Comentário ao post “Nos tempos da Internet, de dona Terezinha a Stanley Burburinho”, por Antonio Uchoa Neto

Depois de saber que o Pentágono estava por trás da Internet, meu entusiasmo esfriou – e não me surpreendi quando o ódio começou a se espalhar

Comentário ao post “Nos tempos da Internet, de dona Terezinha a Stanley Burburinho”

por Antonio Uchoa Neto

O ódio pariu a Internet, ou a Internet pariu o ódio?

Confesso que, ao entrar, como um retardatário, no universo virtual, eu ainda acreditava que a Internet poderia ser um instrumento de valorização e melhoramento do ser humano, como um todo. Depois, já ciente de que, na origem da Rede, estava o Departamento de Defesa – o Pentágono – meu entusiasmo esfriou. Simples questão de cui bono, ou cui prodest.

Portanto, quando o ódio começou a escorrer por todos os poros da Internet, não me surpreendi.

O ódio é o crescimento exponencial da cupidez do Homem. É um fato natural – ou seja, faz parte da natureza humana e seus desdobramentos – que assume dimensão cultural, quando interfere – o que é inevitável – na vida do ser humano quando esta avança para, digamos, a fase de grupos, o estágio social, político, em que nos encontramos hoje.

Em outras palavras, aquele que explora o seu semelhante não pode ter empatia com o explorado – sob pena de tomar consciência de que tal exploração é uma depravação, e deve ser descontinuada.

Pela lógica, a Internet não pode evitar esse ódio; ele se dirige a todos que, de uma forma ou de outra, coim palavras ou atos, insurgem-se contra essa impostura.

A Internet e seus protocolos tem dono, são patenteadas. Como o Noam Chomsky já está careca – apesar da aparência hirsuta dos últimos tempos – de dizer, são uma daquelas coisas criadas com dinheiro público e, assim que geram algo relevante e de valor, são entregues à iniciativa privada.

E o ódio, amigos, para além das considerações de ordem teológica, filosófica, ou esotéricas, é o tempero humano da ideologia da propriedade privada, da exploração do ser humano – do trabalho do ser humano -, e de todos os áulicos e parasitas dessa ideologia, sejam os patrões da mídia corporativa, sejam os parasitas e anelídeos que neles estão grudados.

Posts como esse, há algum tempo atrás, gerariam, no mínimo, 100 ou mais comentários.

Hoje, graças, entre outras coisas, às dificuldades técnicas que assolam sites como o do Nassif (vide o recente episódio do ransomware do site do MS, já devidamente desmascarado como inside job) não geram mais que três ou quatro manifestações.

Cui bono? Cui prodest?

O público dos blogs progressistas está migrando, em massa, para plataformas como o Youtube. Onde, sem querer ofender ninguém, a participação do leitor/espectador é mais ligeira e ocasional.

Cui bono? Cui prodest?

Creiam em mim, vai chegar o tempo em que mesmo esta participação ligeira e ocasional será, por assim dizer, desestimulada. Não só a participação do público, mas eventualmente a própria voz do jornalista que busca a verdade e o progresso, como a do Nassif.

É uma questão de tempo, e de eficácia e alcance dos controles sociais.

Redação

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