Tarifa maior, estopim de junho de 2013, entra na pauta de Haddad

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O reajuste tarifário do transporte coletivo na capital paulista, estopim das manifestações de junho de 2013, voltou à pauta do prefeito Fernando Haddad (PT). Depois de congelar a passagem em R$ 3 – evitando o acréscimo de R$ 0,20, pleito objetivo dos protestos no ano passado – Haddad agora estuda majorar o preço em R$ 0,40, fazendo a tarifa chegar a R$ 3,40 a partir de janeiro de 2015.

O prefeito analisa os números de um estudo feito pela São Paulo Transportes (SPTrans), que aponta, entre outros coisas, que se Haddad aumentar a tarifa, o subsídio da prefeitura para o transporte público vai passar do atual R$ 1,6 bilhão para R$ 1,4 bilhão ao ano. Por outro lado, se não for aplicado o reajuste, o Paço despenderá R$ 2 bilhões ao ano para subsidiar o valor das passagens.

Ainda de acordo com o estudo, se fosse levada em conta somente a inflação acumulada no período, a tarifa deveria ser reajustada para R$ 3,75 – valor que, no entendimento do governo, não caberia de imediato no bolso dos usuários. 

No primeiro ano de governo, diante das inúmeras manifestações organizadas pelo MPL (Movimento Passe Livre) que pararam a capital paulista, Haddad revogou o aumento da tarifa de R$ 3,20 e manteve o preço de 2011, os atuais R$ 3. A decisão do prefeito deve sair até o final de dezembro. Nos bastidores políticos, a expectativa é de que a escolha de Haddad pelo reajuste vai impulsionar uma série de aumentos tarifários em outros municípios onde manifestações também eclodiram em 2013. 

Alternativas

Três medidas podem contribuir para diminuir os custos dos cofres públicos com o subsídio do transporte. A primeira é a sanção da presidente Dilma Rousseff de um projeto de lei que altera o indexador da dívida de estados e municípios com a União, aliviando a situação fiscal desses entes federativos. Com a lei vigorando, a cidade de São Paulo recuperaria a médio e longo prazo a possibilidade de fazer novos empréstimos.

A segunda medida depende da conclusão da auditoria sobre o sistema de transporte público de São Paulo, realizado pela consultoria Ernst & Young, que deve ser entregue no dia 10 de janeiro. A auditoria foi realizada após os protestos contra o aumento das passagens, para examinar as planilhas de custos e de remuneração das empresas de ônibus. Com os dados em mãos, a Prefeitura pretende realizar uma nova licitação mais equilibrada do sistema.

A terceira alternativa seria custear parte do serviço com o aumento do IPTU, barrado por liminar na Justiça no passado.

Atualmente, 70% do valor da passagem é custeada pelos passageiros; 10% do valor são custeados pelos empresários do setor e 20% pelo poder público.

Com informações do G1

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

23 Comentários

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  1. É, teremos um primeiro

    É, teremos um primeiro semestre de 2015 interessante. Arrocho nas contas públicas, aumento de passagens de ônibus em São Paulo, Kátia Abreu como ministra, seca, lavajato, o que mais virá? 

  2. Haddad é incrível!

    Nada que ele faz funciona, tudo da errado, ciclovia, faixa exclusiva, programa anti-crack, árvore de natal, iluminação púbica, conserto de semáforos, internet em ponto de ônibus…… Falta muito prá ele ir embora?!

  3. Eu não sei qual é bronca de

    Eu não sei qual é bronca de aumentar 25 centavos.N ão afeta o bolso fe ninguém e ajuda a prefeitura a fazer benefícios pra todos.

                O governo ou prefeitura , ou ambos, diminuiram 5 anos pra passagem grátis— era 65 anos e passou pra 60 pro sexo masculino.

                  Além disso há duas passagens grátis pra pessoas acima de 60 anos, em passagens interdatuais. Sem contar o grande esforço que o prefeito está fazendo pra ciolocar lâmpadas que clarereim a o quarteirão inteiro.

                   Um magistral avanço..

                     Quanto as cicloviias ainda há controversa.Mas a ideia é boa.

