Considerações sobre a correção do Imposto de Renda durante o Plano Real, por Diogo Costa

CORREÇÃO DA TABELA DO IMPOSTO DE RENDA (1995-2014) – Muito se fala do Imposto de Renda mas pouco se fala que na verdade quem massacrou a população com parcos reajustes na tabela foi FHC, do PSDB.

O ex presidente tucano manteve a tabela congelada de 1996 a 2001 (06 anos consecutivos sem nenhum reajuste na tabela do Imposto de Renda).

Outra questão que é pouco falada diz respeito ao governo Dilma, que se mantiver a correção da tabela que fez durante o seu primeiro mandato, no segundo mandato que agora se inicia, fechará os seus 08 anos de governo, em 2018, com correções acumuladas superiores àquelas que foram feitas nos governos de FHC e de Lula.

Mais uma vez se prova, por A + B, que Dilma é massacrada de forma absurdamente injusta e injustificável.

1) Correção acumulada do Imposto de Renda entre 1995 e 2002: 33,01%;
2) Correção acumulada do Imposto de Renda entre 2003 e 2010: 41,67%;
3) Correção acumulada do Imposto de Renda entre 2011 e 2014: 19,25%;
4) Correção acumulada do Imposto de Renda entre 2011 e 2018: 42,21%¹.

É perfeitamente possível dizer que há defasagem na atualização da tabela.

Mas é uma rotunda falácia dizer que a presidenta reeleita, Dilma Rousseff, tem índices de reajuste inferiores aos índices de seus antecessores². É justamente o contrário.

¹ Projeção: se mantiver o percentual de correção do Imposto de Renda que adotou entre 2011 e 2014 (4,5% ao ano), Dilma Rousseff terminará o seu segundo mandato, em 2018, com uma correção acumulada de 42,21% (a maior correção do Imposto de Renda verificada em todo o Plano Real).

² Correções anuais do Imposto de Renda entre 1995 e 2014:

-1995: 13,2%;
-1996: 0%;
-1997: 0%;
-1998: 0%;
-1999: 0%;
-2000: 0%;
-2001: 0%;
-2002: 17,5%;
-2003: 0%;
-2004: 0%;
-2005: 10%;
-2006: 8%;
-2007: 4,5%;
-2008: 4,5%;
-2009: 4,5%;
-2010: 4,5%;
-2011: 4,5%;
-2012: 4,5%;
-2013: 4,5%;
-2014: 4,5%.

12 Comentários

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  1. Sobre o IR…

    Não é somente a tabela que é defasada, o sistema de declaração também é defasado principalmente as deduções.

    IR só serve para servidores públicos que são tributados na fonte.

    O resto da turma está sonegando descaradamente…

    1. Excelente comentário

       

      Quem é tributado na fonte é que está pagando IR neste país.

      Quem defende mais imposto deve ser aquele que não está pagando e ainda por cima deve estar sonegando.

      Obrigado.

  2. Prezado DiogoConcordo, mas

    Prezado Diogo

    Concordo, mas deveria-se pelo menos corrigir de acordo com a inflação. Neste ponto, as oposições estão certas.

    Mas como as Bases (principalmente os sindicatos ) estão amarrados ao governo, ficaremos nisto.

    PS.: E tem mais um detalhe, temos que parar de comparar com o zumbi do fhc.

    Abração

    1. Olá, Mario Mendonça,
      acho que

      Olá, Mario Mendonça,

      acho que entendo o incômodo com as comparações com o zumbi do fhc e com a oposição. É realmente cansativo.

      Mas por outro lado, é difícil de aceitar que falem como se não tivessem passado, contando com a desinformação alheia.

      Que o rebanho deles siga qualquer falácia é problema deles, mas que não venham falsificar a história pra cima de mim, por favor.

      Vivem falando de impóóóstos mas foram eles que mais aumentaram impostos na história da república; liquidaram patrimônio e, ainda assim, foram os que mais endividaram o país; talvez até mais que os militares (quem tiver a conta bem que poderia compartilhar)…

      … E ainda vêm falar que são graaandes gestores?! É demais.

      Sauddações.

  3. comparação

    Agora a nova forma de defender o indefensável é comparar com FHC. Qualquer um q se comparar com FHC se sai bem. Não votei na Dilma querendo comparações com governos mediocres.

    1. Temos sim de comparar

      Afinal, quem ameaçou voltar foi exatamente um representante do mesmo partido, PSDB, e com os mesmas figurinhas carimbadas do governo FHC, inclusive Armínio Fraga, que elevou a taxa de juros aos pornográficos 45%. Então como não comparar? 

    2. Cada um escolhe a régua que julga adequada às suas dimensões.

      Se alguém escolhe um saco de merda, para se dizer menos fedorento, fazer o quê? Esta é a régua com a qual alguns pobres de espírito gostam de se comparar.

