Gestão Doria quer reduzir contrato da PPP da iluminação

Após repercussão negativa em torno do processo de licitação, secretário de obras diz que prefeitura discute reduzir sua contrapartida
(Foto ABr)
Jornal GGN – Após decidir pela habilitação do consórcio mais caro no processo de licitação na Parceria Público-Privada (PPP) de iluminação pública da cidade de São Paulo, a Prefeitura decidiu que irá reduzir o valor do contrato, antes da assinatura. A informação é do jornal Valor.
Segundo o secretário municipal de serviços e obras, Marcos Penido, a comissão de licitação resolveu que irá discutir com o consórcio FM Rodrigues, único habilitado pela prefeitura para concorrer ao processo, a revisão do pagamento estipulado anteriormente em R$ 7,2 bilhões como contrapartidas do município, por um prazo de 20 anos.
O argumento é que o cálculo foi feito em 2015, logo quando foi lançado o edital e, desde então, parte considerável do sistema de iluminação pública foi trocado por versões mais modernizadas, de LED, além de outros avanços tecnológicos.
“Temos que sentar com o vencedor do certame e discutir o plano de negócios, o investimento por ano. (…) Com certeza vai cair [o valor pago], mas vou me abster de falar qualquer valor, seria irresponsável”, disse ao Valor.
No contrato, a empresa vencedora, além de prestar o serviço da iluminação publica, ficará responsável por expandir, modernizar e operar a rede de luz da cidade.
Entenda
A PPP esta sobre judicialização que se arrasta desde 2016. Apenas dois consórcios disputam a parceira com a prefeitura: a Walks e a FM Rodrigues.
No ano seguinte da publicação do edital da PPP, montado pela então prefeitura de Fernando Haddad (PT-SP), as garantias apresentadas pela Walks foram questionadas pela FM Rodrigues no Tribunal de Contas do Município que travou o processo.
Meses depois a justiça autorizou a continuidade, mas antes da abertura dos envelopes, previsto para dezembro de 2017, a Rodrigues novamente acionou a Justiça. Naquele momento, Secretaria de Serviços e Obras se manifestou contra a Walks alegando que o consórcio era formado pela Alumini e WTorre, a primeira condenada e a segunda citada em investigações da Lava Jato.
Em janeiro, a Walks conseguiu uma liminar da Justiça e a abertura dos envelopes foi determinada com resultado foi favorável à ela que apresentou uma proposta de R$ 23,25 milhões por mês, R$ 1,68 bilhão menor que a proposta a concorrente de R$ 30,158 milhões.
Entretanto, na última quarta (07), a comissão de licitação da Prefeitura desclassificou a Walks sob o argumento de falta de idoneidade por conta das empresas que formam o grupo.
Ainda, segundo o Valor, no dia da desclassificação da Walks, o sócio-fundador do escritório DalPozzo Advogados e responsável pela defesa do consórcio da FM, Antonio Araldo Dal Pazzo, acusou a concorrente de apresentar valores “irreais”:
“A proposta feita pelo nosso consórico é séria, correta, sem uma previsão de alteração de preço”.
Já a defesa da Walks garantiu que o consórcio continuará na Justiça e acionará o Ministério Público para barrar a assinatura do contrato.
“[O processo] nunca vai parar. Essa licitação não vai ser aberta, e ninguém vai ganhar”, declarou Bruno Aurélio, sócio do escritório Tauil & Chequer Advogados que representa o grupo.
Redação

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