Para articulista da Folha, caso de “degradação” da TV Cultura não é isolado

Jornal GGN – Em artigo publicado esta final de semana na edição Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo e reproduzido em seu site, o colunista Nelson de Sá afirma que a degradação da TV Cultura de São Paulo, que recentemente fechou o departamento de produções infantis, não é um caso isolado, mas um reflexo de crise em todo o setor. O texto cita como exemplo o outro recente caso da MTV Brasil, até então comandada pelo Grupo Abril, mas que voltou à Viacom.

O articulista cita os exemplos – em que inclui também a Rede TV! – como sendo todos parte de uma crise muito maior, que envolve todo o setor se telecomunicações no Brasil. Para ele, há sinais de que o mercado sente os efeitos da Internet, sobretudo em função da proliferação dos dispositivos móveis. Nelson de Sá argumenta que, atualmente, já existe um lobby pró-redistribuição de sinais e de espectros usados pelas TVs para suas transmissões.

“Outras concessões de televisão em São Paulo, em VHF e UHF, hoje transformadas em plataformas para organizações de “teologia da prosperidade”, poderiam entrar na lista. A deterioração é tão disseminada que já começa o lobby, por enquanto em estágio preparatório, para o momento inevitável de redistribuição dos sinais.”

Por outro lado, o articulista defende que o tema já é discutido abertamente pelos próprios executivos representantes de grandes emissoras. “Há duas semanas, na Holanda, durante a IBC (International Broadcasting Convention), reunião anual do setor, o diretor de engenharia da Globo, Fernando Bittencourt, declarou que no futuro não haverá lugar na TV aberta para emissoras de nicho –de audiência restrita, como as citadas.”

Por fim, ele diz que a chamada “liberação do espectro” chega a ser uma alternativa de sobrevivência às emissoras de “nicho”, como o caso da TV Cultura, e que emissoras maiores, como Globo e a rede pública britânica BBC, passariam a usar estes espaços de transmissão até mesmo como rede de dados.

Leia o artigo na íntegra.

Redação

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  1. “O articulista cita os

    “O articulista cita os exemplos – em que inclui também a Rede TV! – como sendo todos parte de uma crise muito maior, que envolve todo o setor se telecomunicações no Brasil”:

    Isso tudo pra negar os problemas tucanos de gestao da rede?  Falar em crise de campo e negar, ou pior, ignorar o especifico caso da Cultura eh o classico “cego que nao quer ver”!

    Veio sem link:  o original inteiro eh, digamos…  caolho?!

  2. Ontem, pra encher meu tempo

    Ontem, pra encher meu tempo pela manhã, decidi ver televisão, e caí na Rede TV, justo no horário de João Cléber, um dos homens que mais desprezo como ser humano entre tantos dessas televisões. Pensei ser possível ver a conclusão da intriga familiar que ele, João, promove e incita com se fosse a coisa mais sublime a fazer. Primeiro aparece uma senhora de meia-idade, negra, que sabe se expressar muito bem, pra dizer que guarda, de há muito, uma mágoa profunda do marido, e gostaria de expô-la naquele palco, diante dele, o marido. Em seguida, entra o marido, que é branco fortão, e com cara de gente muito boa, do tipo incapaz de fazer mal a um gato. Ele diz que desconhece o motivo por que a mulher resolveu estar ali, e chamá-lo, se entre ambos nunca houve rusgas, etc…

    Não tive condições de ver o resto dessa história, que pode ter sido nada, como alguma coisa que de fato contribuiu pra separar o casal de 40 anos de convívio. O nojento do João Cléber aprendeu a prender o telespectador, como fazem outros abrutres em vários canais, subestimando a inteligência humana, e agindo contra a união, a paz, o amor, e tudo, enfim, que encerra a felicidade das pessoas, de uma família.

    Qual a razão para um casal ir lavar roupa suja na televisão? Não sei responder. Acho impossível que aqueles dois, como outros e outros que fazem parte desse tipo de lixo televisivo, não tenham sabido de  antemão a que se submeeria. Acho que eles devem ganhar alguma grana pra tanta exposição, e fazem, ao final, um teatro. 

    De qualquer maneira, faz raiva saber que canais abertos, que são concessão do Governo, que deveriam prestar bons serviços ao povo brasileiro, tão carente de informações sobre mil assuntos, desde como entender o que é higiene, o que fazer da terra do seu quintal, do seu alimento, etc. etc., enfim, ficamo sempre sem entender por que o Governo não cobra desses grupos, desses considerados donos, o que por certo está escrito como um manujal de procedimentos. 

