materiais compostos; Fabricação de materiais eletronicos; Apoio a microsistemas eletromecanicos; Tecnologias acessórias a veiculos aereos não tripulados (VANTs); Tecnologias criticas para infraestruturas de eventos de grande porte (olimpiadas e Copa do Mundo); Gerenciamento de estoque atraves de sistemas (CLS); Desenvolvimento e treinamento de um novo curriculum nas intituições de engenharia.

          Em linhas gerais esta é a proposta americana, se houver alguma “coisa” escondida pergunte para o Assange. IMPORTANTE: não da para discutir “preço” na area de defesa, só discute quem não sabe de nada ou tem outros interesse, tipo jornalista. Com o programa FMS o financiamento de armas americanas é imbativel, chega a competir com os chineses, fora que normalmente o “off-set” é de no minimo 100% do valor da aquisição, tem até uma piada na area sobre a Northrop (antiga fabricante do F-18,comprada pela Boeing) que quando negociou, há 20 anos, o F-18 A/C com a Espanha, se comprometeu a vender o “jamon serrano” no mercado americano, e ganhou muito com isto.

             Como americano escreve muito, e os congressitas deles falam demais, o post ficou longo, amanhã coloco a proposta Dassault e a da SAAB/BAe.

             P.S.: Após quase ser classificado, por alguns, de agente do Mossad ou funcionario da Embaixada de Israel, espero não ser “premiado” como agente da CIA ou funcionario do USTD ( United States Trade Dept), quem sabe do Pentagono.Não sou, não falo ingles, muito menos hebraico.

Luis Nassif

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