Os homens são da guerra e as mulheres são da luta: antropóloga Francirosy Campos fala sobre a islamofobia no Cai na Roda deste sábado (22)

Dado o momento que vive no Oriente Médio, Francirosy também falou sobre os ataques israelenses contra o Hamas, na Faixa de Gaza. Assista

Jornal GGN – A antropóloga e professora da Universidade de São Paulo (USP), Francirosy Campos Barbosa, que pesquisa a islamofobia, fala sobre o preconceito de outras religiões predominantes no Brasil contra o islã, o feminismo e os desafios da mulher muçulmana no Cai na Roda deste sábado, 22 de maio. O programa será exibido na TV GGN, às 20h.

De acordo com os estudos de Francirosy, o especto da islamofobia mais presente no Brasil é o de gênero, atrelada ao uso do lenço pelas mulheres muçulmanas. É sobre este ponto que a luta dessas mulheres por espaço e respeito ganha destaque. “O grande papel hoje das mulheres muçulmanas é de realmente ocupar o seu espaço com respeito à religião, sabendo que todas as mulheres têm os seus lugares”, diz.

Ao falar mais a fundo sobre o feminismo, a professora pontua as diferenças territoriais e seus efeitos nas respectivas lutas das mulheres. “O patriarcado e o machismo são estruturais, todas as violências que nós vivenciamos no mundo são estruturais e elas acontecem dentro de seus eixos”, nesse sentido, “nós mulheres ocidentais temos a ilusão que as mulheres muçulmanas não tem as suas lutas, porque elas não cabem nas nossas agendas, (…) mas elas estão na luta desde o século XVIII”, afirma. 

Sendo assim Francirosy pontua que “os homens são da guerra e as mulheres são da luta”. “Nós temos que lutar o tempo todo para desconstruir a guerra construída pelos homens, seja ela de gênero, econômica, política ou do conhecido”.  

A tragédia humanitária da palestina 

Dado o momento que vive no Oriente Médio, Francirosy também falou sobre os ataques israelenses contra o Hamas, na Faixa de Gaza. A maior escalada de violência na região nos últimos anos, deixou pelo menos 244 mortos, sendo 232 em Gaza e 12 em Israel, em 10 dias. 

O Hamas iniciou os ataques no dia último dia 10, após semanas de tensão em torno de um processo judicial para despejar quatro famílias palestinas em Jerusalém Oriental e também em retaliação aos embates entre a polícia israelense e palestinos na mesquita de Al-Aqsa, o terceiro templo mais sagrado do islã. Israel reivindica toda Jerusalém como sua capital, enquanto os palestinos querem Jerusalém Oriental.

Para Francirosy “o que os palestinos vivem hoje é uma grande tragédia humanitária, em uma luta desigual”. “No último dia 15 de maio fez 73 anos de nakba e ninguém sabe o que o que foi a nakba palestina, que é a catástrofe de quando grupos judeus sionistas chegam na palestina e retiram mais de 700 mil palestinos e ocupam suas terras. O que nós vemos acontecer na Palestina hoje é uma nakba que não teve fim”, diz. 

“O que nós estamos vivendo na palestina é uma limpeza étnica, não é conflito e não é guerra, porque guerra são medidas por forças iguais e nós não temos forças iguais, a própria palestina não tem um exército e podemos criticar a atuação do Hamas, mas essa é a reação do oprimido”, completa sobre o tema. 

Ao longo de uma hora de entrevista, a professora também explica o papel dos Estados Unidos nesse embate, a resistência política do Hamas, entre outros temas. 

Participam desta edição as jornalistas Lourdes Nassif, Cintia Alves, Duda Cambraia e Ana Gabriela Sales. Assista.

Sobre o Cai na Roda

Todos os sábados, às 20h, a TV GGN divulga um novo episódio do Cai Na Roda, programa realizado exclusivamente pelas jornalistas mulheres da redação, que priorizam entrevistas com outras mulheres especialistas em diversas áreas. Deixe nos comentários sugestão de novas convidadas. Confira outros episódios aqui:

Redação

2 Comentários

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  1. GOLPE DE ESTADO MAÇOM GENOCIDA MILICO-GERAL DESDE 2016 DEMOLINDO O PAÍS!!!!

    “Sendo assim Francirosy pontua que “os homens são da guerra e as mulheres são da luta”. “Nós temos que lutar o tempo todo para desconstruir a guerra construída pelos homens, seja ela de gênero, econômica, política ou do conhecido”.

    … matando a charada ….

  2. A Francirosy não sabe que a origem do veu que ela usa é a mesma que a do patriarcado e do machismo: os cabelos e a sexualidade da mulher são propriedade do homem. Homem que pode ter escravos e várias mulheres. Homem que pode fazer a guerra e distribuir escravos (e escravas sexuais) entre os prisioneiros.
    A Francirosy defende Hamas, cujo objetivo é a destruição de Israel para botar no lugar um Estado islâmico.
    Num Estado Islâmico, mulheres e não muçulmanos são cidadãos de segunda classe. No Irâ, a revolução islâmica a idade mínima para casamento das mulheres foi reduzida de 18 para 13 anos. Claro, tudo muito feminista, segundo ela.
    Quando o opressor é o muçulmano, ela não diz nada.

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