CPMF, imposto justo na hora errada da economia, por J. Carlos de Assis

CPMF, imposto justo na hora errada da economia, por J. Carlos de Assis

Eu adoro a CPMF. É claro que fico um pouco triste quando ela dá uma dentada de 3,8 reais no salário de uma doméstica que ganha mil reais por mês, mas o fato é que isso é largamente compensado quando a abocanha 3 mil 800 reais toda vez que algum especulador parasitário muda de lugar sua aplicação de 1 milhão de reais. Isso me dá grande alegria. É a única forma de o Governo meter a mão no bolso dos grandes especuladores.

Não só isso. É um imposto insonegável. Os ricos podem fazer a ginástica que quiserem e não haverá como escapar dessas tributação. Juntando essas duas propriedades, a possibilidade de efetivamente tributar e o atributo de ser insonegável, estamos diante de um robusto imposto que vale a pena defender, sobretudo tendo em conta que, sendo a alíquota baixa, praticamente não afeta os pobres, grande parte dos quais não é sequer bancarizada.

Isso explica porque o presidente da Fiesp – que não tem indústria e portanto vive do que retira da instituição bancada por tributo assim como de especulações financeira-, se abalou para Brasília a fim de convencer os presidentes da Câmara e do Senado, esses dois padrões de honestidade tributária, a rejeitarem a CPMF. A propósito, Paulo Skaf deveria ser submetido a uma investigação sobre eventual uso de recursos do Sesi e do Senai para bancar suas ambições político-partidárias. Ou, no Brasil, só político eleito é corrupto?

Entretanto, da mesma forma como louvo fervorosamente a CPMF, sou contra qualquer aumento de imposto numa economia em recessão. Em recessão, o que tem que ser aumentado é a dívida pública. O amento do imposto deve se deixado para o momento de boom do ciclo econômico, quando pessoas e empresas pagam impostos quase sem sentir. Por razões sobretudo ideológicas, os empresários e seus áulicos na economia tem a obsessão do equilíbrio ou superávit orçamentário. Bem feito. Não querem dívida pública? Pois tomem imposto!

Vou dar uma explicação rápida pela qual, em recessão, o remédio correto e aumentar o déficit e portanto a dívida. A recessão é um estado em que a demanda efetiva da sociedade e do governo está baixa. Se o imposto for aumentado para pagar juros, o Governo retira da sociedade mais do que lhe devolve na forma de compra de bens e serviços. Ao contrário, quando faz déficit, o Governo devolve à sociedade na forma de compra de bens e serviços mais do que lhe retira sob a forma de impostos. Isso resulta em estímulo à economia, favorecendo a retomada dos investimentos, do emprego e da receita pública. O déficit criado de um lado resulta em redução da dívida pública no boom. Aí a gente cria a CPMF!

J. Carlos de Assis – *Economista, doutor pela Coppe/UFRJ, autor do recém-lançado “Os Sete Mandamentos do Jornalismo Investigativo”, Ed.Textonovo, SP.

Redação

6 Comentários

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  1. Tao trocando figurinha!

    Qua! Qua! Qua!

    Pois continuam dando paulada. Ate que Dilma hoje na cerimonia do PGR mandou uns recadinhos: Doa a quem Doer! Legal passando batido e este discurso foi construído!

    Mais voltemos aos frutos do mar nas praias de Joao Pessoa e bebericando as marvadas!

    Gostei do texto leve, solto e direito glicosado na veia para tira as pingas ruins. Do contraste eu fico, bato palma e tem de ser agora para aquele papudo do supremo que já grito só exame marcado na prostra pela CPMF:  ” Bem feito. Não querem dívida pública? Pois tomem imposto!

    Vou dar uma explicação rápida pela qual, em recessão, o remédio correto e aumentar o déficit e portanto a dívida.”

    Bem será proeza atuar versus estes loucos que falam do déficit e da divida, mandou bem, falando em juros e déficit com retorno econômico e social.

    O que me preocupa agora é a inflação, agora não, sempre! E empregos, com estes caos todos, econômicos e do lava a jato somado com empreiteiras, ate no investimento naval, submarino e dos aviões para defesa.

    Vamos que vamos!

    Focado e batendo seguindo! 

    paijoaquim

  2. Confiar arrecadação a bancos

    Acho louvável sim o imposto sobre transações financeiras. Mas desde que substitua todos os outros impostos, afinal, o espaço para a corrupção se dá justamente criando dificuldades para vender facilidades.

    O que me preocupa são histórias (ou estórias, não tenho como checar a veracidade das mesmas) de que bancos recolhiam o CPMF, compravam títulos de dívida do governo com deságio e os usavam como pagamento AO INVÉS de repassar aos cofres do tesouro a arrecadação do imposto.

    Ou seja, ao sistema financeiro tudo e aos pobres a conta.

    Pagar SELIC sobre o compulsório também é um crime. Deixamos nosso dinheiro na poupança a 6% ao ano e os bancos levam mais que o dobro sem fazer absolutamente nada. Por que nosso dinheiro não é remunerado a 70% da SELIC como o seria se o movimento para traze-la a niveis civilizados não tivesse sido precocemente abortado??? Ou, dito diferente, por que a remuneração do compulsório nao é a taxa da poupança???

