Lideranças cobram atuação da polícia no local do acampamento pró-Lula

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
[email protected]

Lideranças relacionadas ao acampamento LulaLivre durante coletiva após reunião com gestores da Sesp / Joka Madruga/Agência PT

Lideranças relacionadas ao acampamento LulaLivre durante coletiva após reunião com gestores da Sesp - Créditos: Joka Madruga/Agência PT

do Brasil de Fato

Lideranças cobram atuação da polícia no local do acampamento pró-Lula

Após reunião com Secretaria de Segurança, dirigentes afirmaram que mobilização contra prisão de Lula (PT) seguirá

Cristiane Sampaio

Em reunião realizada na tarde deste sábado (28) com gestores da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná (Sesp), lideranças ligadas ao Acampamento LulaLivre, em Curitiba (PR), exigiram reforço no policiamento no local.

A cobrança se dá após o atentado ocorrido na madrugada, que feriu duas pessoas. Uma delas é um trabalhador de 38 anos, atingido com um tiro no pescoço e está na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital do Trabalhador. A outra, segundo a polícia, é uma mulher que teve ferimentos provocados por estilhaços de bala. Depois de atendida, ela foi liberada pelo hospital.

De acordo com o presidente estadual do PT, Doutor Rosinha, além da presença policial permanente no acampamento, o grupo cobrou celeridade na apuração do crime e segurança ostensiva na programação do Dia do Trabalhador.

A data contará com um evento que irá unificar sete centrais sindicais e diversos movimentos populares na capital paranaense, que já recebe caravanas de todas as regiões do Brasil e de outros países.

“Os olhares do mundo estão voltados para Curitiba, então, para a Sesp, é importante demonstrar que há segurança”, disse Rosinha.

O deputado federal Enio Verri (PT-PR) ressaltou a preocupação das entidades organizadoras do acampamento com o avanço do fascismo e outras práticas que buscam limitar o direito de manifestação.    

“Está tão acentuado esse nível de reação à prisão do ex-presidente Lula, principalmente por parte daqueles que defendem a prisão, que estão indo ao extremo da violência, por isso ocorrem fatos como esse”, completou.

O presidente estadual do PT acrescentou que foi verificado um aumento das ofensivas às lideranças políticas. “Tenho 26 anos de vida pública, sempre fizemos disputa política e ideológica, mas nunca vi tamanha agressividade aqui no Paraná ou mesmo no Brasil”, destacou.

Já a presidenta da Central Única dos Trabalhadores no Paraná (CUT-PR), Regina Cruz, informou que, além da presença policial no espaço, haverá reforço na segurança por parte dos próprios movimentos. 

Ela lembrou que os militantes do acampamento, que hoje reúne entre 80 e 100 pessoas e deverá receber novos apoiadores nos próximos dias, têm sido alvo de ameaças constantes por parte de transeuntes que circulam pelo local.

Diante do atentado, a organização irá colocar câmeras de vigilância no acampamento. Outras providências já estariam sendo tomadas, como, por exemplo, a identificação dos veículos de pessoas que passam pelo local dirigindo ofensas aos militantes.

“Vários carros já foram marcados e vamos enviar para investigação por parte da Policia Civil”, completou a dirigente.

Ela também reafirmou que, apesar do ocorrido, os movimentos seguirão em mobilização permanente contra a prisão de Lula.  

“Vamos manter o 1º de Maio, a vigília, o acampamento. Nada mudou”, finalizou.  

Sesp

Na reunião com as lideranças do acampamento, estiveram presentes o delegado-geral da Polícia Civil do Paraná, Naylor Gustavo Robert de Lima, e o tenente-coronel Orlando Artur da Costa. Eles não se pronunciaram junto à imprensa após o encontro.  

Segundo as lideranças políticas que estiveram na reunião, os gestores teriam se comprometido a atender os pedidos feitos pelos movimentos. 

A reportagem tentou contato com a assessoria de comunicação da Sesp por meio de ligações telefônicas, mas os celulares estavam desligados.

Foi aberto um inquérito policial para investigar o ataque. A moça atingida no atentado e duas testemunhas serão ouvidos ainda na tarde deste sábado.

Edição: Juca Guimaraẽs

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

5 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Ué, não foi um jornalista,

    Ué, não foi um jornalista, cujo prenome não me recordo, mas sobrenome Coimbra que enalteceu a “rapazes” da pf, mpf e judiciário daquele estado”?. Acho que esqueceu de elogiar a policia civil daquela localidade, uma vez que, parece, a segurança pública do paraná não está tendo competencia ou intelgência, (sei lá), para investigar atentados cometidos contra manifestações pacíficas e caravanas que atravessam aquele estado. Acho que o mp (arghhhh) vai conseguir acabar com as polícias judiciárias. Também, não precisa, parece que não são mais competentes para apurar os diversos crimes que ocorrem no país. Infelizmente, a Polícia civil tornou-se completamente obsoleta.

  2. Munição de Festim?

    Se esses são os estojos apreendidos no ataque ao acampamento, há alguma coisa errada. Esse fechamento em estrela é caraterístico de munição de festim. Ou seja, munição que não tem projétil, apenas espoleta e pólvora, destinada a exercícios. Melhor ter certeza de que são realmente os estojos apreendidos no local, pois esse tipo de munição não tem como produzir ferimentos, a não ser que haja um disparo com o cano colado no corpo da vítima, o que resultaria em queimaduras e/ou escoriações.

  3. Caro Nassif
    Mas a policia

    Caro Nassif

    Mas a policia está no local.

    Observando, vendo os pontos fracos, anotando os nomes dos manifestantes, e a noite, em momento mais frágil, já anteriormente observado, eles praticam tiro ao alvo.

    Eles apenas praticam, são as pessoas que se jogam na frente das balas.

    De brinde, uma vez feito o trabalho, os atiradores e seus colegas festejam, soltando rojões, tomando umas, fazendo um  churrasco, se gabando nos celulares, sendo aplaudido pelos colegas de trabalho.

    Dá nojo, ver certas explicações.

    Saudações

     

  4. Diante de tudo o que vem

    Diante de tudo o que vem acontecendo tanto a violência física como a política e jurídica está atrasada a hora em que as autoridades e instituições sociais precisam conversar, se que serão capazes disso. Em primeiro lugar entidades como OAB, CNBB etc deveriam sair do ostracismo e buscar abrir canais de diálogo para a retomada da legalidade. O Supremo deveria ser corajoso e supervisionar as instâncias jurídicas que permitiram a grande injustiça do século que foi a prisão de Lula. Refém de seus próprios erros o judiciário precisa recompor o cenário de menos desequilíbrio entre os poderes, posto que os usurpou e agora transformou-se num monstro que devora a todos e a si mesmo.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador