Lava Jato

As 10 maiores VIOLAÇÕES de sergio moro

por Cintia Alves

Jornal GGN

FOTO: SERGIO LIMA/PODEMOS

Quando conversas de Telegram entre Sergio Moro e procuradores da Lava Jato foram vazadas, em 2019, uma parcela dos brasileiros certamente ficou estarrecida, mas não totalmente surpresa.

Autorizar grampos ilegais, desrespeitar a Suprema Corte, interferir na cena política, vazar delações premiadas, abastecer a imprensa com operações constantes...

O "método Moro", na verdade, já era observado e denunciado desde o começo da Lava Jato por repórteres e juristas que acompanhavam a operação com independência e visão crítica.

Reunimos, a seguir, os principais excessos e transgressões cometidos por Sergio Moro enquanto juiz da Lava Jato.

FOTO: FÁBIO POZZOBOM/AGÊNCIA BRASIL

Prisão x delação

1

Sergio Moro costumava mandar prender investigados por tempo indeterminado, até a Procuradoria ou a Polícia Federal conseguirem a delação premiada.

FOTO: SERGIO LIMA/PODEMOS

Fundamento frágil

2

As prisões, muitas vezes, tinham sustentação questionável. Moro usou até notícia de jornal para decretar preventivas. Foi derrotado no TRF-4 por isso.

FOTO: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

Em 2016, o ministro do STF Gilmar Mendes mandou um recado a Sergio Moro: “Clamor público não sustenta prisão preventiva”.

FOTO: REPRODRUÇÃO/GLOBO

Vazamentos seletivos

3

Vazar delações e grampos para atingir o PT foi uma constante na Lava Jato. Um dos vazamentos mais emblemáticos impediu a posse de Lula na Casa Civil.

Em 2014, a Lava Jato fez o primeiro vazamento numa eleição presidencial. A delação de Alberto Youssef, o doleiro de estimação da "República de Curitiba", visava prejudicar a reeleição de Dilma. 

FOTO: IGOR DO VALE/FUTURA PRESS

FOTO: AGÊNCIA BRASIL

Moro vazou, em 2018, a delação de Palocci contra o PT. Ao CNJ, ele admitiu que tentou influenciar a eleição: “ocultar sua existência [da delação] representa igual interferência”, defendeu.

FOTO: FELLIPE SAMPAIO/STF

Juízo universal

4

Moro se achava o juiz de todas as causas. Centralizou casos mesmo quando não tinha competência para julgá-los. Não à tona, Edson Fachin, do STF, anulou os processos contra Lula por incompetência territorial. 

FOTO: WILSON DIAS/AGÊNCIA BRASIL

Usurpador de funções

5

Quando detectava políticos com foro privilegiado, Moro fatiava os processos e distribuía para outros juízos. Tudo para impedir remessa de autos ao STF. Teori Zavascki reclamou. 

Disparidade de armas

6

Moro privilegiou a acusação em detrimento da defesa. Chegou a levar 2 meses para responder a demandas de advogados. Enquanto isso, respondia a PF em 14 minutos.

Auxiliar de acusação

7

Moro era atacante, não juiz. Nas audiências isso ficara transparente. Mais tarde, a Vaza Jato provou que a assessoria ao MPF envolvia ainda dicas para lidar com a mídia e outras estratégias.

Coercitivas ilegais

8

Na espetacularização do processo penal, Moro era mestre em ordenar conduções coercitivas sem ter convidado o réu a depor antes. Foi o que fez contra Lula, em 2016.

FOTO: LULA MARQUES/PT

Grampos ilegais

9

Moro autorizou o monitoramento ilegal dos advogados de Lula. Foi repreendido pelo STF. Também monitorou advogados no Banestado.

FOTO: ALEXSSANDRO LOYOLA/PSDB

Sem Código de Ética

10

Atacar Lula e governos petistas na imprensa e nos autos, enquanto simpatizava publicamente com outros partidos, eram atitudes incompatíveis com o Código de Ética da Magistratura.

foto: Rodolfo Buhrer/Reuters

Em 2021, Moro acabou declarado um juiz parcial pelo STF. A suspeição transformou os processos contra Lula em pó.  Se o Conselho Nacional de Justiça tivesse tido o mesmo rigor, Moro estaria inelegível.

Um videodocumentário exclusivo do Jornal GGN mostra o passado e os métodos empregados por Sergio Moro desde os tempos de Operação Banestado. Para assistir agora, deslize a tela para cima.

FOTO: SERGIO LIMA/PODEMOS

Texto e criação:  Cintia Alves