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Nos EUA, internet entra na medição da audiência

Da Folha

Monitoramento de audiência nos EUA contabilizará internet; Ibope estuda modelo

FERNANDA REIS
DE SÃO PAULO

De olho nos cliques em vídeos na internet, a Nielsen –empresa que mede a audiência televisiva nos EUA– anunciou uma importante mudança: a audiência na internet, agora, também conta.

A partir de setembro deste ano, as casas norte-americanas que não tiverem TV por assinatura -mas que tiverem seus aparelhos conectados à internet- também serão consideradas nas aferições.

Com esses números à mão, os canais terão bases mais sólidas para vender espaço publicitário e decidir o que será exibido para os espectadores.

Em franca expansão, o segmento on-line levou à produção de séries exclusivas para a internet, como “House of Cards”, do serviço Netflix, e o resgaste de atrações que acabaram pela baixa audiência na TV paga –mas que eram assistidos via internet.

Embora ainda represente uma fatia pequena de residências, a tendência de “cortar o cabo” da TV mais que sobrou nos EUA: em 2007, eram 2 milhões de telespectadores sem TV paga. Hoje, são pouco mais de 5 milhões.

Para consumir vídeo, essas pessoas fazem uso do computador, de televisões conectadas à internet, de smartphones e de tablets.

“Desde que se tornou possível ver programas on-line legalmente, muitas pessoas o fazem”, diz June Thomas, crítica de televisão da revista “Slate”. “Agora a audiência será um pouco mais precisa.”

Contar os espectadores da internet era uma demanda antiga das emissoras americanas. “Canais como CW, que tem uma audiência jovem, dizem que não são bem representados atualmente, já que seu público vê mais séries on-line”, diz Thomas.

A empresa americana não tem planos de medir os cliques em território brasileiro, mas o Ibope já estuda formas de medir a audiência de quem assiste à televisão pela internet por aqui.

Segundo Dora Câmara, diretora regional do Ibope, o monitoramento de conteúdos televisivos assistidos em TVs conectadas à internet será implementada em três etapas.

A primeira contempla apenas a aferição de conteúdos transmitidos ao vivo. A segunda inclui programas gravados e vistos posteriormente. Nessa etapa, vídeos de site de emissoras ou do YouTube vistos numa televisão, por exemplo, serão considerados.

“Em uma terceira etapa, identificaremos conteúdos transmitidos via internet e acessados por outros dispositivos”, diz. A primeira fase está em implantação. As outras estão em desenvolvimento.

“Fechamos parceria com a Video Research, empresa japonesa que monitora audiência em dispositivos móveis”, acrescenta ela. “A ferramenta já está em fase de teste e até o fim deste ano começaremos a medir audiência de TV em telefones celulares.”

Luis Nassif

Luis Nassif

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