MPF oferece denúncia contra 26 frigoríficos por escravidão e desmatamento

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
[email protected]

Os frigoríficos Sadia, Perdigão e Batavo, pertencentes à companhia Brasil Foods,foram denunciados pelo Ministério Público Federal por violações como trabalho escravo e compra e comercialização de bois criados em fazendas criadas em áreas de devastação florestal.

Ao todo, o MPF ofereceu denúncia à Justiça para 26 frigoríficos. As irregularidades ocorreram nos estados do Amazonas, Mato Grosso e Rondônia.

Leia na íntegra a reportagem da agência Repórter Brasil:

 

O Ministério Público Federal decidiu, com base em operação conjunta feita com diferentes entidades de fiscalização do Governo, processar na Justiça 26 frigoríficos, que estariam se beneficiando da compra e comercialização de bois criados em fazendas irregulares no Amazonas, Mato Grosso e Rondônia às custas de devastação florestal, trabalho escravo e violação de direitos indígenas. No total, as ações pedem o pagamento de quase R$557 milhões por danos ambientais decorrentes do comércio de 55 mil bois criados nas fazendas autuadas.

 

Além do MPF, participaram da operação Ibama, Ministério Público do Trabalho (MPT) e Ministério Público (MP) no Amazonas e Rondônia. As entidades fizeram um mapeamento da cadeia produtiva da carne e identificaram os frigoríficos a partir do cruzamento de dados públicos com informações sobre a localização de fazendas dentro de terras indígenas, os embargos do Ibama por desmatamento ilegal e a relação das propriedades que estão na lista suja do trabalho escravo.

Antes de acionar as empresas, o MPF tentou negociar um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) para que os grupos se comprometessem a comprar matéria-prima de produtores que não incidissem em irregularidades. Em todo o Brasil, cerca de cem frigoríficos já assinaram acordos semelhantes para regularizar suas situações socioambientais. Entre as empresas processadas está a gigante Brasil Foods, dona de marcas Sadia, Perdigão e Batavo. Confira nos links a seguir e ao final desta reportagem a lista completa dos frigoríficos processados no Amazonas, Mato Grosso e Rondônia.

 

Em 2012 a Repórter Brasil acompanhou, em uma investigação, os problemas de oito plantas frigoríficas da Brasil Foods – além de outras 16 da JBS e Marfrig. Entre os problemas constatados estão a alta incidência de problemas de saúde, a realização de atividades de risco, as baixas indenizações por acidentes de trabalho e a falta de uma legislação específica para o setor. O resultado está no especial Moendo Gente. O projeto dá continuidade à pesquisa desenvolvida pela Repórter Brasil para a realização do premiado documentário Carne, Osso – O Trabalho em Frigoríficos.

Como parte do processo de mapeamento de cadeia produtiva e de responsabilidade, o MPF também pretende comunicar as principais redes de supermercado e fast food do país para que controlem a origem dos produtos que comercializam.

 

Confira a lista completa dos frigoríficos que serão processados
(clique nos links para ver em detalhes os problemas encontrados nas
cadeias produtivas de cada um deles):

Amazonas

1. Agropam – Agricultura e Pecuária Amazonas S/A

2. Matadouro Frigorífico do Norte Ltda (Amazonboi)

3. Matadouro e Frigorífico Itália Indústria e Comércio Ltda

Mato Grosso

4. Guaporé Carne S/A

5. Brasfri S/A

6. Carnes Boi Branco

7. Vale Grande Ind. Com Alim S/A

8. Abatedouro Três Irmãos Ltda

9. Agra Agroindustrial Alim. S/A

10. Alvorada Agroindustrial Alim. S/A

11. Bombonato Ind. de Alim. Ltda-Me

12. BRF Brasil Foods S/A

13. Frical Frigorifico Ltda

14. Frigorifico Jose Bonifacio Ltda

15. Frigorifico Nova Carne Ltda

16. Frigorifico RS Ltda Epp

17. Frigovale do Guapore Com e Ind.

18. Frig’west Frigorifico Ltda

19. Marcelo Sampaio Correa Me

20. Navi Carne Ind. e Com. Ltda

21. Plena Alimentos Ltda

22. Rodrigo Silva Moraes Cia Ltda

23. Sadia S/A

24. Superfrigo Ind. e Com. S/A

Rondônia

25. Lacerda Alimentos Ltda – Me (Frigorifico Areia Branca)

26. Frigorifico Tangará Ltda

Ver original

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador