Massacre de Pau D’Arco: testemunhas reforçam tese de execuções

Governo do Pará afasta policiais envolvidos na chacina e CNDH avalia que mortes podem ter ocorrido por vingança 
Darci Frigo, presidente do Conselho Nacional de Direitos Humanos (Foto: Terra de Direitos). Governo do Pará afasta policiais envolvidos na chacina e CNDH avalia que mortes podem ter ocorrido por vingança
Darci Frigo, presidente do Conselho Nacional de Direitos Humanos (Foto: Terra de Direitos)
 
Jornal GGN – Além da intervenção militar sobre manifestantes em Brasília e a ação violenta na Cracolândia, promovida pela prefeitura e governo de São Paulo, outra notícia que abalou os brasileiros na semana que passou foi a morte de dez posseiros na fazenda Santa Lúcia, em Pau D’Arco, no Pará, na última quarta-feira (24). 
 
Segundo testemunhas oculares a polícia iniciou o massacre após render os trabalhadores, portanto não houve troca de tiros, como alega a versão da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) do Pará, já contestada pelo presidente do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), Darci Frigo.
 
Segundo três testemunhas que estavam no local e conseguiram escapar com vida, ouvidas pelo Ministério Público do Pará e pelo Ministério Público Federal, todos os posseiros mortos foram executados sumariamente e alguns chegaram a ser agredidos fisicamente antes. Em entrevista ao portal Pública, o presidente do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), Darci Frigo, destacou que, por conta do barulho da chuva, na manhã do dia dos assassinatos, “a Polícia conseguiu se aproximar sem ser ouvida”.
 
Para Frigo, a ação pode ter ocorrido por vingança da morte do segurança Marcos Batista Montenegro, baleado no último dia 30 de abril quando patrulhava a fazenda ocupada. Nesse sábado (27) o governo do Pará anunciou o afastamento de 29 policiais envolvidos na chacina – 21 militares e 8 civis. Eles alegaram que cumpriam ordem judicial de prisão e de busca e apreensão de armas contra invasores da propriedade quando foram recebidos a tiros. 
 
Além das testemunhas ouvidas, a CNDH aguarda o laudo médico da perícia para confirmar de que forma os trabalhadores foram mortos, se em confronto, ou rendidos. Os sobreviventes também informaram o desaparecimento de uma testemunha, uma mulher conhecida como baixinha, que teria sido levada pela polícia. 
 
O jornal local, Folha do Bico, informou ainda que a Ordem dos Advogados do Pará acusou os policiais de terem mexido no local do confronto, prejudicando as investigações e retirando corpos antes da chegada dos peritos.
 
Redação

3 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

    1. ladrões….

      Comandantes, Secretários e Governador já estão presos? Ou nossa Gestapo Ideológica fará o de sempre. Acusará apenas os peões? 

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador