TV GGN 20h: As eleições decisivas para prefeito

Confira o comentário diário de Luis Nassif sobre as últimas notícias políticas e econômicas nesta sexta-feira, 27 de novembro

As eleições municipais são tema da edição desta sexta-feira (27/11) do TV GGN 20 horas.

O governo federal não divulgou os dados da covid-19 no Brasil até o momento. “A maneira que o general Pazuello tem de mostrar presença, e que o Ministério está tendo, são nas informações que vem à público”.

“Ele (Pazuello) não tem mais o hábito de fazer as rodadas de conversa, nem mesmo semanal. E, quando encrespa, dá uma entrevista, ou faz uma reunião onde apresenta diversos detalhes técnicos”

“É um linguajar claramente técnico que ele pegou com os seus assessores para mostrar um conhecimento que ele não tem. Aqueles pontos expressos, onde você percebe a presença do Ministério da Saúde, é um problema geral”

“É prioridade nacional, você tem recursos aprovados e, assim como (Abraham) Weintraub e esse ministro da Educação – não conseguem montar projetos para poder liberar recursos, ele também não consegue. Então, é um quadro enrolado”.

Ao analisar os dados da covid-19 em São Paulo, calculados em cima dos dados do Ministério da Saúde divulgados ontem (26/11), é possível ver o aumento dos óbitos em sete dias em regiões como Itapeva, Alta Sorocabana e no Litoral Norte.

Outro ponto a se destacar é o nível de ocupação de leitos por região: no dia 22/11, apenas duas regiões registravam entre 50% e 75% de ocupação, e a última medição chegou a quatro regiões. As internações na UTI também avançaram, assim como o total de internações na Grande São Paulo.

“Em uma semana, o nível de utilização de UTIs em São Paulo aumentou de 50% para 58%. Então, esse processo é muito rápido”

O comentarista André Roncaglia fala mais a respeito dos dados sobre o mercado de trabalho divulgados pelo IBGE: “Quando consideradas as pessoas que não vem procurando emprego, o desemprego pode chegar a 24%, 25%”

“Isso é um indicativo da crise social que tem tudo para irromper, uma vez que o auxílio emergencial chegará ao fim ao final do ano”.

“Isso sinaliza a necessidade de Bolsonaro ter uma saída fiscal para essa crise, muito embora o seu ministro da Fazenda insista com ideias como congelar salários e aposentadorias do INSS acima de um salário mínimo””

“Isso abre possibilidade para Bolsonaro buscar uma saída menos contracionista para a crise, muito embora ele enfrente resistências da da equipe econômica”, diz Roncaglia.

Segundo Nassif, a única arma que o Guedes tem é o aumento de juros – “ele não conhece outra”

“O The Economist, uma das bíblias do capitalismo, coloca que a questão do déficit público tem de estar amarrada com metas de desemprego – ou seja, se o déficit é maior tem que ter mais déficit público para ter recursos para combater o desemprego”

“O mundo inteiro está reavaliando as teorias econômicas desse período todo, e o país em cima de bordões acadêmicos que foram superados há muito tempo”

“É um angu a pobreza dessa análise macroeconômica de mercado. Muita coisa é questão ideológica, mas é de uma mediocridade intelectual enorme”

Sobre a questão Anvisa/Doria com relação a coronavac, Nassif diz que a psição adotada por Doria é ‘um horror’. “É aquele negócio ‘eu tenho a razão, então eu vou pisar'”.

“Ele sabe que, na outra ponta, tem um sujeito desequilibrado, um presidente da República primário, um primata e, em vez de ficar quieto em benefício da população, ele aproveita que tem a razão e começa a apertar um presidente desregulado”

Ao comentar sobre a declaração de Sergio Moro, que apontou a ligação de Carlos Bolsonaro com o “gabinete do ódio”, Nassif lembra da nova atuação da Polícia Federal, sob o comando do STF, “contra os arruaceiros que ameaçaram o Supremo.

“Os filhos do presidente, eles tem que ser detidos. Temos o Flávio Bolsonaro, envolto em um conjunto enorme de irregularidades. Esse Eduardo Bolsonaro vem criando problemas com a China e influenciando o Itamaraty. Então, os abusos são permanentes”

“Como é que pode um país dessa dimensão, com as instituições que se pretendem sérias, permitir molecagens desse tipo? Não tem cabimento, tem que dar uma enquadrada definitiva, e a enquadrada é processar e mandar preso se houver elementos para tal. Não pode ter essa condescendência. Essa aqui é a ex-sexta economia do mundo, vai para o 12º lugar agora com essas maluquices aí”

Nassif lembra o caso das cestas básicas em São Paulo, onde a campanha de Bruno Covas estaria distribuindo cestas básicas na Brasilândia. A Guarda Civil abriu uma sindicância para apurar o que houve. “Isso é crime eleitoral nítido”

“Você tem documentado isso, aquela fila de pessoas recebendo cesta básica da Prefeitura com campanha do PSDB. Isso não tem lógica”

Nassif entrevista Geraldo Monteiro, o atual diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Pesquisa Social (IBPS)

