Neutralidade da rede é derrubada pelo governo dos EUA

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN –  A Comissão Federal de Comunicações (FCC) dos Estados Unidos tomou uma decisão polêmica nesta quinta (14). Por 3 votos a 2, decidiu revogar a regra que estabelecia a chamada “neutralidade da rede”. No Brasil, norma similar foi aprovada quando do Marco Civil na Internet e também enfrenta resistência de provedores de banda larga.
 
O princípio da neutralidade da rede é impedir que o consumidor seja cobrado pelos diferentes tipos de uso que faz da internet. Quem prefere assistir vídeos ou explorar jogos online não pode ter de pagar mais por isso do que o usuário que só acessa e-mail, por exemplo. 
 
Mais do que isso: derrubando a neutralidade da rede, provedores podem começar a cobrar das empresas que estão online para posicioná-las melhor diante dos internautas, passando a interferir, portanto, no conteúdo consumido. 
 
Segundo reportagem do New York Times, com a revogação da neutralidade, as companhias de banda larga podem “redefinir as experiências dos usuários norte-americanos de serviços on-line.”
 
Além de acabar com o princípio, o governo Trump também abriu mão de “regulamentar a provisão de acesso de alta velocidade à internet como serviço de infraestrutura, a exemplo do que acontece com os serviços de telefonia.”
 
Ajit Pai, presidente da FCC, disse que a mudança ajudará os consumidores porque promoverá uma competição entre as provedoras. “Os provedores de banda larga terão mais incentivo para criar redes, especialmente nas áreas mal atendidas”.
 
Críticos da medida apontam que sem a neutralidade da rede, não haverá garantia de liberdade na internet e o serviço será precarizado.
 
Esta não é a primeira decisão polêmica tomada pela FCC do governo Trump. “Nos seus primeiros 11 meses como presidente, ele [Pai] removeu limites locais à propriedade de veículos de mídia, eliminou o limite de preço para os serviços de banda larga a empresas, e cortou um programa que promovia o acesso banda larga para pessoas de baixa renda, que seria expandido pelas empresas nacionais de telecomunicações.”
 
Leia mais nesta tradução da Folha sobre a reportagem do New York Times.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

5 Comentários

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  1. A batalha pela garantiada internet neutra ainda não está perdida

    Na forma, a batalha pela internet neutra ainda não está perdida, desde que a sociedade americana faça a devida pressão em seus congressistas para que exerçam a Lei de Revisão do Congresso (Congressional Review Act – CRA). 

  2. regua

    “a mais suprema ordem e expressão” (do mercado) só acontece onde há mercado, onde há monopolio há a mais suprema ordem e expressão da mafia. Nada contra ao metodo monopolista de governar. Apenas tem uma limitação que impede a atender demandas objetivas com objetividade.

  3. Como o Brasil piora em muitas
    Como o Brasil piora em muitas vezes o que rola na Corte – vide Instituto da Delação – aguardem a lambança que será feita por cá com o poder nas mãos da bandidagem: Marum & Cunha, Temer, Jucá, Aécio, FHC, Gedel, Serra, o chanceler de araque o 300 mil , o beiçola do STF…
    socorro!!!!

  4. Tudo isso foi criado pelo

    Tudo isso foi criado pelo Capitalismo, pelos americanos, então os capitalistas americanos sabem o que é melhor para a Rede. 

    Capitalismo, ame-o ou deixe-o. 

     

     

     

     

     

     

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