Indústria paulista já demitiu 51 mil ao longo de 2014

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
[email protected]

Jornal GGN – A indústria paulista demitiu 51 mil trabalhadores de janeiro a outubro deste ano, segundo pesquisa divulgada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). O resultado é considerado o pior da série histórica do índice, iniciada em 2006.

A taxa de desemprego ficou negativa 0,49% em outubro na comparação com setembro. Em outubro deste ano, a indústria paulista fechou 12.500 vagas, o equivalente a uma queda de 0,37% do quadro de funcionários em comparação com setembro, na leitura com ajuste sazonal.

Na avaliação do diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp e do Ciesp, Paulo Francini, o emprego na indústria deve encerrar 2014 com um saldo negativo de mais de 100 mil vagas. “Eu diria que, ao concluir o ano, teremos eventualmente o pior ano da série [histórica]. A nossa previsão, tida como alarmista, encaminha-se para esse resultado”, afirma Francini.

Quanto aos dados mensais, Francini explica que setembro é, tradicionalmente, o melhor mês de emprego da indústria e normalmente em outubro já cai, comparativamente a setembro”, explica Francini, acrescentando que justamente por isso a expectativa não era positiva. Em setembro, a indústria demitiu seis mil funcionários.

As demissões no setor de açúcar e álcool também influenciaram a queda do índice para o mês. Em outubro, o segmento foi responsável por 4.054 do total de vagas fechadas, enquanto o restante da indústria demitiu 8.446 no mês. De janeiro a outubro deste ano, a indústria sucroalcooleira criou 8.407 vagas, com uma participação total de 7,7% no total de empregos. Essa participação foi de 14% durante o mesmo período em 2013, de 26,2% em 2012 e chegou a 40,3% em 2009, ano da crise.

Dos 22 setores avaliados pela pesquisa da Fiesp e do Ciesp, 14 demitiram, seis contrataram e dois mantiveram seu quadro de funcionários. A quantidade de setores negativos também é a mais expressiva da série histórica do levantamento.

A indústria de produtos alimentícios fechou 5.205 postos de trabalho, enquanto o setor de máquinas e equipamentos demitiu 1.680 funcionários. No campo das contratações, o segmento de confecção de artigos de vestuário e acessórios se destacou a criar 414 vagas.

A pesquisa apura o emprego industrial em 36 regiões de São Paulo, e 29 computaram baixa no mercado de trabalho do setor, cinco informaram contratações e duas ficaram estáveis.

Entre os resultados positivos, destaque para São Carlos, cujo mercado trabalho da indústria cresceu 1,67%, impulsionado pelas indústrias de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (9,38%) e de produtos de borracha e plástico (16,39%). O emprego em São Bernardo do Campo também subiu, 0,74%, em meio a contratações nos segmentos de veículos automotores e autopeças (1,49%) e de produtos alimentícios (1,03%). Rio Claro se destacou entre as perdas com queda de 2,54%, influenciada por demissões nas indústrias de produtos alimentícios (-10,33%) e de máquinas e equipamentos (-4,50%).

2 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. “O resultado é considerado o

    “O resultado é considerado o pior da série histórica do índice, iniciada em 2006”:

    Rabinho sujo tentando balancar o cachorro, voces nao sabiam disso?

    Nao, nao eh porque “a industria” ta em apuros nao.  Eh porque “a industria” vai sair de Sao Paulo ou vai ter 5 anos que seja sem agua, ok?

  2. Seca

    Qual é o impacto da seca nestes números, ou melhor, o impacto sobre a possibilidade de seca nos próximos anos no estado de SP?

    Com a palavra, a FIESP, CIESP ou o raio que for.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador