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TV GGN 20h: Pazuello e a retórica da mentira

Sobre os dados de covid-19 no Brasil, o país registrou 76.855 novos casos nesta sexta-feira. A média de casos chegou a 64.489, alta de 3,3% em comparação com os últimos sete dias e de 6,6% ante 14 dias.

Quanto ao total de óbitos, a média de mortes chegou a 1.954 vidas perdidas, alta de 1,2% na média em sete dias, mas 10,8% abaixo do visto em 14 dias.

Pazuello e as mentiras na CPI

“Um ponto relevante são as mentiras do general Pazuello. E por que são relevantes? É importante por mostrar como é a lógica terraplanista da mentira desenvolvida por esse entorno do Bolsonaro”, diz Nassif, listando diversas contradições ditas pelo ex-ministro

“Em outros momentos, ele (Pazuello) tentou usar aquele nacionalismo mais trôpego, conspurcou o conceito de interesse nacional (…) Tem outros muitos pontos que não foram colocados em forma de pergunta, mas em forma de afirmações”, ressalta Nassif.

Nassif aborda alguns pontos discutidos durante o programa Justiça em Pauta, transmitido pelo TV GGN nesta sexta-feira – dentre eles, o caso Ricardo Salles, a atuação de Augusto Aras e a delação de Sérgio Cabral. Veja a íntegra abaixo

“Essa politização indecente da Lava-Jato enfraqueceu todo o Ministério Público por um tipo de fiscalização que é essencial, que é essa questão de escritórios de advocacia entre marido, mulher, filhos, que é um caroço complicado do Judiciário”, diz Nassif

O legado do planejamento no Brasil

Para discutir o legado do planejamento no Brasil, Luis Nassif conversa com o economista Raul Velloso, especialista em contas públicas e irmão de João Paulo dos Reis Velloso, um dos responsáveis pela criação do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas)

“As pessoas começaram com essa visão exagerada, um dogmatismo fiscal – e olhe que quem está falando isso é quem mais defendeu ajuste fiscal nos últimos anos -, mas hoje há um exagero, um negócio que a pessoa quer cortar gasto e ponto, não importa as consequências disso”, diz Velloso

“Os investimentos públicos praticamente zeraram, seja na União, seja nos Estados, seja nos municípios. Essa história de cortar gastos não pega os gastos chamados obrigatórios, que são aqueles que têm a Constituição ou alguma lei por trás garantindo que eles aconteçam”, explica o economista. “Então, se os investimentos e outros gastos discricionários não estão com essa proteção, e eles não têm nenhuma proteção, eles vêm caindo – a taxa de investimento do setor público, dados produzidos pelo IBGE, é menos da metade do que era há alguns anos”.

“Não há como nenhum país conseguir andar se não tiver um tanto de investimento público, porque o privado não vai fazer aquilo que não tiver determinadas características – uma alta rentabilidade, ou alguma rentabilidade que justifique na comparação que eles fazem com as outras alternativas (…) O investimento faz o aumento da produtividade – agora, com o investimento surrado, cansado, você vai aumentar a produtividade do país? Nunca. Nós temos de pensar grande, e não estamos pensando”, afirma Raul Velloso;

“Economia não é como ciência natural, que você põe as coisas para funcionar no laboratório, faz girar e vê o resultado (…) Na economia, tem que pegar uma época que aconteceu no mundo real, que onde o experimento que você gostaria de botar no laboratório esteve lá”, diz Velloso.

Um exemplo citado pelo economista foi a crise do subprime, em 2008. “Pega 2008, que foi aquela história dos empréstimos que não foram pagos, empréstimos imobiliários principalmente nos Estados Unidos. O sistema financeiro ia quebrar”, diz Velloso.

“Eles (sistema financeiro) só ficam no sistema simples quando bate no bolso. O que o sistema mundial fez: foi ao Banco Central americano, e combinou com ele: ‘escuta, não dá para a gente esperar o mundo desabar (…)’ O que a gente deve fazer? (Os EUA) Emitiram moeda, e o Banco Central, sem passar pelo Tesouro, comprou todos esses créditos em dificuldade e, depois, a base monetária nos EUA aumentou em 15 vezes. E a inflação caiu”, pontua Velloso.

“Aqui, fica todo mundo com essas teses malucas – o efeito desse aumento que aconteceu outro dia na Selic, o impacto na dívida é maior do que o impacto do programa de auxílio emergencial do ano passado”, afirma Raul Velloso

Redação

Redação

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  • Estou vendo bem? Voltaram os comentários? Sejam bem-vindos! Isso aqui sem uma boa querela não tem graça. Principalmente com o próprio editor. Que, diga-se de passagem, é
    bem tolerante. Às vezes até eu reconheço que passo dos limites, mas meu comentário é
    publicado. Obrigado!

  • O Brasil está sendo dizimado a olhos vistos. Uma horda de predadores atacando a presa por todos lados. Os pastores dizimando o povo; Temer golpeando Dilma; o vírus abrindo covas e colhendo gente; Salles passando a boiada; Guedes garroteando a economia e entregando o patrimônio público; o crime chacinando as favelas. A Lavajato é a mão visível dessa destruição em marcha. Caso sobre alguma coisa do País, aqueles iluminados curitibanos, "homens brancos e ricos", devem ser punidos.

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