Nasa registra novas imagens de furacão gigante no Polo Norte de Saturno

A Agência Espacial Norte-americana (Nasa) divulgou, nesta segunda-feira (29), novas e impressionantes imagens de um furacão gigantesco que se formou na região do Polo Norte do planeta Saturno.

Feitas pela sonda Cassini, as imagens mostram que o “olho” do furacão – a parte central do redemoinho – possui cerca de dois mil quilômetros de largura, ou vinte vezes maior que os maiores furacões registrados na Terra. De acordo com cálculos feitos pela Nasa, a velocidade dos ventos chega a 530 quilômetros por hora – o equivalente a um tornado terrestre de categoria F5, o maior possível na “Escala Fujita”.

De acordo com o cientista responsável pelos registros de imagens da sonda Cassini, Andrew Ingersoll, do Caltech, em Pasadena (Califórnia), o furacão de Saturno acontece em virtude de formações de pequenas quantidades de vapor de água presentes na atmosfera do planeta, constituída basicamente por hidrogênio.

Vórtice

O imenso redemoinho é formado, na realidade, por um vórtice de seis lados. Ao contrário dos furacões na Terra, que tendem a desviar da região dos pólos de acordo com os movimentos do planeta, a tempestade de Saturno e seu vórtice hexagonal estão “acampados” no Polo Norte por um tempo indefinido.

“O furacão polar não tem mais para onde ir, e é provavelmente por isso que está preso no polo”, explica Kunio Sayanagi, cientista-membro da equipe Cassini, da Universidade de Hampton, na Virgínia.

Apesar das diferenças, os cientistas apontam algumas similaridades a respeito de furacões nos dois planetas. Uma delas são os “olhos” centrais, que contêm nuvens muito baixas ou ausência de nuvens, afirmam os pesquisadores. Outras características comuns são nuvens altas que formam a chamada “parede” do olho, e uma rotação em sentido anti-horário no Hemisfério Norte.

A Nasa também divulgou um vídeo onde mostra, por meio de animações digitais combinadas com fotos e registros de dados da sonda Cassini, a magnitude do furacão em Saturno. Veja abaixo:

Terra

Ao analisar tais informações, os cientistas esperam poder estudar como a tempestade de Saturno se alimenta de vapor de água da atmosfera. A ideia é compreender melhor a ocorrência de furacões no próprio planeta Terra, que começa a ganhar força, em geral, a partir das águas quentes dos oceanos.

A sonda Cassini registrou a tempestade de Saturno assim que chegou à órbita do planeta, em 2004. Na época, o furacão estava às escuras porque a região do Pólo Norte estava fora do alcance do Sol – o inverno do Norte de Saturno.

As primeiras imagens só foram possíveis no início da primavera do Hemisfério Norte do planeta, em agosto de 2009. De acordo com os cientistas, para novas visões detalhadas do furacão, será necessário realizar uma mudança na órbita da sonda Cassini e, ainda, realizar “sobrevoos” em Titan, a maior lua de Saturno.

“Essa visão impressionante e hipnotizante da tempestade do furacão no Polo Norte só é possível porque (a sonda) Cassini está em um curso com órbitas inclinadas, para mantê-la acima do plano equatorial de Saturno”, explica Scott Edgington, cientista do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa em Pasadena e vice-responsável pelo projeto Cassini. “Você não pode ver as regiões polares muito bem a partir de uma órbita equatorial”, acrescentou. “Observando o planeta a partir de diferentes pontos de vista é possível ver mais sobre as camadas de nuvens que cobrem a totalidade do planeta”.

 

Redação

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