Prestadora de serviço da Ambev é acusada de trabalho escravo em Uberlândia

Do G1

Operários são resgatados de trabalho escravo em fábrica de cerveja em MG
 
Trabalhadores de obra em Uberlândia estavam no alojamento precário. Ambev diz que determinou rescisão de contrato com prestadora de serviço.
 
Augusto Medeiros

Vinte e um trabalhadores foram resgatados em condições análogas à escravidão durante uma operação conjunta realizada pelo Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho e Emprego e pela Polícia Militar. Eles trabalhavam na obra de construção de uma fábrica de cervejas da Ambev em Uberlândia, próximo à BR-452, e eram mantidos sob vigilância armada. A Ambev informou por meio de nota, que assim que tomou conhecimento da denúncia determinou a rescisão do contrato com a empresa que prestava o serviço e o encerramento de todas as suas atividades no canteiro de obras da unidade.

A fiscalização ocorreu na madrugada da última sexta-feira (18). O alojamento estava em péssimas condições de higiene, não havia colchões para todos os empregados e alguns eram obrigados a dormir na garagem da casa. Durante a fiscalização, os empregados denunciaram que a refeição servida era azeda e que havia grande quantidade de insetos no local. “Foram vários elementos averiguados e identificamos a situação como sendo de trabalho em condições análogas à escravidão”, disse o procurador do Trabalho, Paulo Gonçalves Veloso.

Segundo ele, quase todos os trabalhadores tinham sido levados da cidade de Manoel Imídio, no Piauí. Eles estavam em Uberlândia há cerca de três meses. Os trabalhadores foram contratados pela RRA Pisos Industriais Ltda que foi terceirizada pela empresa Marco Projetos e Construções de Porto Alegre.

O encarregado da empresa RRA Pisos Industriais Ltda estava armado no alojamento e foi preso. A arma apreendida não tinha registro e o homem não tem porte legal de arma. Por telefone, o gerente administrativo da empresa RRA Pisos Industriais Ltda, que contratou os funcionários no Piauí, informou ao MGTV que a empresa não irá se manifestar sobre o caso. Já o encarregado que foi preso em flagrante por porte ilegal de arma, pagou fiança e foi liberado, segundo o Ministério do Trabalho.

A Polícia Militar informou que ainda são investigadas denúncias de agressões físicas sofridas pelos trabalhadores tanto no alojamento quanto no canteiro de obras. A ocorrência da obra foi registrada em boletim de ocorrência.

Os trabalhadores serão levados de volta para a cidade de origem.

Sobre o assunto, a empresa “Marco Projetos e Construções” informou que assim que ficou sabendo da situação, tomou todas as medidas para atender aos interesses dos trabalhadores. Como os operários estavam fora do canteiro de obras, a empresa não tem nenhuma participação no caso.

Já a assessoria de imprensa da Ambev informou que ao tomar conhecimento da denúncia determinou a rescisão do contrato da empresa com a RRA Pisos Industriais Ltda e o encerramento das atividades no canteiro de obra de sua unidade. Além disso, irá acionar judicialmente a empresa contratada por descumprimento do contrato no que diz respeito às condições de trabalho de seus empregados. Por fim, diz repudiar toda a qualquer situação contrária aos direitos dos trabalhadores.

7 Comentários

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      1. Agora eles não tem o que

        Agora eles não tem o que comer.

         

        Leia com mais atenção a reportagem. esta cheia de meias verdades.

         

        Reparou que disse que os trabalhadores foram “levados”. O que é isso “levado”? Sequestro?

        Isso diz muito sobre a reportagem como um todo.

         

        Depois, existe UM canteiro de obras no Brasil que não tenha uma pessoa armada?

        Sabe quanto custa UM trator? Um guindaste?

        O chefe do canteiro tinha uma arma. uma só. Qual o problema disto? O anormal seria se não tivesse. Isso aqui é Brasil amigo.

         

        Para mim isso é bla bla bla. Lógico, o alojamento era inadequado mas isso é bem diferente de trabalho escravo.

        Não diz uma palavra sobre QUAL era o salário…isso é irrelevante ou é o ponto PRINCIPAL de qualquer acusaçãod e escravidão?

         

        É fiscal querendo mostrar serviço as custas destes NOVOS desempregados que são os que verdadeiramente sefu na história toda. Voltaram pra porcaria da cidade onde moram que não tem nada pra fazer….

        Já foi pro interior do Nordeste? Eu já morei lá. Eu sei como é, vc não! Fica vendo pela TV…

        Eu nao fico impressionado com manchetes. a reportagem tem que fazer sentido para mim e esta está LONGE de fazer.

         

        Reparou que bastou a acusação e pronto. acabou o contrato. Provavelmente vai quebrar. isso antes de apurar se é verdade ou não.

         

        1. “”Trabalho analogo à

          “”Trabalho analogo à escravidão””, essa é a CHAVE, a interpretação é subjetiva, se esse tipo de fiscalização for a qualquer canteiro de obras do Brasil pode fazer a mesma acusação, se for a casas e apartamentos podem achar o quarto da emprega pequeno, a roupa de cama suja, a comida de 2ª, se for a fabricas pode achar o vitrô do banheiro pequeno, o que dificulta a saida do cheiro do banheiro. Quem ja teve fabrica e muito antes dessa Lei do trabalho escravo sabe que o fiscal do Trabalho quando visita uma empresa dificilmente acha tudo em ordem, vai procurar e achar problemas, EM QUALQUER FABRICA, isso esta virando uma paranoia, é uma visão esquerdizante da empresa privada, porque não há um só caso de acusação de trabalho escravo em empresa estatal?

          Um Procurador do Trabalho em entrevista na Globonews disse que podem existir 8.000 fazendas com trabalho escravo no Brasil, o que é um exagero completo, agora tem armas mais poderosas porque a Lei permite confisco da propriedade e processo criminal, de acordo com a interpretação do fiscal, na atual LINHA GERAL que considera toda empresa, fazendeiro ou construtor BANDIDO POR DEFINIÇÃO.

          Como vc bem disse, SE HÁ SALARIO já não é trabalho escravo, se a comida é ruim, isso não é analogo à escravidão, é caso de punição administrativa

    1. Perderam o que?

      Se voce chama isso de emprego. Eles ganharam, liberdade, dignidade e se livraram de um sofrimento.

      E nào venham me dizer que a “pura” Ambeve não sabia de nada. Fazia vista grossa para esse descaso, isso sim.

  1. “Já o encarregado que foi

    “Já o encarregado que foi preso em flagrante por porte ilegal de arma, pagou fiança e foi liberado, segundo o Ministério do Trabalho.”

    Nossa, e os trabalhadores vigiados pelo jagunço. Trabalho escravo ainda e ainda. 

  2. Interdiçao da contruçao da Ambev.

    Bem  para e fiscalizaçao, ter  interditado, das duas ou foram avisados e nada , foi feito, ou aproveitaram de ser uma obra milhonaria e ja para mostrar serviço pararam.

    Por que não chamaram , o exigiram da firma um Tec.Seg.Trabalho um Engenheiro. para adequar.

     

    Fernando Naves

    Tec. Seg.Trabalho

     

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