Em Recife, o tom da campanha mudou drasticamente, com João Campos (PSB) baixando o nível contra Marília Arraes (PT), além da denúncia feita por Túlio Gadelha (PDT) contra Campos – “O (Miguel) Arraes deve estar se revirando no túmulo”

“Essa questão da apelação em final de campanha é muito ruim, e em Pernambuco principalmente, onde se havia a possibilidade de uma campanha de alto nível, programática, entre dois herdeiros de uma tradição política ampla”

“E, em São Paulo, foi a história da covid-19 do Boulos e essa história com a Globo. Parece que o Bruno Covas concordou em fazer um debate virtual e a Globo parece que não aceitou”

“O que você tem nas pesquisas é um crescimento do Boulos, mas ainda não é suficiente para virar o jogo, e a esperança era esse debate. Mas tem dois dias com uma onda que está vindo de uma forma ampla”

Após alguns problemas técnicos, Geraldo Monteiro comenta o resultado geral das eleições municipais e os embates nas cidades de Recife, Porto Alegre e São Paulo, onde terá segundo turno.

“Temos casos bem distintos: um, onde se enfrentam dois candidatos de esquerda (Recife), o enfrentamento clássico esquerda e direita (PSDB e PSOL em São Paulo), e em Porto Alegre”

“Essas eleições, embora sejam em cidades de grande importância para o País, elas não são representativas do conjunto do que foi o resultado do primeiro turno”

“A gente teve uma predominância dos partidos de centro-direita, aquela sopa de letrinhas (…) e que formam uma espécie de colchão de pragmatismo político e de centro-direita”, diz Monteiro

“Ficou muito evidente nesse resultado que a onda bolsonarista, que aconteceu em 2018, foi uma circunstância especialíssima. Ela não tem força suficiente para perdurar. Nós vamos voltar aos cânones da política mais tradicional no interior do Brasil”

Sobre o PSD, do Gilberto Kassab, Monteiro diz que a “fórmula do sucesso ” é ser um partido absolutamente pragmático. “Ele procura, digamos, incluir as lideranças mais tradicionais em todos os municípios (…) E essa posição central no jogo político é que confere ao PSD os recursos”

“Tem que se reconhecer que o (Gilberto) Kassab é politicamente competente para fazer o partido dele crescer (…) O Kassab criou rapidamente o partido, fez ele se desenvolver, teve ministérios”

Para Monteiro, tudo indica que o PSD deve ocupar o espaço atualmente ocupado pelo MDB. “Acho que o projeto político do Kassab é ocupar esse espaço ao centro do sistema político. Nessa condição, ele está apto a apoiar qualquer governo que esteja na função”

Monteiro diz que, após elaborar uma radiografia do governo Bolsonaro e do bolsonarismo, “não há nenhum princípio de racionalidade ou de competência, de eficiência nas políticas públicas do governo Bolsonaro. O que a gente vê, basicamente, é militância política e ideológica”

“Durante todos os anos do governo Lula, principalmente no segundo mandato, no primeiro mandato da Dilma e em boa parte do segundo, os partidos de centro-direita apoiavam o governo. E na reta final, eles perceberam que a Dilma seria impichada, pularam do barco e se apresentaram como os guardiões da moralidade”

“De 2013 em diante, tivemos uma mudança de paradigma na ação política, com a classe média voltando às ruas (…) Ela foi para a rua no bojo daquelas manifestações, o movimento foi apropriado pelos grupos de direita (…) E eles foram criando uma espécie de demanda pelo combate à corrupção”

“A gente também não pode esquecer da responsabilidade da grande imprensa que, durante meses e meses, colocou o tema da corrupção como principal pauta, e aí cria-se uma saturação do tema”

E o que tínhamos em 2018? Um eleitorado que tinha um desejo de um candidato que fosse mão forte na área da segurança, que combatesse a corrupção e que fosse uma renovação em relação a aquele quadro”

“E, pelo lado da oferta, nós não tínhamos candidatos governistas. O governo de Michel Temer era um desastre, popularidade de 3%, não tinha candidato governista. O centro se desintegrou em várias candidaturas (…) e o fator mais importante, por todas as causas estruturais, foi a retirada da candidatura Lula”

Redação

1 Comentário

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  1. O Poder pelo Poder. 90 anos de Estado Ditatorial Caudilhista Absolutista Assassino Esquerdopata Fascista. O mais emblemático é Recife, onde o Feudo do Nepotismo de Miguel Arraes está se digladiando numa Luta Fratricida. É a Pátria da Surrealidade !!! Pernambuco é uma guerra pelos despojos da Herança do Coronel !!!! Alternância de Poder? Política não é Profissão? Voto de Cabresto? Pluralidade e Impessoalidade no Comando Político? AntiCapitalismo? KKKKKKKKKK (Licença Poética) O inacreditável não é que ainda existam os Profetas Esquerdopatas do Apocalipse !!! É que ainda conseguem alguns Seguidores e Doutrinados !!!!! Pobre país rico. João diz que esta Família nunca prestou. Marília concorda, mas afirma que só a parte de lá. Novamente (KKKKKKKKK) Mas de muito fácil explicação.

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