Área coberta de lama em Brumadinho é rica em ferro, e Vale omitiu o fato

Os proprietários dos terrenos na região não sabiam da existência da jazida, informa Joceli Andreoli, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

Helicóptero de resgate sobrevoa Rio Paraopeba atingido pelo rompimento de barragem da Vale, em Brumadinho, em 2019 – Foto Adriano Machado/Reuters

Jornal GGN – A Vale esqueceu de informar à Defensoria Pública de Minas que, na região do Córrego do Feijão, em Brumadinho, existe uma jazida com 430 mil toneladas de minério de ferro. A área, hoje, está coberta por rejeitos e abrange vários terrenos de moradores da região. Esta informação foi negada à Defensoria, que foi o órgão responsável por firmar um termo de compromisso com a mineradora no tocante às indenizações aos atingidos pelo rompimento da barragem.

A Vale, segundo informações levantadas por Clarisse Souza, do jornal Estado de Minas, já pesquisa a área há 13 anos e, em 2010, encaminhou ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), hoje Agência Nacional de Mineração (ANM), relatório sobre a descoberta. No mês de abril passado, três meses após o crime de Brumadinho, a Vale requereu à ANM sigilo sobre o conteúdo do processo.

Os proprietários dos terrenos na região não sabiam da existência da jazida, informa Joceli Andreoli, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). O dirigente entende, agora, o porquê do acordo extrajudicial firmado entre a Vale e a Defensoria Pública prever a transferência de terrenos e edificações das vítimas indenizadas à mineradora. “Nessa terra tem minério, e isso elevaria o valor das indenizações. Isso mostra como a empresa é irresponsável e age de má-fé”, disse ele.

A ANM, por seu curso, disse que se houve pesquisa no local, o proprietário da terra permitiu o acesso da empresa para que a análise fosse realizada. Em nota para o jornal, a Vale garantiu que ‘jamais realizará atividades de exploração minerária nas áreas’ e que o recurso descoberto é ‘extremamente pequeno’.

Com informações do Estado de Minas

Redação

3 Comentários

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  1. Não foi a toa que Bolsonaro mandou o exercito israelense fazer a sondagem da lama em detrimento do exercito brasileiro que estava prestes a entrar em terreno aguardando uma ordem (Não confundir com Bombeiros) Será que foi proposital? eis a questão

  2. COMO GOSTARIA DE ESTAR ERRADO, MAS NÃO. Apenas mais uma crônica…
    > https://gustavohorta.wordpress.com/2019/05/31/como-gostaria-de-estar-errado-mas-nao-apenas-mais-uma-cronica/

    …Cara, algumas tantas e muitas vezes eu gravo u s vídeos no youtube e escrevo/publico as coisas com um desejo enorme de estar errado.

    E o problema que assola minha alma é que tantas e muitas vezes eu estou certo. O que me atormenta no fato de acertar é que percebo que minha mente está orientada a pensar no mau.

    O fato de que algumas vezes eu consigo antecipar, em meus pensamentos e reflexões, as intenções contidas nas estratégias e táticas perversas de tantos, é porque, lá no íntimo, existe uma parte de mim que pensa exatamente como eles.

    Mas eu sempre me lembro da história do índio que falava da existência dentro dele de dois cachorros. …

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