Nesta sexta (27), segundo dia de “Balanço Crítico da Lava Jato”, evento realizado na USP, os juristas Lênio Streck, Pierpaolo Bottini e Jacinto Coutinho passam a limpo a operação que afetou o sistema institucional brasileiro.
O painel “A Lava Jato, finalmente, passada a limpo”, que reúne os especialistas renomados, será retransmitido no programa TVGGN Justiça desta sexta [veja o link abaixo].
O jornalista Luis Nassif, do GGN, participou ontem do primeiro dia de evento, no painel sobre Lava Jato e Imprensa, e analisou a cobertura da mídia desde os anos que antecederam o auge da Lava Jato e contou bastidores de situações que precisou enfrentar por desmascarar os crimes de imprensa. Mônica Bergamo, Florestan Fernandes e Marina Rossi também compuseram a mesa.
Confira a apresentação dos juristas partir das 18:45 desta sexta (27) no canal da TVGGN pelo link abaixo.
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Os juristas disseram quase tudo, mas esqueceram o principal. O preço da restauração do garantismo em matéria processual penal teve um preço: a destruição total das garantias trabalhistas constitucionais em relação aos empregados das plataformas de internet. O STF aproveitou o golpe de 2016 para desmantelar a marretadas todas as barreiras constitucionais que impediam a super exploração dos empregados por plataformas como o UBER. A extração de lucros exorbitantes sem custos trabalhistas ou previdenciários foi permanentente garantida aos barões feudais dos dados norte-americanos. Isso explica porque Joe Biden se recusou a apoiar o golpe de estado planejado por Bolsonaro e a quadrilha de generais que ele comanda. Um Estado que não arrecada nada ou quase nada das Big Techs e plataformas de internet (setores extremamente rentáveis que ainda por cima embolsam verbas de publicidade de empresas privadas e públicas) não poderá redistribuir nada aos cidadãos. Nesse contexto, pouco importa se Lula foi ou não eleito. O STF castrou o Brasil ao legitimar o escravagismo algorítimico. Esse será o efeito indireto mais duradouro da Lava Jato.