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TV GGN 20 horas: A mão da Justiça alcança o ministro Ricardo Salles

Jornal GGN – O programa começa apresentando os dados de covid-19: a média diária de casos chegou a 64.665, 5,5% acima de sete dias atrás, e 10,7% acima de 14 dias atrás. Apenas nesta quarta-feira, foram registrados 79.219 novos casos.

Sobre o caso envolvendo o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, Nassif diz que “ele era aquele sujeito que, diariamente, te envergonhava. Envergonhava as instituições. E ninguém consegue ficar tanto tempo assim envergonhando as instituições”

Salles é sócio de um escritório de advocacia – e, por isso, Nassif alerta: “OABs, vocês precisam tomar cuidado com isso. A lavagem de dinheiro através de escritório de advocacia. Tem que tomar cuidado com isso”.

Nassif explica que, depois de atuar como secretário do Meio Ambiente no governo Alckmin em São Paulo (e de ver seu escritório aumentar o faturamento consideravelmente), ele vai para Brasília – “ali ele aprontou todas”.

Para Nassif, Salles dançaria no Brasil de todo jeito, uma vez que os abusos foram excessivos – mas ele dançou de fato por conta da questão dos adidos do meio ambiente. “Todo esse escândalo dele foi levantado por um adido da Embaixada Americana”.

“Hoje, você tem esse inquérito da Polícia Federal, que o Alexandre de Moraes cita, extremamente detalhado (…) Foi feita toda a investigação pelo adido, encaminhado para a Polícia Federal, fez um trabalho meticuloso. E o Alexandre de Moraes autorizou entrada na casa de todos os suspeitos”.

“É um capítulo extremamente importante, porque mostra o seguinte: esses funcionários que foram cooptados por esquemas de corrupção (…) Ele levou gente de fora, que atuava com ele na Cetesb aqui – levou para lá e cooptou pessoas internamente que pudessem fazer o jogo dele”.

“Esse pessoal vê aquele poder que ele aparentava ter, e acabam sendo cúmplices. Agora você vai ter não só para ele, mas para toda a estrutura do governo Bolsonaro, o risco que é você fazer esse tipo de jogada”.

Para falar a respeito do caso envolvendo Salles, Nassif entrevista Denis Rivas, presidente da Ascema Nacional – associação que engloba os servidores do Ibama, do ICMBio, do Ministério do Meio Ambiente e do Serviço Florestal Brasileiro.

Rivas lembra que, se não houvesse funcionário de carreira dentro do Estado, concursado, esses crimes certamente não seriam desvendados.

“A gente estaria mais próximo do que foi vivenciado no período da ditadura militar, quando os crimes aconteciam, os desmandos aconteciam e a imprensa já era censurada, mas mesmo quando tomava conhecimento, tomava conhecimento de superficialidades”.

“Já estava muito claro que tudo que o Salles fazia, tinha ilegalidades do princípio ao fim. Por isso, é um dia muito importante para a gente”, diz Denis Rivas. “Um governo que, de fato, está preocupado com o meio ambiente, ele não ia começar paralisando os R$ 3 bilhões que existem no Fundo Amazônia, e que foram inviabilizados em uma das primeiras ações de mau-caratismo do ministro”, lembra Rivas.

“O problema de dinheiro existe, mas dado a falta de intenção do governo em cuidar do meio ambiente, o dinheiro certamente seria desviado para outras finalidades, como agora mesmo a gente tem percebido a tentativa de militarização da questão ambiental”, diz Rivas.

CPI da Covid, Israel e os Bolsonaros

Sobre a CPI da Covid, que ouviu o ex-ministro Eduardo Pazuello (que mentiu), Nassif sugere: “ao invés de contratar uma agência de checagem, qualquer agência de checagem, qualquer veículo, gostaria de participar desse esforço para esclarecimento. Então, convide”.

“Convide um grupo de várias linhas, jornalisticamente responsável, e coloque uma pessoa da assessoria da CPI para coordenar e levantando rapidamente, no bate pronto, o desmentido das mentiras que eram colocadas”, diz Nassif.

“O que o general Pazuello fez foi ridículo”, diz Nassif. “A maneira que ele (Bolsonaro) tem de coordenar seus ministros é por Twitter ou pelas lives de quinta-feira. Essa é a maneira – o Pazuello falou ‘não, mas não veio nenhuma ordem pessoal dele’. Mas não precisa. Dois ministros foram afastados porque eram a favor do isolamento e contra a cloroquina, e o Pazuello foi aceito. E fez o jogo”.

“Amanhã ele (Pazuello) volta e daí você vai ter, espero, que a CPI crie uma área para receber as contribuições das pessoas que vão desmascarar, as agências e os jornais que vão desmascarar o que foi colocado por ele”

“A gente fala do Ernesto, do Pazuello, do Weintraub… Ninguém chegou perto do nível de falta de limites do Ricardo Salles – realmente, ele virou um símbolo”, diz Nassif. “O próximo passo que tem que investigar são esses negócios dos Bolsonaros com Israel”

“Essas relações com Israel vão ter que ser aprofundadas em algum momento – e essa investigação americana que explode na Polícia Federal confirma aquilo que nós dissemos: quando acabar esse governo, não vai ter espaço no mundo para esse pessoal se refugiar”.

Redação

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