Ciclistas de Porto Alegre têm aplicativo para manutenção e reparos

Jornal GGN – Em Porto Alegre, um aplicativo de celular mapeia para os ciclistas uma rede de pontos de reparo para auxiliar em caso de necessidade, seja um pneu furado ou alguma peça quebrada ou mal encaixada. São bicicletarias comuns, que já se cadastraram para atender a uma demanda crescente de clientes.

Seis estabelecimentos comerciais de Porto Alegre já são Bicipontos, ou seja, já contam com o espaço reservado onde estão todas as ferramentas disponibilizadas. Esse cadastro está sendo ampliado e outros 19 locais já foram prospectados para aderir ao serviço.

O aplicativo ainda dá instruções de mecânica básica para que o ciclista tente realizar o reparo por conta própria.

Do Sul 21

‘Bicipontos’ dão autonomia e estimulam ciclistas em Porto Alegre

Débora Fogliatto

Todo ciclista sabe o quão complicado é se ver com o pneu furado ou alguma peça da bicicleta deslocada quando se está no meio do caminho para algum lugar. Seja quem pedala por esporte, meio de transporte ou lazer, a questão mecânica já complicou a vida de 86% dos ciclistas que responderam uma pesquisa feita pelo laboratório Libélula Ações Transformadoras. Foi a partir desse dado que o Libélula tomou a iniciativa de criar os Bicipontos, locais mapeados por um aplicativo de celular em que estarão disponíveis as ferramentas utilizadas para diversos tipos de reparos.

Seis estabelecimentos comerciais de Porto Alegre já são Bicipontos, ou seja, já contam com o espaço reservado onde estão todas as ferramentas disponibilizadas. Ao mesmo tempo, este cadastro está sendo ampliado, e foram mapeados outros 19 locais que podem vir a ser Bicipontos. Há ainda instruções de mecânica básica disponíveis no aplicativo, para quem não tem certeza de como proceder com sua bike. O mapa indica quais pontos estão abertos de acordo com o horário e onde estão as bicicletarias mais próximas, para quem não se sentir apto a fazer seus próprios reparos.

O Libélula também está aberto a conhecer mais locais que tenham interesse em ser Bicipontos, a partir do objetivo de expandir para toda a cidade. “Tem todo tipo de estabelecimento: a Cuore é uma loja de costura, o Donna Laura é um restaurante, a Bellona é uma sorveteria, a Banana Verde é uma loja de produtos ecológicos. Então é comércio local em geral, traz essa aproximação com o ciclista também”, aponta Daniel Silva, que criou o projeto em conjunto com Cadu Carvalho e Tássia Furtado. Por enquanto, os pontos já instalados são na região central da cidade, mas ele garante que a ideia é que isso mude com o passar do tempo. “A gente começou do Centro e vai ir expandido, mas pretendemos não sossegar enquanto não tiver um biciponto no Rubem Berta e um na Restinga. Queremos ter Biciponto por todo o perímetro da cidade”, afirma.

O lançamento do Biciponto aconteceu na última quinta-feira (5), no Galpão Makers, com show musical, venda de comida e bebida e a realização do primeiro campeonato porto-alegrense de troca de pneus. O local é sede da fábrica da Solabici, empresa de bicicleta feita artesanalmente na capital gaúcha, a qual forneceu uma bike como forma de viabilizar o projeto. Todo o financiamento foi feito a partir de rifa vendida a R$ 3, a qual tinha como prêmio final uma bicicleta. O desenvolvimento do aplicativo também foi feito a partir de parcerias, pelo ciclista Augusto Bennemann, que topou ser colaborador do Libélula. Daniel destaca que o projeto só foi possível graças a essas e outras parcerias, e que a utilização do Biciponto é gratuita tanto para o estabelecimento quanto para o usuário.

Conforme definiu Cadu Carvalho, outro integrante do Libélula, o objetivo é incentivar o uso da bicicleta, por isso tudo acontece de forma gratuita. O aplicativo tem ainda mais um recurso, para pessoas que não tenham como ou não queiram resolver o problema na rua naquele momento. “A gente começou a cadastrar alguns taxistas que se prontificam a levar bicicletas, fizemos uma pesquisa, alguns já conhecíamos, outros foram sugeridos. Temos desde taxistas que tem um hack especial para levar bicicleta até um que tem uma chave 15 e pode ajudar a desmontar a roda pra carregar dentro do carro”, relatou ele.

Com o objetivo de gerar autonomia e, ao mesmo tempo, criar conexões entre os ciclistas e o comércio local, o Biciponto já está em pleno funcionamento. Segundo Daniel, as próximas etapas contemplam a criação de um calendário de oficinas de troca de pneu e mecânica básica. “Achamos que se as pessoas souberem fazer, elas vão poder usar mais [os Bicipontos] e ter autonomia. Também queremos que isso incentive as pessoas a saírem de bike, porque sabem que se tiverem um problema vão ter onde ir”, resumiu.

Redação

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