  4. sobre comparações

    essa história de que jq cansou as comparações com o fhc na verdade querem que fique escondido o que na verdade a maioria dos tucanos é:

    HIPÓCRITA!

  5. Sou malandro, mas quem não é…

    Pôxa, que legal, se o  Diogo não explica nunca ia saber que o Governo Dilma meteu menos a mão no nosso bolso do que o governo Lula e o FHC.

    Obrigado Dilma, por fazer maldades menores que seus antecessores….

    Se um dia você lembrar, tenta recompor a tabela, e reparar essa pequena injustiça que carreia alguns bilhõeszinhos do bolso dos trabalhadores para o governo. Agradeço antecipadamente.

  6. correção IRPF

    O Foco do debate é outro, a meu ver. Como os impostos expressam a necessidade de o Estado se financiar junto à sociedade, há de ver como isso é feito. O Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) é um imposto progressivo, ou seja, que onera proprcionalmente mais quem tem maiores rendimentos. No Brasil, infelizmente, os impostos sobre o consumo são os principais e oneram principalmente os mais pobres. Se o IRPF aumentar  e os impostos sobre o consumo diminuirem, o país terá mais justiça tributária. 

  7. Agora resta comparar com a inflação acumulada nos períodos.

    É fácil de entender por quê. Se durante um mandato a inflação foi dez e o governante aplicou uma correção de vinte, parabéns para ele; caso aplique trinta para uma inflação de cinquenta, ele fica devendo explicações aos seus eleitores. Então, não faz nenhum sentido em comparar as correções aplicadas na tabela, sem considerações com a inflação, em primeiro lugar. Mas há uma segunda consideração que vou me ocupar dela no final do texto.

    Como estou com preguiça, vou usar a primeira fonte que encontrei, para a inflação dos períodos dos governos comparados, embora os dados sejam parciais para último mandato presidencial e, também, por não podermros adivinhar qual será a inflação até 2018. Acho que o autor da postagem vai confiar na fonte utilizada. Vejamos:

    “Vamos relembrar, pela milionésima vez, d’alguns dados sobre o tema:

    -Nos oito anos de FHC-PSDB, inflação oficial (IPCA) de 100,6%, média de 9,1% ao ano.

    -Nos oito anos de Lula-PT, inflação oficial (IPCA) de 56,6%, média de 5,7% ao ano.

    -Nos primeiros três anos de Dilma-PT, inflação oficial (IPCA) de 19,2%, média de 6,0% ao ano.

    Mais alguns dados:

    -Nos onze anos de Lula-Dilma-PT, inflação oficial (IPCA) de 86,86%, média de 5,9% ao ano.

    -Nos três primeiros anos de Lula-PT, inflação oficial (IPCA) de 24,29%, média de 7,5% ao ano.

    Dados finais (governo Dilma):

    -Inflação oficial (IPCA) 2011 – 6,50%

    -Inflação oficial (IPCA) 2012 – 5,84%

    -Inflação oficial (IPCA) 2013¹ – 5,81%… “

    Fonte: https://jornalggn.com.br/noticia/analisando-dez-anos-de-inflacao

    Bem, estou com preguiça também para fazer comparações detalhadas, da inflação com a correção da tabela, nos três governos citados pelo autor, deixo que ele faça. Mas digo sem medo de errar, que os três ficaram com a correção da tabela abaixo da inflação. Aí temos de fazer a segunda consideração que citei anteriormente.

    O governo FHC deixou várias heranças malditas, uma delas foi o arrocho da tabela de IR. O governo Lula herdou isto e corrigiu a tabela abaixo da inflação, agravou o quadro; o governo Dilma herdou a tabela arrochada por FHC e agravada no governo Lula e vem aplicando, correções abaixo da inflação, um pouco mais próxima desta, diga-se, mas isto não alivia em nada o arrocho herdado, até agrava mais um pouco. Em 2015, o trabalhador recebe dois mil de salário e o governismo petista considera isso “renda” para ser taxado no IR. Depois não entendem por que as classes médias tradicionais e mesmo setores do operariado (perderam as eleições no ABC, lembram-se?) andam pe da vida com eles.

    Então, toda essa postagem possui uma dose elevada de auto-engano. Não vai demorar para o arrocho da tabela chegar até o salário mínimo, aí o petismo vai comemorar, dizendo que trabalhador de salário mínimo ingressou na classe média, pois pagará imposto de renda na fonte. Eu acho que em certas áreas do governismo, prevalece regras de conformismo com a mediocridade, utiliza-se de réguas e parâmetros abaixo da crítica, para uma avaliação que chamo de auto-engano, pois não convence ninguém além dos próprios “auto-avaliados”. É aquela mania de se comparar ao desastre FHC que retrato assim: o governista aponta para um monturo de m#rd@  e se mostra orgulhoso em dizer, que é menos fedido do que aquilo.

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