Congresso sobre Lava Jato passará pente-fino na operação para tirar “lições positivas”

Carla Castanho
Carla Castanho é repórter no Jornal GGN e produtora no canal TVGGN
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À TVGGN, Wilson Xixo, do Museu da Lava Jato, e Maurício Dieter, da USP, dão detalhes sobre o evento; GGN está confirmado

Os organizadores do evento em entrevista ao jornalista Luis Nassif, da TV GGN Foto: Reprodução Youtube TV GGN

Em entrevista exclusiva ao jornalista Luis Nassif, para o programa TVGGN 20 Horas [assista abaixo], Wilson Ramos Filho (Xixo), idealizador do Museu da Lava Jato, e Mauricio Dieter, professor de Direito da USP, entregam detalhes sobre o congresso que fará um balanço crítico da Lava Jato em outubro.

Segundo os organizadores, será o maior evento já concebido sobre a Operação, que vai desdobrar os bastidores e aprofundar os impactos causados nos âmbitos jurídico, geopolítico e midiático.  

Em pouco mais de seis meses de planejamento, o evento reunirá uma série de especialistas com senso crítico que “insurgiram-se contra a Lava Jato” durante os nove anos de operação. Para Xixo, “é muito importante honrar pessoas que tiveram uma atitude decente de resistência e que foram brutalmente hostilizadas na época“.

“Advogados e jornalistas deram entrevistas, publicaram colunas, denunciaram que aquilo estava errado, sofrendo uma forma de intimidação. E mesmo agora, quando a gente faz um evento que tenta passar um pente-fino na Operação para tirar lições positivas, alguns dos membros rapidamente tentam apontar que o evento tem feição ideológica”, compartilha Xixo.

Em relação às críticas, Xixo se refere a quem não se deu ao trabalho de analisar o currículo das pessoas envolvidas e suas contribuições para combater um dos períodos mais espetacularizados da história, o que chega a ser irrelevante diante das boas intenções do Congresso. 

“Nem se deram ao trabalho de analisar o currículo das pessoas envolvidas e as suas contribuições todo esse tempo, mais de seis meses de planejamento que a gente teve para montar algo dessa grandeza. Eu tenho muito orgulho do evento que a gente conseguiu produzir (…) em menos de 20 minutos, nós já não tínhamos mais nenhum lugar para inscritos”. 

A necessidade do debate

Mauricio Dieter, professor de Direito Penal da USP e também organizador do evento, fala na entrevista sobre como a Lava Jato impactou os estudos jurídicos no País. 

“Ela [Lava Jato] reconfigurou estatutos jurídicos que pareciam sólidos, é cúmplice da emergência da extrema-direita no país, um dos episódios mais graves de mobilização da criminalização secundária, do sistema de justiça criminal para determinar resultados políticos diretamente”, pontua. 

Estrutura do Judiciário 

Além de elencar com afinco a estratégia usada pela mídia durante o período lavajatista que deixou resquícios na política nacional e no Judiciário, Dieter aponta que a “Lava Jato marca uma nova era de participação do Ministério Público na política nacional, é um momento para pensar o MP como criação da Constituição da República”.

Um outro ponto a ser abordado no congresso está na forma como o Supremo Tribunal Federal (STF) perdeu a sobriedade que caracterizava a Corte. “A Suprema Corte de todos os países do mundo é uma coisa sóbria, não existe essa transformação de ministros em celebridade, e não existe, por outro lado, uma sobrevalorização da vaidade”. 

GGN é presença confirmada 

O evento, que também terá exibição on-line para quem quiser acompanhar, contará com a participação do jornalista Luis Nassif, do Jornal GGN, no painel sobre “Lava Jato e imprensa”, ao lado de Mônica Bergamo, Reinaldo Azevedo, Florestan Fernandes Jr. e Marina Rossi.

Confira, abaixo, no programa completo com Xixo e Dieter, mais detalhes sobre o “Balanço Crítico da Lava Jato”, que ocorre nos dias 26 e 27 de outubro, na faculdade de Direito da USP, em São Paulo. Veja a programação do evento completa aqui.

1 Comentário

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  1. Esses cretinos estão tentando reescrever a história. Não adianta, não vão conseguir desfazer os crimes cometidos pelos corruptos que a lava jato colocou na cadeia!!! E os bilhoes devolvidos vieram de onde hein?

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