Prédios do Instituto Chico Mendes e Ibama são incendiados no Amazonas

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – Os prédios do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidde (ICMBio) e do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foram incendiados em Humaitá, no Amazonas, nesta sexta-feira, dia 27. Um grupo de garimpeiros é suspeito do ato criminoso.

O crime aconteceu após deflagração da Operação Ouro Fino, uma ação conjunta do Ibama e ICMBio, na quarta-feira, dia 25. A ação fiscaliza a extração ilegal de ouro no Rio Madeira. Até agora, 37 balsas de garimpeiros foram apreendidas. Os garimpeiros protestaram contra a ação e contra o fato de algumas balsas terem pegado fogo, daí invadiram e incendiaram os prédios.

A Força Nacional tentou conter os manifestantes, e houve confronto. Eles estão na cidade para acompanhar a Operação, em apoio ao Ibama.

Os manifestantes também invadiram o prédio do Incra, onde funciona o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), sendo contidos. Como não conseguiram seu intento, atearam fogo em veículos que estavam na área.

Segundo o G1, os garimpeiros culparam o grupo de agentes da Operação Ouro Fino pelo fogo nas balsas. O procurador do Ministério Público Federal (MPF) Aldo de Campos Costa, que acompanha a situação no local, afirmou que os órgãos ambientais atuaram dentro da legalidade.

“No início e durante a operação o Ibama agiu estritamente dentro da legalidade, no exercício do poder de polícia que é atribuído ao órgão ambiental (…). Em momento algum houve incêndio provocado pelos órgãos ambientais. O que ocorreu foi o desmonte e apreensão de balsas que estavam posicionadas irregularmente na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Madeira”, declarou ele ao G1.

Em entrevista ao G1, o procurador reforçou que a atividade realizada por garimpeiros no Rio Madeira é ilegal. “Houve uma retaliação a uma operação legítima e legal dos órgãos ambientais. O Rio Madeira está sendo alvo de uma atuação, por parte desses garimpeiros, bastante nociva e há muito tempo, o que tem ocasionado sérios prejuízos ao meio ambiente. Eles têm ciência de que é uma atividade irregular. Mais do que isso, é uma atividade criminosa”, afirmou.

O procurador afirmou que os responsáveis pela depredação estão sendo identificados e serão processados, e podem, se condenados, cumprir pena de até três anos de detenção por dano ao patrimônio da autarquia.

 

Fotos: Raolin Magalhães/Rede Amazônica

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

6 Comentários

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  1. prédios….

    Somos a Terra da Aberração. O Brasileiro não enxerga o Brasileiro. E querem Democracia? E querem um país? A Amazônia precisa de tudo.: Transporte, Infraestrutura, Empregos, Segurança, Urbanização, Desenvolvimento, Educação, Assistência Medica…É metade do território Nacional em quase metade dos esu Estados. Mas a única coisa que mandam para a Amazônia é Burocracia, Criminalização, Atraso, Repressão Judicial e Policial, Interesses Estrangeiros administrados pelo Estado Brasileiro, travestidos em Preocupações Ambientais. A Amazônia tem muito ainda que ser explorada, pesquisada, desenvolvida para então ser preservada. E isto deve ser exclusivamente preocupação soberana do Povo Brasileiro. Satélites, Assitência e Cooperação Internacional, Policiamento estrangeiro, Pressão de Mídia e Interesses Internacioanais…a floresta mais importante que a Vida Humana Brasileira numa região, metade do território brasileiro, que não tem nem Aparelho para fazer Mamografia. Qual é a Humanidade que precisa ser preservada, mesmo?  

    1. Compartilho da sua

      Compartilho da sua indignação. É muito fácil deitar falação sobre a “proteção da floresta” a milhares de quilômetros de distância e sem qualquer conhecimento sobre a precariedade das condições de vida da maioria da população dos estados amazônicos. Naquela região, grande parte das atividades se situa pouco acima da mera subsistência, inclusive, muitos garimpos. E muitos dos agentes públicos responsáveis pela fiscalização das atividades consideradas deletérias ao meio ambiente, como os fiscais do Ibama, costumam demonstrar uma atitude arrogante e agressiva contra os locais. No caso em questão, por exemplo, incendiaram as balsas dos garimpeiros. Ah, está na lei!… Ora, no seu magistral “Os miseráveis”, Vitor Hugo demonstrou cabalmente a diferença entre fazer cumprir a lei e fazer justiça. 

      De uma vez por todas, temos que tratar de estabelecer os nossos próprios critérios racionais sobre o necessário equilíbrio entre atividades econômicas e proteção ambiental, em vez de ficarmos prestando contas a uma agenda que é em grande medida ditada do exterior. Agora mesmo, o que fazia o embaixador alemão em Brasília, na reunião dos governadores amazônicos? Sabemos a resposta: oferecendo recursos “a fundo perdido” para os programas ambientais na região. E que governante não aprecia tanta “generosidade”? Junto com a Noruega, a Alemanha é uma das principais financiadoras de atividades ligadas ao meio ambiente na região. Quantos já pararam para pensar sobre as motivações de tanto “desprendimento”?

      Infelizmente, fatos como esse continuarão ocorrendo, enquanto o Brasil não recuperar plenamente a soberania sobre as políticas de utilização dos recursos do seu território, hoje em grande medida alienada ao movimento ambientalista-indigenista internacional e seus mentores, cuja agenda passa longe dos interesses maiores da esmagadora maioria dos brasileiros, amazônidas ou não.

       

       

       

    2. Ambas
      Ambas, companheiro: humanidade e natureza precisam ser preservadas. Evidentemente, isso só será possível com a participação de políticas públicas expansivas, como penso ser o que você propõe em sua crítica.

  2. Impunidades, chacinas, escravização

    Essa ação de repressão aos garimpeiros tem por fundamento a defesa do meio ambiente. Perfeito !

    Porém, os empresários ruralistas cometem crimes ambientais muito maiores e são poupados. Aliás, em troca de votos para impedir a investigação de Temer, receberam uma legislação que legaliza as condições escravizantes.

    O judiciário também protege os empresários ruralistas. Após 13 (treze!) anos da Chacina de Unaí, continuam soltos os assassinos dos 3 auditores fiscais do trabalho e do motorista. Assassinos julgados, condenados e LIVRES COMO A BRISA

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