                         No meu entender, o prefeito só errou  em colocar drogados num quadradinho no centro de SP.—irá reconsiderar.Mas a intenção foi boa.

                       Mas o nosso prefeito é bem intencionado.

                            Eu proponho dar um voto de confiança pra ele, porque até aqui mais acertou do que se equivocou.

                                Desnecessário dizer que não sou petista.—mas no campo municipal o cara merece apoio.

                                            Já no campo federal é outro papo.

    1. “Eu não sei qual é bronca de

      “Eu não sei qual é bronca de aumentar 25 centavos.N ão afeta o bolso fe ninguém e ajuda a prefeitura a fazer benefícios pra todos.”

      Não afeta o bolso de ninguém??? Em que planeta você vive, amigo? A grande maioria dos usuários de transporte coletivo são pessoas de baixa renda. Você sabe o quanto qualquer aumento que seja feito representa no orçamento mensal de uma pessoa pobre que mora na periferia e precisa pegar ônibus de segunda a sábado para ir trabalhar??? Pelo jeito não.

      Se você realmente acha que um aumento “não afeta o bolso de ninguém”, pressione o nosso prefeito a jogar essa conta para os ricos empresários do setor, esses sim podem arcar com o custo.

      A própria matéria diz: “Atualmente, 70% do valor da passagem é custeada pelos passageiros; 10% do valor são custeados pelos empresários do setor e 20% pelo poder público.”

       

      O que eu espero de um governo de ESQUERDA é que ele aumente gradualmente a parte que é custeada pelos empresários e pelo poder público – mas com arrecadação via impostos PROGRESSIVOS, e não via tarifa paga pelos usuários de baixa renda!

  4. Ai, ai, ai, ai…

    Se vira Haddad e não aumente a tarifa, se aumentar vai ser um erro político gigantesco e as consequências serão seríssimas e  pode ser o estopim de uma violência sem precedentes.

    1. Concordo em parte

      Concordo com você, João, pode haver protestos, violência, etc…, mas a prefeitura não pode ficar refém do medo. O tal do MPL – Movimento Passe Livre, assistiu a vários aumentos de tarifa de ônibus e metrô e ficou caladinho. Aí quando o prefeito petista resolve aumentar a tarifa, eles incedeiam São Paulo?

      E depois de tudo aquilo ficam caladinhos de novo quando explodiu o Trensalão?

      Manifestantes teleguiados, com indignação seletiva, não têm legitimidade pra paralisar um governante eleito democraticamente e incendiar uma cidade…

      1. Acontece

        Acontece que o MPL não é mais o “dono” desse movimento, como aconteceu em junho passado no final tornou-se refém da direita que saiu do armário e assim será novamente, é tudo que os fascistas esperam acontecer

        1. De novo concordo com você

          E foi justamente o que a Direita festiva fez com o movimento foi o que o esvaziou. Ao transformar um protesto contra o aumento da tarifa em SP num “sou-contra-tudo-isso-que-está-aí”, que ia desde protestos contra a corrupção a protestos pelo direito de usar barba (vi cartazes assim aqui em Brasília), sem lideranças, sem objetivos e sem futuro, a Direita destruiu o movimento. Prova disso é que a candidata encarnante dos manifestantes, Marina, nem foi ao 2° turno…

      2. Se os outros aumentam porque

        Se os outros aumentam porque o Haddad tem que aumentar também?????

        Ele não se elegeu com a proposta de resgatar o transporte coletivo para reduzir os congestionamentos?????

      3. Quanta desinformação!!
        Em que

        Quanta desinformação!!

        Em que mundo vc vive para dizer que o MPL só faz manifetsação quando é governo petista?

        O que incomoda é que ao contrário da pelegada que é correia de transmissão de partido, ele não deixa de fazer manifestação pelo governo ser de partido x ou y.

        Dói no cotidiano das pessoas, e isso que importa pra protestar.

  5. Não há motivos para aumentar a passagem, seria tremenda burrice

    Depois de anos de redução dos usuários, o número de passageiros cresceu no sistema de transporte em São Paulo graças as faixas exclusivas de ônibus que propiciaram mais rapidez/agilidade e economia de gastos/custos (antes os ônibus ficavam ligados parados nos engarrafamentos e gastando óleo).

