Seis vezes em que Bolsonaro decretou sigilo para proteger filhos e aliados

Por Johnny Negreiros

Por ordem de Jair Bolsonaro, o governo federal decretou sigilo em dados e investigações envolvendo sua família ou aliados. Lembre 6 episódios em que isso aconteceu:

A reunião de Bolsonaro com pastores do MEC

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Os detalhes das reuniões de Jair Bolsonaro com pastores suspeitos de corrupção no MEC foram guardados a sete chaves. 

O caso envolve o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, que chegou a ser preso. Os pastores são suspeitos de cobrar propina para liberar verbas do MEC.

O Gabinete de Segurança Institucional, comandado pelo General Augusto Heleno, diz que o sigilo serve à "segurança da mais alta autoridade do Poder Executivo”.

O processo de Pazuello no Exército

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Em 2021, as Forças Armadas colocaram sigilo sobre um processo administrativo contra o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

Pazuello estava sendo investigado por participar de protesto bolsonarista. Militares da ativa não podem se manifestar politicamente. Mas ele não foi punido.

Ao ser questionado, o Exército disse que o sigilo era necessário porque se tratava de “assunto interno”.

Os crachás de Carlos e Eduardo Bolsonaro

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Também há sigilo de 100 anos sobre as visitas de Carlos e Eduardo Bolsonaro ao Palácio do Planalto. Os dados sobre os crachás de acesso foram solicitados pela Crusoé, sem sucesso.

Os dados foram negados à luz do artigo 31 da Lei de Acesso à Informação, pois se referem “à intimidade, vida privada, honra e imagem dos familiares do presidente”.

A carteira de vacinação de Bolsonaro

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No auge da pandemia de Covid, Bolsonaro adotou postura anti-ciência e escondeu, pelos próximos 100 anos, dados da sua carteira de vacinação. Mesmo argumento: artigo 31 da LAI.

A matrícula escolar de Laura Bolsonaro

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A filha de Jair e Michelle Bolsonaro, Laura, também foi protegida após er sido matriculada no Colégio Militar de Brasília sem passar por processo seletivo.

Justificou-se que a divulgação dos dados - sob sigilo até Bolsonaro sair do poder - colocaria a vida da menina em risco.

Flávio Bolsonaro e a Receita Federal

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A Receita impôs sigilo nos documentos do caso das rachadinhas de Flávio Bolsonaro. As provas do processo foram anuladas por acesso indevido, segundo o STF.

O órgão protegeu os documentos, restringindo apenas às autoridades envolvidas na investigação, argumentando que havia dados pessoais.

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Texto e criação: Johnny Negreiros Supervisão: Cintia Alves Imagens e gifs: Tenor, Unsplash, Divulgação, Reprodução/Twitter, Reprodução/Instagram, Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil, Evaristo SA/PR, Alan Santos/PR, José Cruz/Agência Brasil, Wilson Dias/Agência Brasil e Valter Campanato/Agência Brasil