    Por fim, de tudo que tem feito a Cultura, acho que a pior de todas nos últimos tempos foi destinar o cargo de apresentador do Roda Viva àquele Augusto Nunes. Vê-se claramente que a posição é política, e contra o Governo Federal, se esse jornalista já demonstrou ao longo do tempo que odeia o PT.

  3. eufemismo

    Chamar a TV Cultura de “nicho de mercado” é um eufemismo para o processo de esvaziamento e cooptação partidaria que ocorreu na Cultura. Me recordo que no auge da ultima eleição presidencial um analista politico na Cultura preveu que no segundo turno a Dilma perderia para o Serra com menos votos que recebeu no primeiro turno. As evidencias de cooptação partidaria são muitas e não quero perder tempo com isto.

    Ocorre que a Cultura é um dos poucos canais que pode resgatar o conceito de TV pública no Brasil. Uma BBC por aqui é o que mais nossos barões de mídia combatem. O esvaziamento da Cultura vem em conjunto com outro índice pouco comentado por aqui, a queda vertiginosa da USP no ranking das principais universidades mundiais.

    O fato é que o esvaziamento educacional e cultural em São Paulo são hoje mensuráveis e como exemplos temos a TV Cultura e a USP, poderia citar ainda a queda de qualidade de ensino das Fatecs, das Etecs, do Senai . Comparar a TV Cultura com a MTV é brincadeira de mau gosto e exercicio de desvio de foco.

    1. “Chamar a TV Cultura de

      “Chamar a TV Cultura de “nicho de mercado” é um eufemismo para o processo de esvaziamento e cooptação partidaria que ocorreu na Cultura”:

      Gostaria de concordar mas nao eh exatamente “eufemismo” embora seja partidarissimo.

      Isso eh tecnica da ladrissima direita, e eh mundial, nao eh so no Brasil que acontece.  Marca registrada dos privatas da direita.  Ela consiste em denegrir tudo que eles querem vender para estrangeiros, exatamente como a Vale foi, e a Petrobras foi, e a TV Cultura foi (cheguei a ver ate atriz de filme brasileiro dizendo no youtube que seria melhor entregar a Amazonia (“tudo”) para os Estados Unidos porque ninguem sabe fazer nada com as riquezas do Brasil).

      Pode esperar:  a tv Cultura vai ser vendida.

      Para estrangeiros.

      A tucanada ja prometeu:  esse eh o significado desse item, e essa eh a razao que eu ja estava clamando por intervencao federal ha 3 anos atraz.  Eles arrazaram a audiencia com burrada apos burrada, todas calculadissimas para denegrir a Cultura.

      O que sobra?  Alguns equipamentozinhos de nada, e a frequencia com sua licenca -esses sim, valiosos.

      1. Esvaziamento da TV’s Públicas

        Conforme Sr Ivan da Union,essa técnica é realmente dos privatas da direita,e não está acontecendo onde só eles gerem.Em Portugal está acontecendo a mesma prática;a RTP,canal público está sendo sucateado,com tranferências de funcionários(300 de uma só vez)para uma empresa terceirizada,que está interessada na aquisição da emissora.

    2. “…  Comparar a TV Cultura

      “…  Comparar a TV Cultura com a MTV é brincadeira de mau gosto e exercicio de desvio de foco… “

       

      Acho que o colega definiu a questao de modo claro, nao há mais nada a acrescentar…

    3. Perda de excelencia.

      Nesse mesma esteira outros polos de geração de conhecimento científico também estão a caminho da extinção. O IPT de gloriosas histórias, em processo de sucateamento, e a CESP que já foi referencia de excelencia em engenharia encontra-se em estado comatoso merce de décadas de politica de desvalorização dos serviços públicos, “estado mínimo”, “eficiencia do setor privado” e outras falácias. 

  4. Insisto e reinteroa minha

    Insisto e reinteroa minha ideia de que tudo isso é porque um partido tem como base a distruição dos bens socias da nação. Lá, na TV de hoje existem individuos, ou maus brasileiros que cumprem à risca as diretrizesmais canhestras de seus gurus. Para acabar com isso e retomar as rédeas dessa grande instituição, não só dos paulistas, mas também dos brasileiros, só a vitória do ministro da saúde, Alexandre Padilha. Com ele à frente do governo de SãoPaulo, vejo um retomar de vida para TVC, mas só com a presença à frente dela, de  jornalistas com uma visão de comunicação social como  Luis Nassif. Não me perguntem o porque, mas todasàs vezes que tocarem nesse assunto aqui ou em outro blog, externarei essa mesma opinião.

    PS.Isso não quer dizer que ache LN um petista, mas um grande jornalista, que pode dar sua parcela de contribuição a uma causa nobre que é salvar a TV Cultura!

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