A complexa situação do IUPERJ

Por José Eisenberg

Gostaria, como ex professor do IUPERJ de 2000 a 2008, de atestar que a crise salarial do IUPERJ data de antes de minha chegada na instituição e não de um ano atrás. Em oito anos, nenhum centavo de INSS foi recolhido ou FGTS depositado em minha conta. Foram mais de 20 salários pagos através de outras fontes. Outros nunca vistos.

Mas antes que todos saiam desvairados em defesa de 19 professores se transferindo para a UERJ (ou com a triste notícia jurídica que os cursos do IUPERJ são do IUPERJ, e não propriedade intelectual de 19 professores), trago a noticia de que o regente da orquestra, diretor-executivo do ex-IUPERJ e do atual IESP, está inscrito em concurso para professor titular na UFRJ, em regime de dedicação exclusiva. Quando o timoneiro está pronto para abandonar o navio, deve-se desconfiar o que ele e seus comandados realmente desejam ou desejaram com a saída da UCAM para a UERJ.

Lembro também que os 19 recebem da UERJ uma bolsa de 6500 reais liquidos, devidamente depositados pelo erário do estado do RJ, enquanto trataram alunos, ex-bolsistas ou não, e funcionários, a pão e água, apesar da cega lealdade que estes demonstraram ao corpo docente.

Em oito anos, fiz coro inúmeras vezes para que tomássemos rumo similar de ruptura com a UCAM em vista da crise salarial, e dentre os 19 “coitados”, quase todos sempre foram opositores desta ideia.

Sugiro prudência ao analisar situações complexas. Maior ainda em trazê-las à atenção do público em geral. De resto, lamento profundamente o estrago que estes 19 professores e a direção da UERJ estão realizando na vida dos muitos alunos que investiram um futuro no IUPERJ e dos inúmeros funcionários que foram tratados como trapo no processo. Com todos, me solidarizo imensamente.

José Eisenberg

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