    É criminoso o poder público aumentar os subsídios e a passagem ao mesmo tempo, o subsídio serve para segurar a tarifa já que motoristas e cobradores também necessitam de reajuste no salário.

    Um ano e meio desde jun/2013 e a prefefeitura não fez nada contra as empresas de ônibus (nova licitação, auditoria, novo cálculo de custo, fiscalização), também não andou a discursão sobre a retomada do poder público no transporte municipal. 

    Segundo o MPL todo o custo do transporte municipal é R$ 1,50 mais 0,30 de lucro para quem fornece o serviço a tarifa deveria ser R$ 1,80 por quê ninguém abre essa caixa preta???????

    1. Amigo, não acredite nesse

      Amigo, não acredite nesse número do MPL, esses R$1,50 são apenas a primeira tarifa cobrada em real (1994) corrigida pela inflação mas eles desconsideram que nesses 20 anos (tô ficando velho) tudo mudou, os ônibus possuem tecnologia embarcada (o usuário quase não vê, mas a maioria disso tudo está por baixo dos pisos e paineis), câmeras, combustível menos poluente, wi-fi, ar-condicionado, leitores de bilhete único, ônibus maiores, acessibilidade para PCDs, rastreamento em tempo real, manutenção da infraestrutura e pontos de recarga do bilhete único (mais de 6 mil pontos de venda na cidade fora as maquininhas automáticas), administração dos terminais (muitos foram construídos de lá pra cá) fora os ônibus queimados, cada um é no mínimo 300 mil reais de prejuízo e 103 foram queimados até a presente data nesse ano, só fazer as contas.

      Enfim, não quero defender a tarifa atual, que é superdimensionada sim e abastece meia dúzia de empresários gorduchos com vultuosas cifras, mas o MPL é o que jamais vai deixar de ser, um bando de moleques cujo máximo que aprendem decentemente no nosso “maravilhoso” sistema educacional é isso aí, uma continha simples de inflação acumulada, mas do sistema eles não entendem nada, afinal se quem depende do “busão” todo dia desconhece como o sistema é caro e complexo (o mais bem equipado da América Latina, vocês podem crer), quem dirá uma turminha de filhinhos de papai revoltosos.

      Meu sincero desejo é que essa auditoria possa permitir que o prefeito faça o que é óbvio, ou seja, remunerar as empresas por custo operacional e não por passageiro transportado, afinal manter um ônibus que carrega 20 passageiros realmente custa mais barato do que manter um ônibus que carrega 100 passageiros (manutenção etc), mas do jeito que as coisas funcionam hoje a empresa de ônibus, reproduzindo o exemplo que citei, recebe 5x mais $$$$ quando transporta 5x mais passageiros. Alguém acha isso certo? Os custos da empresa realmente são integralmente proporcionais à quantidade de passageiros transportados? Claro que não, isso é o setor sugando dinheiro público, e pior, amparado por um contrato absolutamente legal.

      Desculpe pelo longo texto mas transporte ainda é um setor muito incompreendido pelas pessoas e precisa ser esclarecido, afinal abriga uma das piores máfias do país, que só se mantém porque recebe repasses pornográficos das administrações públicas.

      PS: Sobre o texto: “as empresas do setor bancam 10% (do sistema)”. Isso é piada né?

      1. Valeu J. Alberto, eu

        Valeu J. Alberto, eu superdimensionei o MPL.

        Faço a correção que os estudos da tarifa não são do MPL, se não me engano da FGV, o movimento apenas usa como base de comparação.

        Na verdade R$ 1,50 é a média, no início do plano Real (1994) a tarifa era acho R$ 0,50.

        Os custos dos terminais de ônibus poderiam ser mantidos com o dinheiro do contribuinte (IPTU, ISS, etc), os leilões de bens do crime organizado pagariam os custos dos ônibus queimados.

        Como está crescendo o número de usuários no transporte público isso abre uma grande possibilidade não apenas de cobrir os custos como no futuro de até reduzir a passagem.

        Por isso que nesse setor tem que haver empresa pública gerindo que coloque o interesse público como prioridade, para o usuário não bancar 90% do sistema.

