Caged aponta redução de postos de trabalho

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
[email protected]

Jornal GGN – O mês de abril registrou redução de 97.828 postos de trabalho com carteira assinada, o que corresponde a uma queda de 0,24% com relação ao mês anterior – o menor número registrado no mês de abril desde 2003, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) publicado pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O montante é resultado de 1,527 milhão de admissões contra 1,625 milhão de desligamentos.

Na série ajustada, que faz a inclusão de informações declaradas fora do prazo, o acumulado do ano teve uma redução de 0,33%, o que representa um decréscimo de mais de 137 mil postos de trabalho. Entre os setores que registraram as maiores perdas estão a construção civil, com redução de 0,77%, a indústria de transformação (- 0,65%), o comércio (-0,22%) e de serviços (-0,04%). Mesmo com esse número, o país gerou 5,1 milhões postos de emprego formal desde 2011 e nos últimos 12 anos foram acrescidos 20,5 milhões de postos de trabalho.

Entre as Unidades da Federação, cinco elevaram o nível de emprego formal: Goiás (+2.285 postos), Distrito Federal (+1.053 postos), Piauí (+612 postos), Mato Grosso do Sul (+369 postos) e Acre (+95 postos). Os estados onde o recuo foi mais acentuado foram Pernambuco (-20.154 postos) e Alagoas (-13.269 postos), cujos declínios foram influenciados, em grande medida, pelo desempenho do subsetor de Produtos Alimentícios, relacionado às atividades de fabricação de açúcar em bruto; e no Rio de Janeiro (-12.599 postos), resultado ligado ao setor de Serviços e à Indústria de Transformação. Em São Paulo, a redução foi de 11.076 postos, principalmente pela queda no Comércio.

Nas nove Áreas Metropolitanas, a redução foi de 0,38%, com perda de 63.307 empregos formais, oriundos da queda do nível de emprego em todas as áreas metropolitanas. Em nível regional, o Centro-Oeste gerou 421 postos, com desempenhos positivos em Goiás (+2.285 postos) e no Distrito Federal (+1.053 postos).

Segundo o ministro do Trabalho, Manoel Dias, o país vive uma crise política e não econômica, e a campanha para gerar na opinião pública uma percepção de grave crise afeta as empresas, que ficam em compasso de espera. “Quem pretende empreender, desiste e não contrata, o que se reflete no mercado de trabalho”, explicou.

O ministro ressaltou, porém, que com o ajuste fiscal e com os cortes que estão sendo anunciados, o governo está criando condições para que haja estabilidade econômica e o país volte a níveis de emprego como o de antes da crise política. Ele avaliou que, ao contrário do que acontecia nos anos 80 e 90, não há impacto dessa crise na informalidade, que permanece estável. “Estamos avançando com nosso programa de combate à informalidade, que busca legalizar 400 mil trabalhadores e elevar a arrecadação em R$ 2,6 bilhões. Temos boas perspectivas de investimentos, que devem ajudar na geração de empregos”, avaliou.

Manoel Dias destacou ainda os investimentos estrangeiros no Brasil, que alcançaram R$ 17,5 bilhões nesse início de ano, e as políticas promovidas pelo FGTS, gerenciado pelo MTE, que tem um orçamento para financiamento de moradias, este ano, de R$ 56 bilhões. “Se todas elas forem construídas, serão 545 mil unidades, com expectativa de geração de 2,5 milhões de empregos”, concluiu.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

2 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Por quê não se reduz os juros

    Por quê não se reduz os juros do Banco Central para estimular a economia e diminuir o desemprego? Com a palavra a presidente Dilma, que até agora não mexeu com os especuladores que ganham fácil com os juros mais estratosféricos do planeta, sugando centenas de bilhões de reais do setor produtivo da economia.

  2. Desinteresse

    Nesse assunto os patrulheiros de plantão não opinam. O ajuste fiscal está sendo mal recebido pela população, pelo mercado e pelas instituições políticas.  E isto se deve a ruptura com o plano desenvolvimentista do PT e seus aliados. O ajuste é brutal; sem transição ou preparo anterior; desproporcional em sua relação estado/ sociedade; financista, como o seu idealizador da escola macroecônomica de Chicago. O desemprego não será apenas inercial. Infelizmente ele veio para ficar.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador