Universidades corporativas não formam engenheiros

Comentário ao post “O desafio de formar engenheiros no Brasil

Bom, parece que meu último comentário foi pro espaço.

Vamos tentar de novo:

Nassif, existe um problema de lógica no seu texto. Você começa dissertando sobre a importância da mudança de enfoque da formação dos engenheiros, assim como a existência de um movimento para mudar a pedagogia do ensino, para ‘aproximar a formação do engenheiro do mundo real’, com currículos mais flexíveis, etc.

Em seguida você mostra que há grandes saltos ocorrendo nas chamadas universidades corporativas, tomando como exemplo as da Petrobrás e da Embraer.

Perceba que uma coisa não tem nada a ver com a outra, pois as universidades corporativas não formam engenheiros. O que elas fazem é capacitar engenheiros recém formados e contratados para trabalhar nas mesmas por meio de uma especialização.

Poderia ser argumentado que essas universidades corporativas estão mais próximas da realidade do trabalho. Claro que estão, mas ainda assim são para um trabalho muito mais específico e menos flexível em termos de aprendizado.

Por último, a alta concorrência por vagas nessas universidades (matematicamente explicada duas vezes no texto), bem como a alta competência dos que conseguiram entrar, mostram que há engenheiros em busca de emprego e de formação especializada. Logo, se há mão-de-obra e cérebro-de-obra disponíveis, então basta fomentar mais capacitações e especializações em parcerias com empresas da área que estejam realmente interessadas em empregar engenheiros, ao invés de reinventar a roda da formação das engenharias.

Luis Nassif

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