ELZA SOARES

Por Tatiane Correia

A mulher do fim do mundo

Elza Soares nasceu Elza Gomes da Conceição, em 23 de junho de 1930, no bairro de Padre Miguel, no Rio de Janeiro.

Casou-se aos 12 anos com um amigo de seu pai, que havia tentado abusar dela. Ficou viúva aos 21 anos - o marido faleceu de tuberculose.

Perdeu dois filhos para a desnutrição com poucas semanas de vida. Posteriormente, teve outros seis filhos – tendo perdido um em 1986 e outro em 2015.

Uma de suas filhas foi sequestrada, e só encontrada trinta anos depois. O crime prescreveu, e os sequestradores não foram punidos.

Sua carreira musical começou no programa de Ary Barroso onde, apesar das chacotas, venceu um concurso que lhe permitiu comprar remédios para o filho doente.

O racismo atrapalhou a carreira de Elza nos anos 60 e 70, impedindo-a de se apresentar em clubes e até mesmo de gravar seu primeiro disco.

ATIVE O SOM

Conheceu Garrincha em 1962. Seu relacionamento com ele foi marcado por ciúmes, problemas de alcoolismo e violência. Separaram-se em 1982.

Elza e Garrincha chegaram a fugir para a Itália na década de 70, depois de terem sua casa metralhada pela ditadura militar.

Em 99, foi eleita pela rádio BBC de Londres a cantora brasileira do milênio. Também foi indicada uma das 100 maiores vozes da música brasileira pela revista Rolling Stone.

ATIVE O SOM

Gravou 34 discos, tendo recebido o Grammy Latino de melhor álbum de música popular brasileira por “Mulher do Fim do Mundo” (2015).

Elza Soares faleceu de causas naturais em sua casa, no Rio de Janeiro, em 20 de janeiro de 2022, aos 91 anos. Deixou um disco de inéditas em produção e um DVD gravado.

Foto: Pedro Dimitrow

Em meio às homenagens, o ex-presidente Lula afirmou que Elza não só era uma das grandes cantoras do Brasil, mas uma mulher “que sempre defendeu a democracia e as boas causas”.

Roteiro: Tatiane Correia Criação: Tatiane Correia e Cintia Alves Fotos: Wikipedia, Arquivo Nacional, Agência O Globo, Editora Leya, Revista Continente, Ricardo Stuckert, Facebook Elza Soares