Conheça a história de Julian Assange, o dono do Wikileaks que enfureceu o governo dos EUA ao expor crimes de guerra
Por Johnny Negreiros
ativista ou espião?
Julian Assange nasceu na Austrália em 1971. Nos anos 1990, foi condenado por atividade hacker, mas foi libertado ao pagar multa. Hoje é considerado criminoso pelos EUA.
Em 2006, Assange fundou o Wikileaks. O site publica conteúdos sigilosos vindos do mundo todo, utilizando um sistema de criptografia em que a fonte é totalmente preservada.
O WikiLeaks já foi responsável por vazar dados sobre os financiadores da campanha de Norm Coleman ao Senado americano. Porém, o site ganhou fama mesmo em 2010.
Naquele ano, o Wikileaks publicou vídeo de soldados americanos, em helicóptero, matando 18 civis em Bagdá. A cena foi registrada em meio à presença militar dos EUA no Iraque.
Por causa disso, os EUA passaram a pressionar para que Assange fosse extraditado ao território estadunidense, para ser julgado pelo vazamento.
Em 2012, Assange se refugiou na embaixada equatoriana em Londres, evitando sua prisão. Lá ele permaneceu até 2019, quando o governo do Equador suspendeu a proteção. Assange foi preso no Reino Unido.
Em 2017, Assange revelou que os EUA espionaram a Petrobras e o gabinete da ex-presidente Dilma Rousseff. Os EUA jamais se desculparam publicamente pela violação.
Durante anos, o governo britânico negociou a extradição de Assange com os americanos. O processo foi suspenso durante a pandemia de Covid. Em 2022, os países chegaram a um consenso...
O Reino Unido decidiu extraditar Assange. Aliados e familiares, principalmente a esposa Stella, lutam contra a decisão. Eles acreditam que Assange corre risco de vida nos EUA.
Para entidades jornalísticas do mundo todo, a extradição de Assange é uma decisão perigosa, pois ameaça qualquer jornalista que trabalhar com vazamentos de dados de interesse público.
Em meio a todo o processo, Assange chegou a ser acusado de estupro e de abuso sexual na Suécia, mas a denúncia foi arquivada.
Prossegue a luta para tirar Assange do alcance de um governo enfurecido com a exposição de crimes de guerra.
Texto e criação: Johnny NegreirosSupervisão: Cintia AlvesImagens: Revista Trip, Divulgação, Ted Talk, Estadão, WikiLeaks, Tenor, Camera Press, Agência Brasil