    A associaçao PROTESTE tem uma campanha muito interessante visando diminuir um pouco esses absurdos, pena que o governo não tenha peito para enfrentar os rentistas: http://www.proteste.org.br/dinheiro/nc/noticia/proteste-lanca-campanha-por-limite-nos-juros-do-cartao-de-credito

  3. Sem dúvida, não é momento
    Sem dúvida, não é momento bom para a direita. A esquerda, em direção contrária, a visão um pouco maior, parece disposta a pagar. Conta em banco custa caro. E sinceramente não vejo motivos para cusrar tao caro. Mas, o furo no zoio é o monitorament das operações. Além e claro, do instinto de sabotagem social.

  4. Desculpem a grosseria, mas

    Eu adoro a CPMF. É claro que fico um pouco triste quando ela dá uma dentada de 3,8 reais no salário de uma doméstica que ganha mil reais por mês, mas o fato é que isso é largamente compensado quando a abocanha 3 mil 800 reais toda vez que algum especulador parasitário muda de lugar sua aplicação de 1 milhão de reais. Isso me dá grande alegria. É a única forma de o Governo meter a mão no bolso dos grandes especuladores.

    Como se pode dar crédito, ou mesmo continuar a ler o texto, se o autor sequer tomou conhecimento do que se propõe.  O Levy já disse que o projeto vai recriar a famosa conta-investimento ISENTA de CPMF e que transferências entre o mesmo CPF NÂO vão pagar CPMF, como já era antes de ser extinta.

    Essa porcaria só atinge a cadeia produtiva/distributiva, NUNCA o bacana que fica com o dinheiro “parado” no banco rendendo juros.

    E a empregada doméstica também NÂO vai pagar diretamente o imposto. O patrão é obrigado a lhe pagar em espécie ou em uma conta-salário, que também é isenta de CPMF.

    Ou seja, o camarada escreve um texto sem se interar do assunto principal.

  5. Ou o articulista não é

    Ou o articulista não é economista, ou é economista, porém mistificador. Explico: quem ganha mil reais NÂO vai pagar só 3,80 de CPMF. O imposto vai recair sobre todas as etapas de produção e comercialização de todos os bens, e aquela pessoa que ganha mil reais vai arcar com esse aumento de preço em todos os produtos que consumir, devido ao imposto cobrado diversas vezes.

  6. CPMF – COMISSAO PARA O MINISTRO DA FAZENDA

    CPMF não é Imposto, não é justo, não tem fundamento econômico. Se presta apenas a surrupiar paradoxalmente mais dinheiro para sustentar a dissipação de 10% do PIB na forma de despesas de juros, quando em economias com Administrados supostamente honestos não deveria passar de 1.5%a do PIB.

    Não é surpresa, junto em pacote de maldade contra a economia e em favor dos banqueiros,  Levy propõe a legalizar produto de crime e impunidade do bandido, no projeto de internação de dinheiro de bandidos no exterior sem rendimento e dispensados pela Suíça, projeto com o nome de Repatriação de Dinheiro Roubado com promessa de segredo do nome do bandidos para sempre, tal como dos beneficiários do estoque existente no Banco Central.

     

    CPMF serve para tal como dar mais dinheiro a quem está pagando juros de cartão de crédito, jamais vai sair do buraco e o banco vai ficar cada vez mais rico, até tomar os bens, depois o que está embaixo das Terras, depois as Terras. E o devedor que procure outro lugar para morar.

    Brasil segue trilha do México, Terras do Estados Unidos do México foram para os Estados Unidos da América.

    Somente a nulidade da economista Dilma, que envergonha seus Mestres, ao se curvar a Ministro da Fazenda, medíocre engenheiro, funcionário de confiança do maior banco privado brasileiro por décadas, Bradesco, que tem um presidente psicologo. O conhecimento requerido para bancário e  banqueiro e saber muito bem como calcular juros para ser creditado na conta do banco e assim garantir sua COMISSÃO.  Por isso Levy e Tombini são louvados pelos Mercadores Financeiros.

    Brasil precisa apenas de Banco Central com a missão do Fed para sair da crise inventada pela Dilma em 2015 para justificar a sua  distancia de Lula e virar Tucana,  para justificar ela mandar embora os companheiros do projeto do PT, que levaram ao sucesso o governo de Lula, da eleição dela assim chamada de um Poste pelos Tucanos.

     Dilma não tem esse direito, ela não é rainha absoluta nem Tombini dono do Banco Central.

    Se quisesse colocar o pais de volta no crescimento e acabar com desemprego do pais, Dilma simplesmente exonerava Levy junto com Tombine e nomearia servidores públicos de carreira, de Universidades, na sentido sério da palavra, par acertar reduzir a sangria de R$ 300 bilhões do orçamento, simplesmente a maior transferência de renda da população para os magnatas. Dilma junto com Levy e Tombine ainda não aparecem no Guiness Book porque não interessa neste ponto do tempo ao governo americano,

     

    Próximo lance de contribuição da população a ser recomendada por Levy e a ser aceita pela nossa arrogante e omissa Presidente vai se CONTRIBUIÇÃO PELO CONSUMO POR RESPIRAÇÃO DO AR – CPCRA. Logico os magnatas poderão comprar créditos de oxigênio dos súditos.

     

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