        1. Imagine amigo, é que

          Imagine amigo, é que infelizmente poucas pessoas param pra pensar como o transporte por ônibus era precário e simplório nos anos 90 (municipalizado da gestão Erundina/Maluf/Pitta) e hoje, apesar dos ônibus em si serem carroças perto dos ônibus europeus, norte-americanos, japoneses, chineses etc, a tecnologia e infraestrutura que os cerca é complexa e cara. Por isso muitas vezes sequer aparecem nos cálculos oficiais.

          Um adendo: estou gostando cada vez mais da gestão Haddad mas infelizmente ele não terá mínimas condições de travar uma queda de braço com os empresários de ônibus e reduzir a tarifa.

          Alguns fatos provam isso: a SMT, desde a gestão Marta, está loteada por pessoas ligadas aos grandes empresários do setor e ao transporte alternativo (cooperativas de perueiros, que recentemente estão se organizando pra virarem empresas também). É a raposa cuidando do galinheiro. Foi o custo da grande reestruturação que a ex-prefeita fez.

          Além disso, muitas empresas (não só em SP mas em todo o país) são doadoras regulares de campanha, e mesmo operando em contrato emergencial (temporário) atualmente os investimentos no transporte por parte das empresas não param, o que nos leva a crer que na próxima licitação todas as empresas que estão aí continuarão operando, pois ninguém investe uma baita grana num negócio em que não se sabe o dia de amanhã.

          Se o MPL fosse um movimento sério não sairia pelas ruas queimando ônibus, pois quem paga o prejuízo é o povo, e também defenderia e divulgaria a auditoria internacional que a prefeitura fez, pois em teoria o resultado desta auditoria é a base legal de que a esquerda precisa para pulverizar os repasses superfaturados do transporte.

          Que esquerda é essa que tanto falou no passado sobre auditoria de dívida externa e interna do país, revisão de leis diversas (da ditadura por exemplo), e dá de ombros para a auditoria do transporte, essa ação tão importante e pioneira?

          Ah, é que o PT não é mais esquerda marxista autêntica, virou esquerda reformada. Boa parte dos comunas está do lado de fora do palácio e só olha pro próprio umbigo. Lamentável.

          É essa falta de apoio popular e político que prejudica a gestão Haddad e impede mais avanços. E quando um Aloysio Nunes, um Bruno Covas, um Andrea Matarazzo ou mesmo um Russomano (toc toc toc pros três) assumirem a prefeitura, não adianta chorar as pitangas.

  6. Logo logo os teleguiados do

    Logo logo os teleguiados do MPL vão aparecer…vamos ver se os “blogueiros progressivos” vão ficar fazendo festinhas pra eles de novo.

    1. Concordo com você, os

      Concordo com você, os trabalhadores devem ficar quietos em casa e se deixarem explorar ao bel-prazer pelos patrões e pelos donos das empresas de ônibus.

  7. É disso mesmo que o PT

    É disso mesmo que o PT precisa! Um aumento de tarifa em SP agora serviria de catalisador perfeito para dar vazão ao golpe no qual oposição vem trabalhando nos últimos 12 anos.  

  8. As passagens de ônibus em São Paulo são caríssimas…

    As passagens de ônibus em São Paulo são caríssimas. R$ 3,00 é muito caro. A prefeitura vai ter que mudar a forma como viabilizar o transporte público sem onerar tanto a população. Além disso, o sentimento em ascensão anti-PT em São Paulo catalisaria atos contrários ao governo. Essa iniciativa só alimentaria o ódio ao governo. Ou seja, o aumento das passagens seria um erro político. A prefeitura não deveria seguir com o aumento.

    A proposta do prefeito não é estimular o uso do transporte público? Ora, então porque aumenta-lo. Caso Haddad consiga evitar o aumento das passagens, estaria sinalizando para a população que o transporte coletivo, além de eficiente é vantajoso economicamente para o cidadão. O cálculo dos benefícios econômicos deve levar em conta os benefícios políticos e sociais.

    São Paulo está parada. O trânsito é infernal. Ninguém consegue andar nessa cidade. Criar mais atrito sobre a questão do transporte é suicídio político.  

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