O atentado ao Al-Janiah e os crimes sem punição, por Luis Nassif

É duvidoso que São Paulo de João Dória Jr vá se empenhar na apuração do atentado. Dória é da mesma natureza de Witzel e Bolsonaro. Espera-se, apenas, que o despertar, ainda que tardio, da mídia, não deixe mais esse crime sem punição.

Foto Reprodução

Se a polícia paulista quisesse, os invasores do Al-Janiah seriam identificados rapidamente. Há tempos, ela dispõe de sistemas poderosos de reconhecimento facial. Aliás, foi um desses sistemas que permitiu o reconhecimento dos assassinos de Marielle Franco quando descuidaram-se por um instante e seu rosto apareceu de relance em um vídeo de rua.

No episódio do Al-Janiah, os invasores aparecem nos vídeos por tempo suficiente para sua rápida identificação. Somado ao fato de terem utilizado gás lacrimogênio, produto típico de forças policiais.

No entanto, há fundadas razoes para não apostar na sua identificação. As mesmas razões, aliás, que deixaram sem apuração os atentados contra o Instituto Lula, os tiros contra a caravana de Lula no sul, a identificação dos mandantes do assassinato de Marielle. Há tempos, antes de Bolsonaro e abrindo terreno para ele, o país está entregue a um estado de exceção, à selvageria institucionalizada em que o principal agente é o aparato policial. 

Escritórios do crime nascem assim. Inicialmente as investidas individuais contra “inimigos” e a certeza da impunidade. Depois, a organização em torno de esquemas mais profissionais, de assassinatos por encomenda.

É duvidoso que São Paulo de João Dória Jr vá se empenhar na apuração do atentado. Dória é da mesma natureza de Witzel e Bolsonaro. Espera-se, apenas, que o despertar, ainda que tardio, da mídia, não deixe mais esse crime sem punição.

Luis Nassif

8 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Estivessem preocupados e o que hoje já se torna natural, seria motivo para combatimento. Sinto pena dos que não estão atentos ao futuro que estas situações vão prometendo. Em muito pouco tempo (creio que já na próxima meia década), já que o mal se alastra de forma muito mais rápida que o bem, as coisas ficarão bastante graves e sem controle.

  2. Despertar de mídia, Nassif?!

    É esse tipo de torcida, incentivo, quase suplica, não surte efeito algum nesse pessoal, a não ser o oposto do desejado, que é o de reforçar a autoilusao de que são mesmo “liberais”, “modernos”.

    Não são, Nassif. A linhagem é antiga. Desde os tempos de Império, pelo menos, que esse pessoal brinca de liberalismo. Mas é btudo da boca pra fora, modinha de verão. No século XIX defendiam a escravidão, ao longo do século XX suspendiam habeas corpus quando dava na telha, se associaamo ao autoritarismo facilmente; e até a segunda década do século XXI, jamais deram uma palavra contra violações dos DHs, a não ser quando a ameaça chega perto deles.

    Não conte com esse pessoal, Nasdif.

  3. o Nassif é um cândido. muito voltaireano. aqui no Espírito Insano (ES), um adolescente realmente com atitude de homem quebrou o nariz de um guardinha municipal q apontou uma arma a ele por causa de uma fumaça de… maconha. o representante da guarda começou aquele velho discurso de que se a sociedade começasse a apoiar esse tipo de atitude , de fumadores de maconha perto de famílias, etc… ao que reafirmou a atitude grotesca da guarda o âncora do telejornal. filiado à globo. pensar em humanidade é pensar fora de um monopólio de controle. esse país teria saída somente com a democratização do espectro eletromagnético…

  4. Alguém propôs um abraço ao Al Janiah. Poderiam ser vários, mostrando que o local é querido, quem nunca foi, não deixe de ir, comida excelente, música boa e bebida variada, que é a cara de São Paulo, do Bixiga, da música, da solidariedade e da tolerância!!

  5. Tenho pena do primeiro candidato da oposição que vencer, num futuro ainda muito distante, o governo do Estado……todo esse aparato repressor da elite mesquinha irá levantar-se contra ele. ……..se até quem não tinha direito algum cobrou do Haddad suas promessas de campanha, como se o estado só tivesse uma prefeitura, imaginem um coitado no meio das feras????????

  6. Nassif. O caminho da conciliação é cm certeza o mais difícil, mas o único que pode nos levar a algum lugar. Continue, Força. Voce faz parte da mídia.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador