O maior feito de engenharia da indústria naval do país

Do Estadão

Feito inédito para a indústria naval do país

No dique seco do Estaleiro Rio Grande, foram juntados este ano o casco e o deque da plataforma P-55

O maior feito de engenharia da indústria naval brasileira foi concluído em 7 de julho passado. No dique seco do Estaleiro Rio Grande, após 13 dias de trabalho ininterrupto, foram juntados o casco e o deque da plataforma P-55. Guindastes gigantes ergueram uma estrutura de 17 mil toneladas a 42 metros, por meio de cabos laterais. Foi um içamento inédito mundialmente, em relação a peso e altura.

Com um ano e meio de atraso, o casco da P-55 (plataforma do tipo semissubmersível), fabricado no Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Pernambuco, chegou a Rio Grande em 16 de janeiro deste ano. Até a junção – deck mating, na nomenclatura empregada na indústria naval-, o casco passou por ajustes.

O deck mating consiste no acoplamento entre o deque, a parte superior da plataforma, com a parte inferior, o casco. Com 17 mil toneladas, o deque foi erguido por um sistema complexo formado por 12 torres ligadas a 24 macacos hidráulicos, cada um deles com capacidade de erguer até 900 toneladas. Foram empregados 24 conjuntos de 54 cabos de aço. Cada cabo, com 18 milímetros de diâmetro e 60 metros de comprimento.

A estrutura subiu a até 47,2 metros em relação ao fundo do dique seco do estaleiro. A empresa de içamento Mammoet, da Holanda, foi contratada pela Petrobrás especialmente para apoiar a operação. Um guindaste foi concebido e fabricado para a realização do deck mating.

A presidente da Petrobrás, Graça Foster, assistiu ao acoplamento. Ela disse, segundo comunicado da petroleira, que “essa operação é motivo de orgulho para o povo gaúcho e para todos os brasileiros”. “Qualquer um ficaria encantado com a magnitude dessa obra, a primeira plataforma do Polo Naval do Rio Grande e a maior semissubmersível construída no País”, disse ela.

Prazo. Funcionário da Petrobrás há 34 anos, o engenheiro naval Edmilson de Medeiros, gerente de implementação de Empreendimentos para a P-55, disse que as dimensões da operação exigiram meses de projeções e planejamentos detalhados.

“Para fazer o deck mating de modo adequado, duas coisas tiveram de funcionar: a junção do deque e do casco exigia folgas não mais que milimétricas e, na descida, o encaixe com quatro pinos e o apoio teria de ser perfeito. Fora isso, seria um desastre.”

Unidas as partes superior e inferior, a plataforma passa por acabamentos. Em outubro, deixa o dique seco. A data fixada para sair do estaleiro e seguir para o campo de Roncador, na Bacia de Campos (RJ) é 17 de maio de 2013. A operação deve começar em setembro. A P-55 terá capacidade de produzir até 180 mil barris de petróleo por dia.

Luis Nassif

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