Estudo sugere recursos que ajudam adultos de meia-idade e idosos a usarem melhor a internet

Jornal GGN – Estudo da Universidade de São Paulo (USP) sugere formas de amenizar as dificuldades de pessoas com pouca familiaridade com a internet ou que enfrentam problemas sensoriais, motores ou na capacidade cognitiva, que vêm com a idade. Para facilitar o acesso de adultos mais velhos aos serviços que a internet oferece, a cientista de computação Silvana Maria Affonso de Lara, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP os acompanhou em aulas de informática para entender as barreiras que correm durante a interação com a internet. Pessoas com a visão comprometida e pessoas de meia-idade com mais experiência na web preencheram questionários para ajudá-la a mapear as dificuldades.

Em sua tese de mestrado, Silvana mostra que a dificuldade para usar a internet atinge tanto idosos acima de 60 anos quanto adultos de meia-idade (de 40 a 59 anos) em diferentes graus, já que a web não fez parte de seus processos de amadurecimento. Em entrevista à Agência USP, a pesquisadora explicou que muitas pessoas, com o passar dos anos, começam a sofrer de dificuldades sensoriais, motoras e principalmente com declínios da capacidade cognitiva, que podem comprometer o seu acesso à web.

Durante o estudo, Silvana comprovou que os mais velhos geralmente precisam de ajuda quando acessam a internet. Por isso, propôs recursos que possam fazer o papel do apoio presencial a estas pessoas, visando “preservar sua autonomia e independência funcional na realização das suas tarefas diárias”. Nesta etapa, os protótipos de sites com novos elementos foram apresentados em questionários online divulgados via e-mail ao público-alvo como uma forma de teste.

A pesquisa aponta necessidades diferentes entre os grupos de adultos de meia-idade e de idosos. Para alguns deles, a eliminação dos banners de propaganda das páginas foi considerada uma prioridade. Por causa de problemas na visão, os idosos ficaram interessados em um recurso que oferece áudios que expliquem as figuras da página, recurso que ficou em quarto lugar entre os doze mais bem avaliados. Ainda segundo eles, os formulários, usados em cadastros de serviços online, deveriam ser divididos em partes menores para evitar a rolagem excessiva das páginas. Outra prioridade, para eles, era um apoio que esclarecesse as etapas de um procedimento online, como uma compra, por exemplo, por meio de balões explicativos.

No estudo, Silvana também descobriu que, para os usuários de meia-idade, informações sobre a segurança dos links, bem como o endereço para o qual ele redirecionará devem aparecer de uma forma mais clara. Esse foi o segundo recurso mais bem avaliado por eles, perdendo apenas para a omissão dos banners. Para eles, seria importante que houvesse, no início de uma página de cadastro, uma relação de documentos necessários para se ter em mãos ao preencher. Outra mudança proposta é que as cores dos links já visitados pelos internautas, atualmente no padrão roxo, sejam escolhidas pelos próprios usuários.

Defendida no ano passado, a tese de doutorado “Mecanismos de apoio para usabilidade e acessibilidade na interação de adultos mais velhos na web” [veja abaixo] não só cghama a atenção aos desenvolvedores de sites para as maiores necessidades da população mais velha, como também oferec parâmetros para que as diretrizes de acessibilidade de conteúdo na internet (WCAG 2.0), atendam melhor essas pessoas.

 

Redação

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